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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Comentando o primeiro volume do mangá Rosa de Versalhes de Riyoko Ikeda.


Olá, amigos da Lady Oscar, Sejam Bem Vindos!

 


Já faz um tempo, fiquei devendo a resenha dos cinco volumes do clássico mangá, A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) de Riyoko Ikeda, porem por falta de tempo, com a escola e provas, acabei não trazendo para cá. Mas como estou de férias, resolvi começar a resenhar os volumes dessa obra revolucionária, que em maio desse ano, completará 51 anos. A” Rosa de Versalhes” foi publicada originalmente entre 1972 e 1973 na revista feminina semanal “Margaret”, da editora Shueisha (集英社, Shūeisha), escrita e ilustrada por Riyoko Ikeda, na época, uma jovem com apenas 24 anos, que decidiu criar um mangá histórico sobre a trágica rainha da França. Sim, Rosa de Versalhes, era para ter como protagonista, Maria Antonieta. Lady Oscar, foi uma personagem, que Ikeda, criou como uma espécie de gancho, para dar ação e a moção na história, já que por ser um mangá, baseado em fatos históricos, todos já saberiam, o final de Antonieta. Entretanto, em uma época, onde existia um abismo de desigualdade de gênero no Japão, Oscar, com sua forte personalidade e enorme senso de justiça, acabou por ganhar popularidade entre as leitoras e acabou tornando-se a protagonista da história. 

 

Rosa de Versalhes,volume 1 edição brasileira JBC.



A jovem, autora Riyoko Ikeda, enfrentou muitos obstáculos em seu caminho, para conseguir publicar sua obra mais famosa. Isso deve-se ao fato que, nos anos 1970, acreditava-se que mangás históricos, não vendiam para crianças e mulheres. Rosa De Versalhes, tem como publico alvo meninas entre 10 a 18 anos. Por conta dessa crença, o departamento editorial da Revista Margaret (maioria homens), acabaram rejeitando a história, apresentada por Ikeda, acreditando que a obra seria um fracasso de vendas, para meninas com idades escolares. 
 

 


 Riyoko Ikeda, era bem jovem, ex estudante de filosofia, sonhava em ser escritora e não artista de mangá, ela saiu da casa dos pais e precisava, conquistar a própria independência, em entrevistas, contou, que chegou a trabalhar em diversos empregos de meio período, inclusive como atendente de um café. Nos anos 1970, havia uma enorme procura por desenhistas de mangas e como Ikeda estava precisando, de dinheiro, ela decidiu torna-se manga-ká. Rosa de Versalhes, foi inspirada na biografia Maria Antonieta, o Retrato de uma mulher Comum, do escritor austríaco, de origem Judaica, Stefan Zweig. Ikeda leu a obra de Zweig, quando ainda era uma estudante do ensino médio e se emocionou com a forma que o escritor retratou a história da rainha da França, antes vista por todos apenas com uma vilã, então, dessa biografia nasceu Rosa de Versalhes.

 


 

Sua heroína mais famosa, é Oscar François de Jarjayes, ela é fictícia, mas foi inspirada em algumas pessoas reais, como a Rainha Cristina da Suécia, que chorou alto e com sua voz forte e rouca ao nascer, sendo criada como um príncipe por desejo de seu pai, o rei Gustavo II Adolfo. Já O visual da Bela, mulher vestida de homem, foi inspirado no menino-bonito Björn Andresen que protagonizou o filme Morte em Veneza 1971 e a forte personalidade de Oscar, foi inspirada no campeão de boxe Mohammed Ali, que não mudou sua crença contra a Guerra do Vietnã mesmo após ter sido despojado de suas conquistas como boxeador em fevereiro de 1966.


As inspirações para Lady Oscar,foto editada por mim.



 

  Rosa de Versalhes, foi o primeiro mangá feminino histórico lançado no Japão, e uma das obras mais respeitadas até hoje, por revolucionar o Shoujo, que antes não era visto com bons olhos diante do mercado editorial, já que suas histórias costumavam ser fracas com protagonistas fracas e ingenuas, que apenas queriam realizar seus sonhos. Oscar, foi a primeira protagonista feminista, forte, fazendo um papel masculino e vivendo com as próprias escolhas, algo que não era comum, nos anos 1970 no Japão. Por outro lado, temos André Grandier, o par romântico de Oscar, sendo um homem, sensível, mais fraco em termos de personalidade, de origem humilde, o rapaz é órfão, seu único parente vivo é sua avó, que também trabalha na mansão dos Jarjayes, como governanta e babá de Oscar. André cresce ao lado de Oscar, está apaixonado pela moça, mas é incapaz de declarar seu amor a ela e sofre, durante quase toda a série. André, também, foi o sonho de marido ideal para as leitoras da Rosa de Versalhes, já que ele não julga Oscar, apoia a companheira em todas as decisões, algo que não era normal na época da serialização.

 
Ikeda, chegou a dizer em entrevista, que Oscar de fato seria um homem, um capitão, que no final da história lideraria um exército a favor do povo durante a revolução francesa. Mas Ikeda, nada entendia do psicológico masculino, por isso decidiu que Oscar seria uma mulher criada pelo pai como um soldado.



A autora, usava Oscar para expressar suas emoções, ela nunca concordou, com a desigualdade de gênero que existia na época da serialização da Rosa de Versalhes. Ikeda, contou em entrevista que chegou a receber a metade do que era pago, para os manga-kás homens que trabalhavam para a mesma revista, e quando ela perguntou o motivo, ouviu algo como," É normal um homem receber mais que uma mulher. Você é mulher, um dia se casará e será sustentada por um homem." Algo terrível, cruel, mas que de fato aconteceu.



 
 



Mesmo com toda a descrença dos editores da revista Margaret, Ikeda insistiu em publicar a sua história, prometendo que seria um sucesso de vendas, caso o oposto pararia imediatamente e se demitiria. Rosa de Versalhes fez a sua grande estreia no dia 21 de maio de 1972, seus personagens principais, são, Lady Oscar, Maria Antonieta, Conde Fersen e André Grandier. Dessa turma, apenas Oscar e André são fictícios, contracenando com figuras históricas reais. 


 



A história se passa, antes, durante à Revolução Francesa, fez um verdadeiro sucesso, entre as meninas desde sua estreia, graças a Oscar que ganhou os holofotes e os corações das jovens leitoras. Em 1974, após o final da série, Rosa de Versalhes foi adaptada para o palco do teatro feminino Takarazuka Revue. E quem diria que um shoujo mangá salvaria um teatro? O teatro feminino Takarazuka Revue, não costumava adaptar mangás em suas apresentações, entretanto, nos anos 1970, o teatro estava em decadência, diante da TV e cinema e eles precisavam de um revival e uma peça para comemorar os 60 anos da Companhia. Mesmo com receio em adaptar e a discordância de alguns fãs do mangá, a peça fez sua estreia, e foi um verdadeiro sucesso, o que provocou o bom da Rosa de Versalhes no Japão. Então, Rosa de Versalhes salvou o teatro Takarazuka. Em 1979, Rosa de Versalhes ganhou um filme Live action, intitulado Lady Oscar, dirigido por Jacques Demy e alguns meses após a estreia do filme, a Rosa de Versalhes ganhou um anime de TV que rendeu 40 episódio e fez um tremendo sucesso na Europa, principalmente na Itália.



Deixo abaixo a sinopse:

Em meados do século XVIII, na França, o renomado General Jarjayes recebe a notícia que será pai da sexta filha. Inconformado, por não conseguir ter um filho homem, para manter o nome, prestígio e a tradição militar da família, ele decide criar a sua filha caçula, como menino, visto que nesse período somente, homens podiam suceder o cargo. Lady Oscar frequenta o colégio militar onde se destaca, com apenas 14 anos, alcançando o honroso título de capitã da Guarda Real. Como seu cargo é de confiança, fica sob sua responsabilidade zelar pela proteção da princesa austríaca, Maria Antonieta, uma jovem da mesma idade de Oscar, sendo enviada a França.para se casar com o príncipe Luís XVI. Oscar passa a maioria do tempo no Palácio de Versalhes. Ela acompanha de perto pelo seu fiel escudeiro André Grandier, rapaz pobre, neto de sua babá e seu melhor amigo desde infância (que está apaixonado secretamente por ela), Oscar então, acompanha de perto o cinismo, as festas luxuosas e extravagantes e o estilo de vida da Corte Real.
 



Em outra entrevista, Ikeda chegou a comentar, que Rosa de Versalhes, foi passada de gerações, ela conheceu fãs, que leram sua obra quando crianças, e depois seus filhos também se encantaram com Lady Oscar e hoje Rosa de Versalhes está sendo lida para os netos dos primeiros leitores.

 


Já contei aqui no Blog, diversas vezes, que conheci A Rosa de Versalhes, através do meu pai, sim, ele era o grande fã da Lady Oscar, assim como é chamado o anime na Itália. Ele cresceu assistindo às aventuras da comandante Oscar, na TV e como na Itália o anime fez um tremendo sucesso, e por isso quase todo o material da Rosa de Versalhes é italiano. Meu pai colecionava tudo, que era lançado, desde álbum de figurinhas, revistas e até bonecas e outros brinquedos. E esse amor foi passado para mim. Quando tinha 5 anos, eu acabei encontrando uma boneca da antiga coleção da Rosa de Versalhes do meu pai, era Lady Oscar, com uniforme militar azul no armário do meu avô e me encantei com ela. Então, ele resolveu trazer toda a antiga coleção dele para casa e deu tudo de presente para mim e assim começou a despertar esse amor por Lady Oscar. Como Ikeda, mesmo disse Rosa de Versalhes é um amor que passa de geração. No meu caso passado de pai para filha. Rosa de Versalhes, não foi um desenho que encontrei na internet e nem fui atrás, foi algo que veio até mim através de um gosto de infância do meu pai, algo que tem uma forte ligação comigo e minha família.



Minha primeira boneca Lady Oscar pertenceu a coleção italiana do meu pai.







Agora, que já falei um pouco sobre a importância desse mangá, vamos ao mais importante, a resenha do primeiro volume, da história das duas Rosas de Versalhes, Maria Antonieta, a Rosa-vermelha e sua guarda real Lady Oscar, a belíssima Rosa-branca, a bela mulher vestida como um homem, apesar de ser militar e muito forte é uma moça pura, por isso representada pela rosa-branca.


Edição Brasileira d Rosa de Versalheseditora JBC



 

O mangá Rosa de Versalhes, começa com Conde sueco, Hans Axel von Fersen, conhecido também como Axel von Fersen, é ele quem nos apresenta a história. Fersen, foi o grande amor de Mari Antonieta, pelo que parece, não apenas na ficção mas também na vida.





 

O ano é  1775, o renomado general Jarjayes, aguarda ansioso o nascimento de seu filho caçula na esperança de ser pai de um menino (o general é pai de 5 meninas). A criança nasce, chorando alto e forte, mas ao invés do tão esperado herdeiro, nasceu mais uma menina, uma linda garotinha loira de bochechas rosadas e olhos azuis. O general fica desesperado, chega até a dizer que os nasceram 6 crianças e todas são meninas. Sem esperança de ter um filho homem, ele decide batizar sua caçula, com um nome masculino, Oscar François de Jarjayes e criar amenina como um rapaz, dar a ela um treinamento militar, para que um dia, Oscar possa se tornar o melhor general da França a serviço da família real.

 

 

 

 

 

 

 

No Início da história podemos ver nossos heróis ainda crianças, mas o tempo vai passando, eles viram adolescentes e adultos. O grande destaque desse primeiro volume, é Mari Antonieta, Ikeda focou até demais na infância da jovem princesa na Áustria e quase nada na infância de Oscar.




Vemos Antonieta, bem jovem, com 12 anos, uma criança criada com toda a liberdade, na Áustria, extremamente mimada, só faz o que deseja, não gosta de estudar, não tem muitos talentos para cantar, nem é boa aluna, na verdade, tira péssimas notas, deixando sua mãe a Imperatriz Maria Teresa furiosa. Já que Antonieta, estava destinada a ser a futura rainha da França.





Os primeiros capítulos, o foco é Maria Antonieta e o modo que ela está sendo preparada para se tornar a futura rainha da França. Mas como eu disse, ela é uma criança desatenta, péssima em quase tudo, exceto dança, ela se destaca por ser uma menina graciosa, pelo menos isso. Ela está prestes a completar 13 anos e suas notas em alemão e Frances são terríveis, já que a princesa, não tem interesse nenhum nas aulas particulares com seu professor e isso preocupa sua mãe, que é uma rainha modelo, preocupada com o futuro da filha. Mas como uma menina que nem consegue escrever corretamente em Frances, poderá ser a rainha da França?
 
  Na história real, Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena, foi uma arquiduquesa nascida na Áustria no dia 2 de novembro de 1755, a princesa teve uma infância despreocupada, bastante mimada por sua governanta, a condessa Brandeiss, que lhe fazia todas as vontades e lhe dava todo o amor maternal que sua mãe a imperatriz, nunca teve tempo dedicar-lhe, por estar sempre envolvida nos assuntos de Estado. Apesar de ter crescido com um certo mimo, Antonieta foi usada por sua mãe, Maria Teresa, como um "peão" no jogo político numa tentativa de estreitar os laços entre os dois inimigos históricos França e Áustria.
 




Antonieta tinha uma irmã mais velha, Maria Carolina de Habsburgo-Lorena, ela foi uma das figuras mais interessantes do século XVIII, tendo governando os reinos de Nápoles e da Sicília em nome do marido, além de ter oferecido árdua resistência ao imperialismo bonapartista. Há quem diga que ela seria uma rainha melhor para França, pois era mais inteligente, ambiciosa e tinha maior interesse em política. Antonieta, nunca teve influência em política de estado, e não foi uma grande rainha para a França.

 
 
 
Ikeda faz questão de mostrar, a preparação de Antonieta para se tornar rainha da frança e a negligência de sua mãe Maria Teresa na formação da jovem princesa. Ikeda, não responsabiliza Maria Teresa pelos erros da filha, ela descreve a imperatriz da áustria como uma grande rainha, uma governanta modelo, preocupada em unir os países inimigos através do casamento de Antonieta com o Luís XVI. Então ela prepara a filha, e espera que Antonieta cresça e madureça em Versalhes, tornando-se uma boa rainha, sem entender os problemas de sua filha. Então, os primeiros capítulos, mostram uma Maria Antonieta, bem jovem e entediada, desinteressada nos estudos e que só pensa em diversão.




Você está destinada a ser a futura rainha da França.
 
 
Muito foco na infância de Antonieta, quase nada na infância de nossa Lady Oscar. Sabemos que Rosa de Versalhes era para ser sobre Maria Antonieta, mas poderia ter mais destaque na infância da Oscar e André e também seria interessante mostrar mais do treinamento militar da nossa heroína. Oscar aparece muito jovem, treinando esgrima com seu pai e já é possível ver que a jovem tem muita habilidade em combate com espada.








Seu pai exige muito dela, afinal ele quer que Oscar seja o melhor general que França já conheceu e que seja a protetora de maria Antonieta. Temos um momento engraçado, O general Jarjayes derrota Oscar no treino e ela o chama de covarde e ainda mostra a linguá para seu pai, enquanto ele não está olhando. Ikeda tem muito senso de humor, então Rosa de Versalhes traz alguns momentos cômicos, que na certa tiram boas gargalhadas dos leitores.

No anime temos algumas diferenças, Oscar aparece no primeiro episódio, treinando esgrima, sim, porem não é com seu pai, é com seu amigo de infância André e, na verdade, nem é um treino, apenas uma brincadeira entre os dois.
 


 
Continuando, O general Jarjayes quase pega Oscar fazendo sua malcriação, tipica de criança, mas Oscar morde a própria linguá, outra cena que me fez rir muito. O general, então, conta a sua filha, que a futura rainha pode ser uma princesa austríaca, uma das filhas da grande imperatriz da Áustria Maria Teresa. Ele comenta sobre a beleza da jovem princesa e diz que se ela realmente se tornar a rainha, provavelmente, Oscar seria a responsável pela segurança de Antonieta, e por isso, ela deveria treinar muito para se tronar a guarda de Maria Antonieta.
 

Oscar se anima ao ouvir falar da Rainha e parece se sentir honrada, mas, simultaneamente, um pouco insegura, mas em geral, ela aceita bem a ideia de cuidar da proteção de Antonieta. Outra coisa,que preciso comentar, é que o pai de Oscar é o único que a trata como ele ao invés de ela.
 

 
 
No anime, Oscar a princípio rejeita a ideia de proteger Antonieta e se recusa de vestir o uniforme, mas isso não existe no mangá original de Ikeda.


Voltando a Maria Antonieta, ela continua se preparando, continua desatenta e entediada, mas chega a hora dela ser enviada a França. Antonieta, chora por ter que deixar a Áustria para trás, afinal, ela terá que desistir de seus sonhos, sua liberdade e se adaptar viver em outro país. Isso sem mencionar o fato, que irá se casar com um estranho, apenas por um tratado de paz entre os países inimigos.
 
 

 Outra coisa que preciso comentar, Antonieta não é sequestrada como é mostrado anime Lady Oscar. Na versão animada da Rosa de Versalhes, Antonieta ao chegar na França é vítima de um plano e acaba trocando de lugar com uma suposta empregada(na verdade, é um homem), e acaba quase sequestrada, mas é salva a tempo por Oscar. Na verdade, essa cena, é bem legal, mas não existe no mangá de Ikeda, ela foi feita apenas para colocar Oscar em ação, já que na época a moda era desenhos com duelos de capa e espada.
 
 

 No mangá original, quando Antonieta chega na França, sua carruagem é escoltada por Oscar, a jovem conquista o posto de capitã da Guarda real de Maria Antonieta, e acompanha a moça durante seu percurso. Antonieta, descobre, então, que, na verdade, seu guarda real, é uma mulher. Antonieta está acompanhada pela condessa Noailles, e é ela quem conta, sobre Oscar, a filha do general Jarjayes que apesar de ser mulher conseguiu a posição de capitã da guarda real. Antonieta fica admirada com sua guarda.
 
 
 
Antonieta é anunciada Oscar entra na frente da futura rainha, então vemos como a princesa é recebida com muita alegria pelo rei Luís XV, o avô de seu futuro marido, Luís XVI. O rei receber Antonieta, com grande entusiasmo, ergue a princesa do chão e parece estar muito feliz com o casamento da jovem austríaca com seu neto, porem, toda essa recepção calorosa e cheia de entusiasmo, é da parte do rei, já que seu futuro marido, o príncipe Luís XVI, é um jovem extremamente Tímido, que não dá a mínima para sua futura esposa. 





 

Antonieta ganha um beijo de seu futuro marido, mas um beijo sem amor. A falta de amor que levou Antonieta a viver uma vida solitária, entregando-se ao luxo e extravagancias, algo que Ikeda faz questão de mostrar no mangá Rosa de Versalhes.
 

 
 
 
A vida luxuosa que levava o dinheiro, gasto com  vestido e joias, era, na verdade, uma forma de fuga, de um casamento horrível, que demorou 7 anos para ser consumado, mesmo assim Maria Antonieta e Luís XVI tiveram quatro filhos, mas apenas um deles chegou à idade adulta.  Sua primogênita, uma garota, chamada Maria Teresa Carlota, seu nome foi uma homenagem á avó materna.
 



Ikeda, retrata bema vida de Maria Antonieta, uma jovem, que sonhava em conhecer o amor verdadeiro, sua infeliz união com o futuro Luís XVI, apenas para selar um tratado de pais entre dois países inimigos, França e Áustria, como eu disse no início, ela foi usada por sua mãe em uma estratégia politica. O lema da Casa dos Habsburgos  diz "Bella gerant alii; tu, felix Austria, nube" (“Deixe que os outros façam a guerra, tu, feliz Áustria, casa-te”.) Quando estudamos a história da maioria das princesas, observamos que muitas foram infelizes, mas em minha opinião Antonieta foi uma das mais infelizes.
Rosa de Versalhes, não é uma história triste, pelo contrário, ela cheia de aventuras, duelos com espadas, tem um pouco de humor, mas a vida da rainha da França, é uma história real e ela foi, sim, uma grande sofredora.


Toda a história que se preze precisa de um vilão ou vilã em Rosa de Versalhes, não temos uma, mas sim, três vilãs. Jeanne, Condessa du Barry (não é bem uma vilã, na verdade, rival de maria Antonieta). E Condessa de Polinac, essa então é uma das piores, e quem mais ajuda acabar com a reputação da rainha, mas vou, deixar para falar dela depois, talvez em outra resenha.
Jeaane, é uma garota que vive  com a irmã mais jovem, Rosalie e com a pobre mãe, uma senhora trabalhadora, que se esforça o máximo que pode para criar as duas meninas. Rosalie, não é sua filha legítima, na verdade, é filha secreta da Condessa de Polinac. Jeanne, por outro lado, é realmente filha da pobre mulher, que trabalhava como empregada na casa do último membro dos Valois, o ramo da dinastia capetiana que reinou na França entre 1328 e 1589. Sucedeu ao Capetíngios diretos e precedeu os capetíngios Bourbons. Essa jovem, sonha com uma vida melhor, cercada de luxo e já adianto aqui que ela é uma das piores vilãs da Rosa de Versalhes, apensar que acho a Polinac pior, já que essa ultima se faz de amiga de Antonieta e, na verdade, só a prejudicou, fora que tenta eliminar Oscar já que a guarda de Antonieta, é uma pedra em seu caminho de maldades.
 

 

Ikeda chegou a dizer, que o título do mangá não está no singular e sim no Plural, então seria As Ross de Versalhes, cada rosa representa uma das mulheres da história. Os destaques são Maria Antonieta (Rosa Vermelha) Oscar (Rosa Branca), Rosalie (Botão de Rosa cor de rosa), (Jeanne Rosa negra), (Condessa de Polinac Rosa-amarela), não sei que Rosa seria a Condessa Du Barry Ikeda nunca revelou.



Conhecemos as vilãs Vamos falar agora sobre a outra  heroína e aquela que ganhou os holofotes tonando-se a protagonista.
 
   Oscar François de Jarjayes, a capitã da guarda real de Maria Antonieta. No início, ela também é bem jovem, com a mesma idade de Antonieta, mas ela é uma perfeita moleca, já que foi criada como um menino e é feliz dessa forma. Oscar tem uma babá, Nanny seu nome, na verdade, é, Marron glacé, (nome de um doce fino Frances preparado com castanha-portuguesa cozida em xarope de açúcar). Nanny, é uma bondosa velhinha que trabalha na mansão dos Jarjayes como babá de Oscar, ela também é a avó e único parente vivo de André. A simpática ama-seca, nunca esteve e acordo, com a ideia de Oscar ser criada como um menino, então ela tenta fazer nossa heroína usar u vestido na corte francesa a todo custo. Claro que Oscar não concorda, com a ideia. Temos outro momento engraçado, Oscar diz a Nanny que não usará o vestido e que, na certa, o general Jarjayes decapitaria a pobre senhora. A maneira que Ikeda brinca com o Humor, até mesmo na forma de desenhar, é muito divertido.
 
 




Oscar é muito popular na corte francesa, inclusive as moças da corte a admiram, já que mesmo sendo uma mulher a figura que representa é masculina, ela seria o partido ideal se fosse um homem. E essa popularidade de Oscar é quem leva a condessa du Barry, tentar usar sua mãe na disputa com Antonieta.


Antonieta, faz sua estreia na corte de Versalhes e se depara com uma mulher arrogante, que age como se fosse uma rainha, e descobre que ela, se comporta de tal forma, porque é amante do rei Luís XV. A jovem princesa  descobre que ela é uma mulher de baixo nível, e recusa-se a dirigi-lhe a palavra, dando início, assim, uma disputa por popularidade entre as duas moças. Antonieta, foi obrigada a conversar, dirigir a palavra a favorita do rei, já que o tratado de paz entre França e Austria quase foi desfeito, então no ano novo de 1772. A cena não é muito diferente do anime, a princesa fala pela primeira vez com a condessa Du Barry, e sai chorando sentindo-se derrotada e humilhada, mas é consolada por Oscar.
 
 
 

 
Também nesse volume conhecemos a doce Rosalie, a menina humilde, irmã adotiva da vilã Jeanne, terá sua história cruzada com a de Lady Oscar, já que sua mãe adotivo morre atropelada e a menina jura vingança a nobre que a atropelou. Oscar leva Rosalie para casa, e tenta ocupar a menina com estudos e ensinando-lhe  esgrima. Muita gente acredita que exista, elementos Yuri em Rosa de Versalhes, mas não, Ikeda não fez isso nessa obra. Rosalie, é para Oscar como uma irmã adotiva e nada mais, já Rosalie tem uma certa admiração por Oscar. E também não podemos esquecer do conde Fersen, que topa com Rosalie e mais tarde vai se tornar o amante de Antonieta.
 


Os mocinhos dessa história são André e Fersen.  André, o rapaz pobre e fiel escudeiro de Oscar, ele está apaixonado secretamente por ela, mas nesse primeiro volume quase não tem destaque. Já O conde suéco Fersen, é o amor de Maria Antonieta  e interesse romântico de Oscar. Mesmo sem muito foco,  André vai crescer e ter um destaque maior nos póximos volume
 
  
 






Maria Antonieta, conhece seu amado durante um baile de máscarasa jovem, sai escondida para se divertir, usando uma máscara preta e lá temos  o primeiro encontro dos nossos três heróis.

 Fersen e Antonieta se apaixonam a primeira vista na noite do baile de máscaras, Oscar, apesar de ser a capitã da guarda de Maria Antonieta e viver como um homem, acaba se apaixonando por Fersen, mas, por outro lado, ela tem responsabilidades com a futura rainha da frança, e sabe bem qual é seu dever, por isso ela decide afastar o conde Fersen da corte de Versalhes. A reputação de Maria Antonieta estava em jogo e ela, como capitão da guarda da princesa, deve protegê-la a todo custo.

 
  No final desse volume existe uma espécie de paralelo entre as personagens. Rosalie aparece, penteando os cabelos de Oscar, e fica nervosa e tremula com a presença da jovem comandante e acaba deixando a escova cair no chão. O mesmo acontece com nossa heroína quando descobre que o conde Fersen voltou a França.
 
 
Figurinos:

Riyoko Ikeda, não foi muito fiel com os figurinos, principalmente o uniforme de Oscar. Em entrevista, Ikeda disse que só uniforme da comandante era napoleônico, porque ela achava os uniformes do tempo de Antonieta feios. Ela, também, admitiu que cometeu alguns erros na arquitetura do palácio de Versalhes, por exemplo, o teto era mais alto  do que ela havia desenhado e isso ela só foi ver mais tarde, quando eve a chance de visitar a Paris.






Pequenos erros na tradução brasileira.
 
 

A edição da JBC está linda, só lamento por não ter as páginas coloridas. Porem, encontramos alguns pequenos errinhos, coisa atoa, e até normal de acontecer. Temos uma cena, onde O general Jarjayes está conversando com Oscar,  ele diz "Vossa majestade"quando se refere ao rei para sua filha. O correto séria sua majestade. Ele está comentando sobre o monarca e não conversando com ele.  Quando alguém conversa com o rei deve-se dizer vossa majestade, mas seu estou falando sobre o rei, o correto seria sua majestade.

Enfim, essa foi a resenha do volume 1 do mangá Rosa de Versalhes, um clássico de Riyoko Ikeda. Me perdoe se ficou muito longo e se eu tiver tempo trago o volume 2 no próximo final de semana. Desculpe-me se ficou muito longo. Para quem quiser comprar o volume 1 da Rosa de Versalhes, basta clicar no link acima, já que na Amazon, está indisponível.
 
Leiam o mangá,eu super recomendo.


Finalizando um aviso:
Esse texto, é de minha autoria, escrito com supervisão de minha mãe, que assim como meu pai também é fã da Rosa de Versalhes. As informações, vieram de pesquisas, leitura do mangá original e entrevistas de Riyoko Ikeda. Algumas fotos são da edição brasileira da JBC, outras de minha coleção pessoal. Resenha de mangá pode ser feita por qualquer pessoa, ninguém tem os direitos autorias dessa obra, a não ser a Riyoko Ikeda e as editoras que o publicam. Pode conter semelhanças em outras resenhas, sim, pois se trata da mesma obra e do mesmo volume. Então deixo como aviso que se alguém sair dizendo que esse texto, foi copiado de seu site pessoal, é mentira! Tenho como provar que esse texto é de minha autoria e as fotos são de minha coleção pessoal.
 
 
Espero que tenham gostado! Em breve trago as Resenhas dos volumes 2 e 3.


lady oscar identitàady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser!







 

 

 

 

 

 

 









 


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