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Continuemos a falar sobre ,A Fuga para Varennes, um fato histórico, ocorrida na noite de 20 para 21 de junho de 1791, foi uma tentativa frustrada do rei Luís XVI e sua família de deixarem Paris durante a Revolução Francesa. A fuga tinha como objetivo chegar à cidade de Montmédy, uma fortaleza monárquica, onde o rei esperava reorganizar um exército e restaurar seu poder. No entanto, a família real foi reconhecida e presa em Varennes-en-Argonne, antes de conseguir alcançar seu destino. Este evento teve graves consequências para a monarquia francesa, minando a confiança no rei e acelerando o processo revolucionário que levaria à sua queda. Um fato histórico, retratado por Riyoko Ikeda em Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら), então essa será a segunda parte do especial, com o que deixei de comentar.
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Cena do anime Lady Oscar Rosa de Versalhes. |
Já fiz posts comentando a data, mas para quem não leu, aqui vai um resumo que resultou na captura dos Monarcas, um episódio crucial na história da revolução francesa. Para explica de forma rápida, Na manhã do dia 21 de junho de 1791, o povo de Paris estava em polvoroso. Tudo por causa da notícia da partida da família real da cidade na noite anterior, bem debaixo dos narizes da guarda. Há muito que os boatos sobre a possibilidade da fuga de Luís XVI eram correntes, mas poucos lhes davam credito, uma vez que o rei, a rainha e seus filhos eram mantidos sobre intensa vigilância no palácio das Tulherias. Uma vez constatada a ausência dos cativos, a euforia tomou conta do povo e da Assembleia, que rapidamente expediu um mandato de prisão aos 83 departamentos do reino. O temor de que Luís se juntasse às tropas inimigas para sitiar a capital era muito grande. Nesse caos instalado, era de suma importância que ele fosse encontrado antes que cruzasse a fronteira austríaca e arquitetasse a contrarrevolução. Tal episódio se constitui num dos eventos mais dramáticos das vidas de Luís XVI e Maria Antonieta. “A fuga de Varennes”, como ficou posteriormente conhecida, destruiu de uma vez por todas a imagem do rei enquanto pai da França e abriu espaço para a ideia republicana, que traria consigo consequências indeléveis tanto para a monarquia quanto para o destino da família real francesa.
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Quadros mostram cenas da Revolução Francesa / Crédito: Arquivo Aventuras na História |
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Gradualmente, os pilares do absolutismo francês eram derrubados. Em 26 de dezembro de 1790, o soberano foi obrigado a aprovar a Constituição Civil do Clero, que transformava os padres em servos do Estado e não de Roma. Temendo uma revolta popular, caso se recusasse a assinar tal decreto, Luís o sancionou a contragosto. Na ocasião, ele dissera que “prefiro ser rei de Metz do que continuar sendo rei em tais condições”. Foi a partir desse dia que ele tomou a decisão de deixar Paris e lutar contra a Revolução. Em seguida, começaram os planos da fuga, arquitetados pelo general Bouillé e pelo conde Fersen, amante de Maria Antonieta. Após muita deliberação, chegou-se ao seguinte acordo:
A Fuga:
Luís XVI, Maria Antonieta, os filhos, madame de Tourzel e madame Elisabete (irmã do rei), partiriam na mesma carruagem. Iriam para Montmédy, uma cidade-fortaleza, localizada na região sob o comando de Bouillé, que poderia ser preparada sem despertar suspeitas do público. Montmédy tinha a vantagem de ser muito próxima à fronteira, poderia ser facilmente alcançada por reforços externos. Se as coisas corressem mal para a família real, não seria difícil deslocar-se para território austríaco. […] Após cuidadosa deliberação, resolveu-se que a carruagem real seria escoltada por soldados somente após chegar a Châlons-sur-Marne, isto é, a mais de 150 quilômetros de Paris (LEVER, 2004, p. 276–7).
Entretanto, a parte mais difícil do plano seria deixar o Palácio das Tulherias. Essa parte ficou sob inteira responsabilidade do grande amor de Maria Antonieta, conde Fersen, que a administrou com sucesso. Tampouco Luís tinha uma ideia para a reconquista do reino, depois que tivesse partido. Quem ficou ao encargo disso foi o barão de Breteuil, que contava com o apoio da rainha para rogar junto aos demais monarcas europeus para que se juntassem numa intervenção militar contra os súditos rebelados da França. Assim sendo, Maria Antonieta manteve uma intensa correspondência clandestina com seus parentes e aliados, o que a tornava evidentemente numa traidora. Para ela, o que estava em jogo era a manutenção dos poderes absolutos da coroa, que seria herdada por seu filho. Dedicou-se com afinco a esta empresa, mas obteve pouquíssimos simpatizantes, além do rei Gustavo III da Suécia. Impedir o avanço dos ideais da Revolução e enfraquecer politicamente a França era muito mais interessante para os outros países do velho continente do que auxiliar a uma família real, que estava prestes a perder sua majestade. Nem mesmo o imperador, Leopoldo II, irmão da rainha, assumia uma postura firme quanto ao destino de Maria Antonieta, de seus cunhado e sobrinhos.
Entretanto, conforme explicado no artigo anterior, essa fuga não terminou bem, os monarcas foram pegos em Varennes, a poucos quilômetros da fronteira, em 21 de junho de 1791. Críticos alegam que houve falhas no plano, como a lentidão e a indecisão do monarca ao longo de todo o estratagema favoreceu a recaptura – ele teria demorado horas para deixar as Tulherias e, uma vez na estrada, teria parado para conversar com seus anfitriões. Sem saída, tiveram de regressar sob escolta, vistos como traidores.
Sem saber o que fazer, diante dessa atitude do irmão e de outros reis europeus, Maria Antonieta disse ao embaixador espanhol que “de longe é fácil aconselhar prudência e contemporizar, mas não ao ter a faca na garganta. Se as outras cortes não salvarem a família real da situação em que se encontra, deve-se temer, e até mesmo esperar, que encontrem-se na mesma situação”. Analisando essas palavras hoje, pode-se atribuir facilmente a elas um caráter quase profético. Cansada de esperar, a rainha deu prosseguimento aos preparativos para a fuga, sem se importar com a opinião dos outros reis e do imperador, que a aconselhava a persistir no jogo duplo até que a situação se mostrasse mais favorável. Mesmo sem garantias de Leopoldo II, o rei e a rainha marcaram a data da fuga para 20 de junho. Durante aquele dia, o casal real se esforçou ao máximo para manter suas atividades no mais aparente grau de normalidade, de modo a não levantar a mínima suspeita na criadagem do palácio: passearam com os filhos pelos belos jardins Tivoli, onde se exibiram ao público curioso. Ao retornar, informaram à Guarda Nacional que fariam outro passeio como aquele no dia seguinte. À noite, a família ceou na companhia do conde e da condessa de Provença, onde os últimos detalhes do plano foram repassados. O rei foi visto pela última vez em seu quarto às 23:20, quando as pesadas cortinas do seu leito foram formalmente fechadas por seus criados.
Com efeito, às 7 horas da manhã seguinte, terça-feira, 21 de junho, quando foram abertas as cortinas da cama do rei, descobriram que o leito real estava vazio. Às quinze para as oito, quando começaria o despertar ritual da rainha, foi constatado que sua cama também estava vazia, sim, haviam fugido, ou pelo menos tentado fugir, pois o plano acabaria dando errado.
Logo, em seguida, começaram os gritos por toda Paris: “Eles se foram! Eles se foram!” Eram onze horas quando uma multidão irada se reuniu sob as janelas do palácio das Tulherias, gritando insultos para a família que havia abandonado a casa. Imediatamente, a Assembleia achou prudente responsabilizar os inimigos da Revolução pelo rapto da família real. Luís seria então reconduzido ao trono e absolvido por antecipação. Porém, as intensões do rei ao fugir foram divulgadas numa carta que Luís havia deixado para trás, assinada no dia 20. Conforme cita Antonia Fraser:
Nesta longa peça acusatória, o rei denunciava a Revolução e afirmava que seus atos haviam sido fruto de coação: “Por haver perdido a esperança de que seus súditos voltassem à razão, resolvera partir de Paris com a família. […] prometia que, ao regressar para impor a Constituição de sua escolha, esqueceria as ‘injustiças’ de que fora alvo” (LEVER, 2004, p. 284). Após a leitura desse documento, que enumerava todas as afrontas que o rei suportou ao longo dos meses em cativeiro, a multidão berrava do lado de fora. Enquanto isso, um grupo de viajantes trilhava alegremente as estradas do nordeste da França. Era composto por Monsieur Durand, o valete; Madame Rochet, a dama de companhia; e Rosália, babá de duas meninas. Estavam a trabalho da baronesa de Korff, uma aristocrata russa de meia-idade, proprietária da berlinda na qual todos viajavam. Para um simples observador, poderia se tratar de mais um grupo de viajantes a caminho da fronteira. Somente uma análise atenta conseguiria reconhecer a família real disfarçada por trás daquelas roupas simplórias. Tudo estava correndo conforme o previsto e o espírito de liberdade já tomava conta dos passageiros. Em breve, estariam em segurança, reunidos aos demais parentes e amigos e dispostos a liderar a contrarrevolução. Ou, pelo menos, era isso que imaginavam.
Notas do site Rainhas trágicas:
De acordo com Antonia Fraser, a notícia da fuga da família real foi dada em Bruxelas ao conde Mercy d’Argenteau, pela chegada do cofre da rainha “que continha uma caixinha de marroquim vermelho para a ‘irmã’ (Maria Cristina), letras de câmbio no valor de 600.000 ou 700.000 livres e cerca de 20.000 livres em dinheiro” (FRASER, 2009, p. 368).
O conde e a condessa de Provence haviam decidido fugir separadamente. O irmão do rei se passaria por um inglês a caminho de Bruxelas na companhia de um amigo, enquanto sua esposa seguiria por outra rota com uma de suas damas.
Enfim, conforme explicado no artigo anterior, essa fuga não terminou bem, os monarcas foram pegos em Varennes, a poucos quilômetros da fronteira, em 21 de junho de 1791. Críticos alegam que houve falhas no plano, como a lentidão e a indecisão do monarca ao longo de todo o estratagema favoreceu a recaptura – ele teria demorado horas para deixar as Tulherias e, uma vez na estrada, teria parado para conversar com seus anfitriões. Sem saída, tiveram de regressar sob escolta, vistos como traidores.
Referências Bibliográficas:
FRASER, Antonia. Maria Antonieta: biografia. Tradução de Maria Beatriz de Medina. 4ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2009.
LEVER, Evelyne. Maria Antonieta: a última rainha da França. Tradução de S. Duarte. — Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
PRICE, Munro. A queda da monarquia francesa: Luís XVI, Maria Antonieta e o barão de Breteuil. Tradução de Julio Castañon Guimarães. — Rio de Janeiro: Record, 2007.
OZOUF, Mona. Varennes: a morte da realeza, 21 de junho de 1791. Tradução de Rosa Freire d’Aguiar. — São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Fontes, Rainhas Trágicas, Wikipedia, Aventuras na História, crédito a todos. ^^
Então, fica aqui a segunda parte da Fuga de Varennes, um episódio que marcou o começo do fim da monarquia francesa, durante os tempos turbulentos da Revolução Francesa. Créditos: Fonte Winkipédia e Aventuras Na História.
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