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quarta-feira, 26 de novembro de 2025

"A Rosa de Versalhes": O Feminismo de Riyoko Ikeda e a Luta pela Eliminação da Violência Contra a Mulher

Olá, queridos amigos da Lady Oscar, Sejam Bem Vindos!

 


Ontem, 25 de novembro, foi o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher. A data foi instituída pela ONU em memória das irmãs Mirabal, ativistas políticas da República Dominicana brutalmente assassinadas em 1960. Elas são o símbolo inegociável da luta contra a violência de gênero e contra as ditaduras na América Latina.

A urgência da reflexão sobre a violência contra a mulher me levou a revisitar cenas perturbadoras de A Rosa de Versalhes(ベルサイユのばら), de Riyoko Ikeda, que ilustram perfeitamente as raízes patriarcais de muitos problemas que, infelizmente, persistem até hoje. Sem mais delongas, vamos ao post.




A Visão Feminista e Ativista de Riyoko Ikeda

Por trás dessa obra icônica está Riyoko Ikeda, uma autora de mangás abertamente feminista e uma voz ativa na luta pelos direitos das mulheres no Japão. Ikeda usa sua arte como uma ferramenta poderosa para desafiar normas de gênero opressivas e criticar a estrutura patriarcal.

Em entrevistas, ela já solidificou sua posição:

"O que eu quero dizer é que as mulheres têm a capacidade de viver suas próprias vidas, de lutar por seus próprios ideais e de mudar o mundo ao seu redor." — Riyoko Ikeda, sobre a mensagem central de suas obras.

"Eu acredito que o feminismo é sobre a igualdade de oportunidades e a liberdade de escolha para todos, independentemente do gênero." — Riyoko Ikeda

Essas frases ecoam na criação de Oscar, uma personagem que encarna a resistência a essas limitações, desafiando frontalmente a estrutura patriarcal da França pré-revolucionária.

Desafios Impostos pela Violência de Gênero na Obra

A mensagem de Ikeda ressoa através de várias passagens que expõem os desafios enfrentados por mulheres devido à violência de gênero, que vão da intimidação pública e profissional aos abusos nas relações íntimas.

1. A Intimidação e Desvalorização no Quartel (Alain e Soldados)

No mangá e no anime, Oscar enfrenta uma resistência brutal e machista ao assumir o comando da Guarda Francesa. Os soldados, liderados pelo cético Alain (Ailan), planejam desvalorizá-la. O objetivo é claro: "fazer ela entender que ela é apenas uma mulher", um esforço consciente para usar a força simbólica da autoridade masculina como ferramenta de humilhação, buscando recolocá-la em seu "devido lugar".

A cena do mangá onde os soldados questionam a capacidade de Oscar e a subsequente batalha para conquistar o respeito deles é um exemplo potente de como o poder (físico e simbólico) é usado para manter hierarquias de gênero em ambientes profissionais e públicos. Oscar é forçada a provar seu valor através de sua conduta inabalável, algo que seus colegas homens nunca precisaram fazer. 








2. O Desrespeito de André.

Outra passagem que levanta questões importantes, presente tanto no mangá quanto no anime, envolve André, o amigo de infância de Oscar. Em um momento de conflito emocional, André age de forma agressiva. Essa cena, especialmente no mangá, ilustra um espectro diferente e doloroso do desrespeito em relações pessoais e afetivas. Serve como um lembrete de que a violência de gênero não é exclusiva de estranhos; ela pode vir de pessoas próximas, muitas vezes mascarada por desespero ou um sentimento distorcido de direito.






Cenas do Anime 1979:








O Mangá e a Dicotomia com a Realidade

A realidade, infelizmente, é muito diferente da ficção, onde Oscar eventualmente supera esses desafios com sua força de caráter. Fora das páginas e telas, milhões de mulheres em todo o mundo enfrentam essa mesma mentalidade e esses mesmos desafios, muitas vezes sem a mesma capacidade de resposta.

Ainda hoje, as mulheres são frequentemente objeto de violência que vai muito além do físico. O abuso psicológico, econômico e social são ferramentas sistêmicas usadas para limitar a liberdade, a dignidade e a autodeterminação feminina. São violências silenciosas que corroem a alma e a autonomia, algo que Ikeda sempre combateu veementemente em suas narrativas.

Nossa Mensagem: Respeito, Equidade e Ação

Nesta data (e em absolutamente todos os dias do ano), nosso objetivo deve ser promover uma mensagem inegociável baseada no respeito irrestrito entre pessoas, independentemente do seu gênero.

É fundamental garantir que a violência — em qualquer uma de suas formas, seja ela social, profissional ou íntima — não seja mais usada como um instrumento de dominação. O poder nunca, jamais, deve ser um meio de controle, especialmente quando direcionada a indivíduos em condições de vulnerabilidade impostas por um sistema patriarcal.

Que a arte, através de vozes potentes e feministas como a de Riyoko Ikeda, nos ajude a refletir, e que a realidade nos mobilize a lutar por um mundo onde a igualdade e o respeito sejam a regra, não a exceção. A luta continua.





A Rosa de Versalhes permanece como uma obra atemporal porque, através de uma lente histórica e do drama romântico, ela expõe verdades desconfortáveis sobre as relações de poder e o patriarcado. A genialidade de Riyoko Ikeda não está apenas em criar uma heroína inesquecível, mas em nos forçar a confrontar a realidade de que a luta pela dignidade e respeito da mulher é diária e multifacetada. Que possamos usar a reflexão que a arte nos proporciona para inspirar ações reais. A violência contra a mulher não é apenas um problema histórico; é um desafio urgente do presente que exige nosso compromisso constante.

Espero que tenham gostado! Uma Boa semana Amigos da Lady Oscar!


ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 

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Lady Oscar diz..
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