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sábado, 20 de agosto de 2022

Comentando sobre Nijūyo-nen Gumi O famoso Grupo do Ano 24 e a importância da Rosa de Versalhes.

Olá queridos amigos da Lady Oscar,sejam Bem vindos!

 



Já faz um tempo que estou devendo um artigo de minha autoria sobre O Grupo do Ano 24 (24年組, Nijūyo-nen Gumi) Trata-se de um grupo informal de uma geração de influentes mulheres artistas de mangás que revolucionaram o shoujo mangá nos anos 1970. Essas poderosas e influentes manga-kás, tornaram-se conhecidas conhecido por diversos pioneirismos e rompimentos de padrões, incluindo a abordagem de temas considerados tabu como questões de Gênero, que era algo que nunca era mencionado em mangás para meninas.
 
 

 
 A Origem do nome Grupo 24 refere-se ao 24 º ano da era Showa, ou 1949. Esse grupo de mulheres artistas de mangás nasceram no ano 24 da Era Showa (1949 do calendário ocidental). Portanto, refere-se aproximadamente ao ano de nascimento dessas grandes artistas, embora apenas uma parte delas tenha realmente nascido em 1949. Riyoko Ikeda, autora do nosso mangá favorito A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) nasceu em 18 de dezembro de 1947, próximo ao ano ao 24 º ano da era Showa. Por tanto, Ikeda é considrada um membro do grupo Nijūyo-nen Gumi.

 

  Grupo 24 o poder das mulheres no universo dos mangás.

Durante os anos 1950 a 1960, os mangás shoujos, não eram nada bem, vistos, diante do mercado editorial, isso acontecia porque geralmente, os shoujos traziam história, bastantes simples e convencionais para as garotas muito jovens. As protagonistas dessas histórias, costumavam, ser estudantes, ingenuas, alegres, apaixonadas, correndo atrás de seus sonhos. Nessa época, o shoujo era dominado por homens, artistas que começaram suas carreiras com os quadrinhos para meninas, para depois migrar para o mangá, para o shōnen, os mangás, para meninos, como, por exemplo, Cavaleiros do Zodíaco, Inuyasha, etc. Nos anos 1970, começaram a surgir algumas obras de uma geração de mulheres quadrinistas conhecidas como Nijûyo-nen Gumi, o famoso grupo 24, como eu havia comentado acima, a origem do nome vem do ano de nascimento das autoras, datada no ano 24 da Era Shôwa (1926 – 1989), que na contagem ocidental seria aproximadamente 1949. 


 
 
 
 
 
 As principais artistas do Nijûyo-nen Gumi, o famoso grupo 24  são Riyoko Ikeda autora do mangá Berusaiyu no (Bara) (Lady Oscar ou A Rosa de Versalhes), publicada na revista Margaret Keiko Takemiya autora de Kaze to Ki no Uta (A Canção do Vento e das Árvores) na revista Shôjo Comic; Moto Hagio com a obra Tômasu no Shinzô (O Coração de Thomas) também publicada na Shôjo Comic; Waki Yamato criadora de Haikara-san ga Tôru (Haikara-san vai passar), lançada na revista Shôjo Friend. Ainda hoje, essas artistas revolucionárias continuam servindo de exemplo para muitos manga-kás.


Essas grandes mulheres ficaram conhecidas por inovar em shōjo manga (manga para meninas), trazendo novos gêneros, temas, perspectivas e técnicas, e é amplamente considerado como o criadoras do "shōjo moderno". Essas talentosas artistas, não apenas mudaram o mangás shoujo, como também, valorizaram o trabalho das mulheres nos quadrihos japoneses, por isso merecem serem lembradas. Muitas dessas autoras, tiveram dificuldade para publicar suas obras. Mas o importante, é que autoras como Riyoko Ikeda, conseguiu algo muito difícil naquela época, acabar com o machismo através de mangás, como A Rosa de Versalhes.


A Rosa de Versalhes e o fenômeno Pop criado por uma mangaká do grupo 24.



Riyoko tinha apenas 24 anos quando começou a escrever Rosa de Versalhes, movida, principalmente, por seu enorme interesse na história da França e na biografia da Maria Antonieta, o retrato de uma mulher comum do escritor austríaco Stefan Zweig. Riyoko Ikeda, ficou fascinada, pela biografia da Rainha, e decidiu criar um mangá que contasse a vida da Rainha da França, inspirado na biografia de austríaco Stefan Zweig, o que ela não imaginava era o quanto sua obra seria importante o shoujo mangá. Para crias a Rosa de Versalhes, Riyoko Ikeda, usou como referências em livros de história para criar o visual do palácio de Versalhes e se dedicou a absorver a estética do cinema ocidental para compor suas personagens. Ela também buscou referências em filmes  como O rei e Eu e Scaramouche. Recentemente, eu trouxe aqui no blog, uma entrevista de Riyoko Ikeda, que eu traduzi, onde ela comenta, que demorou dois anos, para ela reunir pesquisas históricas para criar a Rosa de Versalhes, para quem quiser ler a entrevista traduzida, o link está acima. Até Ikeda alcançar o sucesso com a Rosa de Versalhes, sofreu, no entanto, resistência de seu editor, que não acreditava que  um mangá histórico, fosse do interesse de mulheres e crianças, mas Ikeda insistiu em publicar sua obra, com a condição que se  Rosa de Versalhes, não fizesse sucesso, ela pararia a série e se demitiria.
Nasce então, uma personagem que inspirou meninas em uma época onde se aceitava, que  mulher deveria casar, ter filhos e serem donas de casa em tempo integral, essa personagem é  Oscar François de Jarjayes, a filha caçula do general François-Augustin Reynier de Jarjayes, que realmente existiu e dedicou sua vida a guarda real Francesa.



Foi exatamente, o estilo de vida de Oscar, que fez da Rosa de Versalhes um sucesso, havia meninas que sonhavam em ser como Oscar. Lady Oscar, era independente, forte, caridosa, mas sempre estava acompanhada de um pajem, Andre Grandier que se torna seu fiel e amigo.



Aos 14 anos, já uma talentosa, espadachim, Oscar recebe o honroso cargo de cuidar da proteção da Delfina Maria Antonieta, que viria da Áustria se casar com o delfim da França.
E assim nasce uma grande amizade entre Oscar e maria Antonieta. Devota a ela sua total atenção, como um samurai a seu mestre; a Rainha, no que lhe concerne, se encanta com a postura e elegância de sua guarda Lady Oscar a torna sua amiga.
Os primeiro acontecimentos do mangá, é dedicado a infância de Maria Antonieta na Áustria, logo após a vemos chegar em Versalhes, sua aproximação e de Luis XVI, sua briga por poder político dentro, do palácio de Versalhes, com a amante do rei  madame Du Barry que se torna sua rival, e temos seu primeiro encontro com o seu grande amor o  conde Hans Axel Von Fersen em um baile de máscaras e entre outros acontecimentos  da biografia da rainha.


 

 

Uma vez que a personagem de Oscar passou a se tornar mais popular,  ela acabou ofuscando a rainha e se tornando a verdadeira, rosa de Versalhes. As meninas se encantaram pelo estilo de vida da Comandante, e também se apaixonaram por André, que era um homem sensível e apaixonado, que embora não pudesse se igualar a Oscar em habilidade ou classe social, era leal e apoiava a mulher que amava em todas suas decisões, esse era o homem que qualquer mulher desejaria ter como marido.
A importância da Rosa de Versalhes na inovação dos mangás shoujos.
Riyoko Ikeda, em minha opinião, foi a autora mais importante do O Grupo do Ano 24 (24 年 組, Nijūyo nen Gumi ?), isso porque, Rosa de Versalhes, quebrou muitos tabus, e foi pioneira em diversos aspectos, como, por exemplo, foi o primeiro mangá shoujo a mostrar uma cena adulta dentro de um quarto, e tratar de assunto como o adultério sem julgar as personagens envolvidas. A própria Lady Oscar, é uma inovação, a Bela mulher vestida de homem, criada pelo pai para ser um soldado, como homem e com isso consegue crescer liberta das privações e dificuldades que eram vistas como próprias do gênero feminino, além das amarras da sociedade a tal gênero. Oscar também chama atenção de mulheres da corte e de Rosalie, mas em meu ponto de vista, elas se encantam com a figura masculina que Oscar representa. Mesmo assim, nenhum outro shoujo mangá mostrou algo desse tipo, antes da Rosa de Versalhes.

 


 

 Riyoko Ikeda, também mostrou  questão do assédio  é um exemplo.  O termo "assédio" ganhou a medalha de ouro no Concurso de Novas Palavras e Palavras-chave (流行語大賞の金賞/Ryuukougotaishou no Kinshou), mas 16 anos antes disso, Ikeda-sensei retratou uma cena onde Oscar é assediada no local de trabalho porque é mulher. Rosa de Versalhes, foi adaptada para o musical na Takarazuka Revue, para comemorar os 60 anos da companhia e essa peça foi um sucesso, tanto que salvou o teatro que já estava entrando em decadência diante da televisão e do cinema. Em 1979, Rosa de Versalhes ganhou uma adaptação em Live Action para cinema, dirigido por Jacques Demy, seguido uma série animada para TV.



 Talvez em breve posto  a segunda parte desse post sobre o famoso grupo 24. Fonte de pesquisa: Wikipédia  e Os quadrineiros.


Espero que tenham gostado!
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