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sexta-feira, 26 de abril de 2024

A Colaboração de Riyoko Ikeda com o o antigo santuário Shimogamo em Kioto. Quem são Murasaki Shikibu e Tamayori Hime desenhadas por Ikeda?

 

Olá, queridos amigos da Lady Oscar,Sejam Bem Vindos!

 

 

 

 Conforme eu já havia comentando em posts anteriores, Riyoko Ikeda, autora da Rosa de Versalhes, fez um belíssimo desenho de Murasaki Shikibu (紫式部), para um belíssimo Goshuin (御朱印), que será vendido no antigo santuário Shimogamo em Kyoto por ocasião do festival Aoi.  Eu havia traduzido alguns artigos sobre as ilustrações, porém uma seguidora ficou em dúvida sobre o que se tratava, então resolvi abrir um post explicando todos os detalhes.  Primeiramente, trata-se de uma colaboração entre Riyoko Ikeda e o templo Shimogamo, para quem não sabe, esse é um dos mais importantes e antigos santuários xintoístas, japonês.  Pois bem, Ikeda e o Santuário se uniram para a criação de um goshuin-mangá, que passará a ser vendido nesse antigo templo no dia primeiro de Maio. Mas sobre o que se trata esse selo? Para quem não conhece, é uma espécie de amuleto colecionável. No Japão, é bastante comum encontrar pessoas que colecionam esse tipo de amuleto.

 



Também estará disponível na mesma data um segundo selo desenhado por Ikeda com a ilustração da deusa Tamayori Hime, que para quem não sabe, foi a mãe do primeiro imperador do Japão e considerada a mais bela dividade japonesa. O site Mag Japan explicou que existe algo chamado Kawai Shrine Award, já que esses selos goshuin são artigos de coleção.


Tamayori Hime ilustração de Riyoko Ikeda Caligrafia  de Maaya Wakasugi.




Riyoko Ikeda foi responsável por ambas as ilustrações, já a caligráfia dos selos foi criada por Maaya Wakasugi. Trata-se de selos especiais e limitados, terá sorte quem conseguir ter um desses. Agora que já expliquei do que se tratam as ilustrações e os selos colecionáveis, explicarei quem são Murasaki Shikibu e Tamayori Hime e qual é a importância dessas duas mulheres para os japoneses.

Murasaki Shikibu


Começando por Murasaki Shikibu (紫式部), conhecida no ocidente como Lady Murasaki, 973 ou 978 - 1014 ou 1031) ela foi uma importante romancista japonesa, poetisa e dama de companhia na corte imperial durante o período Heian. Ela é mais conhecida como a autora do Genji Monogatari ("A História dos Genji"), escrito no século XI, considerado por muitos historiadores o primeiro romance da literatura no mundo.





 Desde muito jovem, ela teve contato com o ambiente literário da época, algo nada comum, pois nessa época as mulheres não eram encorajadas a tal coisa. Mesmo assim, Murasaki Shikibu se destacou como estudiosa dos clássicos chineses e budistas.

Na sociedade medieval, as mulheres da corte japonesa, embora muito privilegiadas em comparação com as das classes mais baixas, sempre estiveram sujeitas a limites e regras. Mulheres costumavam ficar totalmente isoladas do mundo externo e, como se não bastasse, elas também viviam limitadas pela própria língua, visto que desconheciam o vocabulário da linguagem culta, que, nessa época, era então de uso exclusivo dos homens.

A despeito das circunstâncias, houve um grupo de talentosas e corajosas mulheres japonesas, que resolveram criar a melhor literatura da época, dentre as quais Murasaki Shikibu é o nome mais eminente. Ela foi sem dúvida uma das mulheres mais importantes da história do Japão.
Durante o período Heian, assim como na Grécia clássica, no Islã, na Índia pós-védica e na Europa medieval, as mulheres estavam proibidas de ler o que se considerava literatura séria: deviam restringir-se à diversão banal e frívola das novelas e fábulas que os eruditos confucianos desprezavam..


Tamayori Hime:


Agora chegou a vez de falar sobre a outra mulher que Ikeda desenhou para o goshuin (御朱印), que será vendida no antigo santuário Shimogamo. Trata-se da deusa Tamayori Hime, adorada por muitas mulheres japonesas. Ela é mãe de Jimmu (神武天皇), o primeiro imperador do Japão, e irmã de Toyotama-hime , avó do Imperador. Toshio Akima, do Centro Internacional de Pesquisa para Estudos Japoneses, considera provável que Tamayori-hime não seja irmã de Toyotama-hime, mas que as duas devam ser consideradas aspectos da mesma divindade única.

 

 

 

Tamayori Hime ilustração de Riyoko Ikeda





 A palavra tamayori-hime é um termo genérico para xamãs que dedicaram suas vidas exclusivamente a suas divindades. O folclorista japonês Kunio Yanagita defendeu a visão de que tamayori-hime significa "uma mulher consagrada a quem um espírito desce" e que as relações íntimas entre os dois ajudaram a gerar a crença nas divindades do par mãe-filho.  Para explicar melhor, segundo o winkipédia, a linha de sucessão é baseada da seguinte forma: os filhos de Tamayorihime também são chamados de Gose no Mikoto (厳稲の命), Inahiron no Mikoto (命氷の命) e Mogonuma no Mikoto (御食主の). ).命), e Wakamogonuma no mikoto, pensa-se que eram sacerdotes que possuíam espíritos de grãos.


Segundo informações do Winkipédia, na mitologia japonesa, Tamayori-hime é filha do deus dragão marinho Watatsumi e irmã mais nova de Toyotama-hime. Quando Toyotama-hime abandonou seu marido Hoori, ela enviou Tamayori-hime para cuidar de seu filho Ugayafukiaezu, embora na versão Nihon Shoki da lenda, Tamayori-hime acompanhe sua irmã ao mundo humano quando ela estava prestes a dar à luz. A criança nasceu e, quando estava mais velha, ela se casou com sua tia, que lhe deu quatro filhos, o mais novo se chamava Jimmu, que se tornou o primeiro imperador do Japão.

Em um artigo que traduzi no primeiro post, quando saiu a notícia, dizia que Tamayori-hime é uma deusa adorada por mulheres japonesas, pois, segundo a crença, ela realiza o desejo das moças de se tornarem ainda mais belas.


Riyoko Ikeda é uma autora de mangás que se tornou referência em mangás shoujo, ela também é uma das Mangá-kás mais importantes e respeitadas de todos os tempos. Sua obra mais famosa é A Rosa de Versalhes, de 1972. Não é à toa que Ikeda tenha sido escolhida para desenhar essas duas importantíssimas mulheres da cultura japonesa. Ao desenhar Murasaki Shikibu   Ikeda disse as seguintes palavras: "A maneira como ela olha para o pergaminho em branco à sua frente e a maneira como segura o pincel na mão ecoam os sentimentos dos fiéis, que também desejam uma história com final feliz. Os traços de Ikeda são belíssimos, porém a maioria dos fãs, assim como eu, prefere seus traços antigos dos anos 1970. Entretanto, essas ilustrações ficaram lindas!  Eu adoraria ter um desses selos, mas acho bem difícil conseguir um, mas quem sabe, nada é impossível.




Já o Santuário Shimogamo-jinja é importante dizer que se trata de um dos mais antigos e venerados santuários japoneses, localizado em kyoto. Uma curiosidade é que os fiéis costumam banhar seus pés na Lagoa Mitarashi para lavar os pecados e as doenças, e para garantir um parto seguro. Hoje, o santuário Shimogamo-jinja é tombado pela UNESCO.

 

o Santuário Shimogamo(下鴨神社) em Kyoto.



Enfim, espero ter explicado se tratar de uma colaboração interessante, já que esses preciosos amuletos são hoje considerados souvenirs e também artigos de coleção.


Enfim, é isso, obrigada pela visita de vocês! Nos últimos dias, o blog está recebendo inúmeras visitas por dia, então agradeço de coração por gostarem do meu trabalho.


Espero que tenham gostado! Daqui a pouco tem mais!^^

 

Um bom final de semana a todos vocês amigos da Lady Oscar.

 


ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 

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Lady Oscar diz..
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