Olá, queridos amigos da Lady Oscar, Sejam Bem Vindos!
Ontem, 25 de novembro, foi o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher. A data foi instituída pela ONU em memória das irmãs Mirabal, ativistas políticas da República Dominicana brutalmente assassinadas em 1960. Elas são o símbolo inegociável da luta contra a violência de gênero e contra as ditaduras na América Latina.
A urgência da reflexão sobre a violência contra a mulher me levou a revisitar cenas perturbadoras de A Rosa de Versalhes(ベルサイユのばら), de Riyoko Ikeda, que ilustram perfeitamente as raízes patriarcais de muitos problemas que, infelizmente, persistem até hoje. Sem mais delongas, vamos ao post.
A Visão Feminista e Ativista de Riyoko Ikeda
Por trás dessa obra icônica está Riyoko Ikeda, uma autora de mangás abertamente feminista e uma voz ativa na luta pelos direitos das mulheres no Japão. Ikeda usa sua arte como uma ferramenta poderosa para desafiar normas de gênero opressivas e criticar a estrutura patriarcal.
Em entrevistas, ela já solidificou sua posição:
"O que eu quero dizer é que as mulheres têm a capacidade de viver suas próprias vidas, de lutar por seus próprios ideais e de mudar o mundo ao seu redor." — Riyoko Ikeda, sobre a mensagem central de suas obras.
"Eu acredito que o feminismo é sobre a igualdade de oportunidades e a liberdade de escolha para todos, independentemente do gênero." — Riyoko Ikeda
Essas frases ecoam na criação de Oscar, uma personagem que encarna a resistência a essas limitações, desafiando frontalmente a estrutura patriarcal da França pré-revolucionária.
Desafios Impostos pela Violência de Gênero na Obra
A mensagem de Ikeda ressoa através de várias passagens que expõem os desafios enfrentados por mulheres devido à violência de gênero, que vão da intimidação pública e profissional aos abusos nas relações íntimas.
1. A Intimidação e Desvalorização no Quartel (Alain e Soldados)
No mangá e no anime, Oscar enfrenta uma resistência brutal e machista ao assumir o comando da Guarda Francesa. Os soldados, liderados pelo cético Alain (Ailan), planejam desvalorizá-la. O objetivo é claro: "fazer ela entender que ela é apenas uma mulher", um esforço consciente para usar a força simbólica da autoridade masculina como ferramenta de humilhação, buscando recolocá-la em seu "devido lugar".
A cena do mangá onde os soldados questionam a capacidade de Oscar e a subsequente batalha para conquistar o respeito deles é um exemplo potente de como o poder (físico e simbólico) é usado para manter hierarquias de gênero em ambientes profissionais e públicos. Oscar é forçada a provar seu valor através de sua conduta inabalável, algo que seus colegas homens nunca precisaram fazer.
2. O Desrespeito de André.
Outra passagem que levanta questões importantes, presente tanto no mangá quanto no anime, envolve André, o amigo de infância de Oscar. Em um momento de conflito emocional, André age de forma agressiva. Essa cena, especialmente no mangá, ilustra um espectro diferente e doloroso do desrespeito em relações pessoais e afetivas. Serve como um lembrete de que a violência de gênero não é exclusiva de estranhos; ela pode vir de pessoas próximas, muitas vezes mascarada por desespero ou um sentimento distorcido de direito.
Cenas do Anime 1979:
O Mangá e a Dicotomia com a Realidade
A realidade, infelizmente, é muito diferente da ficção, onde Oscar eventualmente supera esses desafios com sua força de caráter. Fora das páginas e telas, milhões de mulheres em todo o mundo enfrentam essa mesma mentalidade e esses mesmos desafios, muitas vezes sem a mesma capacidade de resposta.
Ainda hoje, as mulheres são frequentemente objeto de violência que vai muito além do físico. O abuso psicológico, econômico e social são ferramentas sistêmicas usadas para limitar a liberdade, a dignidade e a autodeterminação feminina. São violências silenciosas que corroem a alma e a autonomia, algo que Ikeda sempre combateu veementemente em suas narrativas.
Nossa Mensagem: Respeito, Equidade e Ação
Nesta data (e em absolutamente todos os dias do ano), nosso objetivo deve ser promover uma mensagem inegociável baseada no respeito irrestrito entre pessoas, independentemente do seu gênero.
É fundamental garantir que a violência — em qualquer uma de suas formas, seja ela social, profissional ou íntima — não seja mais usada como um instrumento de dominação. O poder nunca, jamais, deve ser um meio de controle, especialmente quando direcionada a indivíduos em condições de vulnerabilidade impostas por um sistema patriarcal.
Que a arte, através de vozes potentes e feministas como a de Riyoko Ikeda, nos ajude a refletir, e que a realidade nos mobilize a lutar por um mundo onde a igualdade e o respeito sejam a regra, não a exceção. A luta continua.




















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