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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

A Rosa de Versalhes”, um mangá ainda revolucionário (artigo traduzido).

Olá,queridos amigos da Lady Oscar,Sejam Bem Vindos!




  Pesquisando para o blog encontrei, mais um interessante artigo, sobre a impotência da Rosa de Versalhes, (ベルサイユのばら) uma obra revolucionária que mudou para sempre o gênero Shoujo (mangás para meninas adolescentes), dessa vez publicado o mês passado no jornal francês Le Quotidien.  Esse texto, não é muito diferente dos outros que eu traduzi, mas fala também sobre o mangá, a personagem Oscar, e temos também alguns comentários de Deborah Shamoon, uma especialista nestes campos na Universidade Nacional de Cingapura, ela também já comentou sobre a obra em outros textos, mas como é algo sobre Rosa de Versalhes, eu traduzi e trouxe para cá.
 
 
 Enfim, Tentei na medida do possível  ser fiel ao texto original, a é a única que havia no artigo do jornal francês, as outras usei para decorar o post. Para quem entender o idioma francês e tiver interesse em ler o artigo original o link encontra-se no link acima. Segue a tradução e deixarei para comentar no final do post. Desde já peço desculpas por possíveis erros.
 
 

 A Rosa de Versalhes”, mangá um ainda revolucionário (artigo traduzido).

 

“Alguns diziam que mulheres e crianças não entenderiam” uma obra abordando um tema histórico, lembra a autora do mangá, Riyoko Ikeda. (Foto: Kana)

 

 Fantasias, intrigas palacianas e amores fervorosos durante a Revolução Francesa: a famosa mangá A Rosa de Versalhes está atualmente em exposição em Tóquio e continua a surpreender mulheres japonesas de todas as idades, 50 anos após sua criação.

Inicialmente publicado como uma série entre 1972 e 1973 numa revista semanal japonesa especializada no gênero "Shoujo" (mangá para meninas e adolescentes), o trabalho gerou notavelmente uma série de animação de sucesso chamada Lady Oscar na França e musicais no Japão.

Sua história se concentra nos destino de suas duas heroínas: a Rainha Maria Antonieta e um personagem fictício, Oscar François de Jarjayes, uma jovem criada como um menino que se tornou capitão da guarda da soberana.

Sua história se concentra nos destino de suas duas heroínas: a Rainha Maria Antonieta e um personagem fictício, Oscar François de Jarjayes, uma jovem criada como um menino que se tornou capitão da guarda da soberana. "A importância e influência desta manga na cultura popular japonesa não pode ser exagerada", diz Deborah Shamoon, uma especialista nestes campos na Universidade Nacional de Cingapura. O trabalho tornou-se sinônimo de "uma estética luxuosa e rococó no Japão", que agora é usada em moda e cosméticos, diz a pesquisadora. 
 
 E Oscar é uma “heroína incrível”, porque embora seja uma comandante dos homens, “não tenta esconder a sua feminilidade”: é “forte e corajosa e cheia de compaixão pelos outros”, acrescenta. 

 

  

 Vinte milhões de cópias

 

Fotos de minha coleção Italiana.
 

 O caso de amor de Oscar com seu amigo de infância André, "que a admira por suas qualidades e não tenta mudá-la ou torná-la mais fiel aos estereótipos femininos", também foi marcante no Japão da época. Ainda hoje, “essa igualdade na relação heterossexual permanece rara na manga”, diz Deborah Shamoon. Até porque na época havia um "Abismo" ainda maior entre homens e mulheres no Japão e "alguns diziam que mulheres e crianças não entenderiam" uma obra que abordasse um tema histórico, lembrou a autora do mangá, Riyoko Ikeda, em um comentário publicado para a exposição em Tóquio.

Aos 24 anos, quando a Rosa de Versalhes estreou, ela prometeu "fazer um barulho" para provar que os céticos estavam errados. Mais de 20 milhões de exemplares da manga foram vendidos no mundo todo, e os numerosos espetáculos produzidos em torno da obra entre 1974 e 2014 pela revista Takarazuka - um grupo teatral japonês só de mulheres - atraíram nada menos que cinco milhões de pessoas.
 

A exposição em Tóquio apresenta notavelmente cerca de 180 desenhos originais do mangá, movendo-se com seus diálogos colados nas paredes. Na entrada, os visitantes - maioritariamente mulheres - têm o prazer de tirar fotografias com figuras de papel em tamanho real, com vista para um canteiro de rosas no meio de arcos brancos e dourados que imitam um corredor do Palácio de Versalhes.

Um trabalho subversivo

Rieko Takahama, 58 anos, é um dos primeiros fãs. "Era uma visão muito glamorosa do mundo. Foi muito popular em minha geração", diz ela, com os olhos cheios de nostalgia. Como muitos outros turistas japoneses atraídos pela manga na França, ela visitou o Castelo de Versalhes há dez anos. Uma espécie de peregrinação: "Eu não queria morrer antes de ir para lá! Minha mãe já vinha lendo esta manga há muito tempo, e graças a ela a descobri quando eu era pequena", diz Manami Suzuki, 22 anos. "Quando vi Oscar pela primeira vez, fiquei fascinado com o quanto ela era legal, bonita e forte", acrescenta este estudante. A Rosa de Versalhes também reflete a agitada vida política japonesa das décadas de 1960 e 1970. Oscar, que eventualmente se junta aos revolucionários e participa da tempestade da Bastilha, "fala muito sobre a desigualdade social e a necessidade das pessoas se levantarem e reivindicarem seus direitos", diz Deborah Shamoon.

Ela continua: esta mangá "traça um paralelo com os ideais da Nova Esquerda japonesa dos anos 60", movimento ao qual Riyoko Ikeda esteve próxima em sua juventude. Se sua dimensão política agora ganhou pó, A Rosa de Versalhes continua sendo um trabalho subversivo, de acordo com este acadêmico. "O foco em uma estética que apela para as meninas ainda é revolucionário, porque grande parte da cultura pop ainda é determinado pelos interesses de meninos e homens".

 

 A história

 


A história França, na primavera de 1770. A arquiduquesa Maria Antonieta, filha da imperatriz da Áustria Maria Teresa de Habsburgos, casou-se aos 14 anos com um Bourbon, futuro Luís XVI. A delfina é sempre protegida pela capitã da guarda real, Oscar François de Jarjayes, que não é outra senão a filha mais nova de uma respeitável família de soldados. Um dia, enquanto Maria Antonieta vai a um baile de máscaras na ópera, ela conhece um cavalheiro sueco, Axel de Fersen, e se apaixona por ele. Todos eles têm 18 anos. O encontro deles mudará para sempre o curso de suas existências.


Sempre que leio e faço traduções de artigos sobre a Rosa de Versalhes, eu fico admirada com amor que os fãs do mundo todo tem por Lady Oscar mesmo após 50- anos. Uma obra realmente revolucionária, que fala sobre feminismo, revolução Francesa, amores proibidos, e tudo isso na visão de uma jovem moça japonesa que na época tinha apenas 24 anos. Riyoko Criou sua personagem mais famosa Lady Oscar, sendo uma mulher corajosa e determinada assim como ela foi em sua juventude. 
 
 Ikeda, saiu de casa, ganhou seu próprio dinheiro, provou ao mundo que obras históricas poderiam, sim, encantar crianças e jovens garotas e conseguiu, com a Rosa de Versalhes, mudar a imagem do shoujo mangá. Embora Oscar, não seja uma figura histórica real, ela conseguiu inspirar e encorajar muitas meninas em uma época onde a desigualdade de gênero era enorme no Japão. No mês passado, aqui na minha cidade, São Paulo, tivemos um maravilhoso evento comemorativo dos 50 anos da Rosa de Versalhes, realizado, a  ABRADEMI  (Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações) e o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, com a participação da editora JBC, e do museu da imigração japonesa localizado no tradicional bairro Liberdade.  Compareci nos dias das palestras, exibições do anime dublado e no encerramento. Para quem quiser ler o post sobre o evento, o link está logo acima.


 
A palestra foi realizada pela Cristiane A Sato, autora do livro Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa, ela também é uma especialista na cultura do Japão e uma pessoa maravilhosa. Ela nos deixou a vontade para filmar, fotografar e até participar da maravilhosa palestra com exibição de imagens no telão.




Cristiane, falou um pouco sobre o Boom da Rosa de Versalhes nos anos 1970 e também mencionou a importância da personagem lady Oscar, que a princípio era uma personagem que Ikeda desenhou, para ser uma espécia de gancho, que daria ação e emoção para a história de Maria Antonieta, que foi um fato histórico real e que todos já sabiam como terminaria. Mas foi Oscar, quem encantou as jovens leitoras e veio se tornar a protagonista. Ela também mencionou o quanto a personagem influenciou as meninas japonesas que desejavam viver livremente  como Lady Oscar. Claro que o par romântico de Lady Oscar, não foi esquecido, afinal que mulher não gostaria de ter um André em suas vidas? Um homem, gentil, compressivo, apaixonado, respeitador e que, principalmente, não tenta mudar sua companheira e sempre a apoia em todas as suas decisões. Assim como Oscar, André é fictício, mas foi outro personagem inovador do Shoujo mangá, pois ainda hoje é difícil um personagem masculino como ele. André foi o sonho de marido ideal para as mulheres nos anos 1970. Em uma recente entrevista de Riyoko Ikeda, ela comenta que seu marido é como André. Fiquei feliz em saber que minha autora favorita está casada e feliz com um homem como o nosso querido André. Enfim, mesmo após 50 anos a Rosa de Versalhes continua sendo lida e passada de pais para filhos e netos um eterno amor por nossa querida Lady Oscar.
 
 


Espero que tenham gostado! Um bom final de semana a todos vocês amigos da Lady Oscar.


lady oscar identitàady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser!


























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