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sexta-feira, 9 de maio de 2025

O filme da Rosa de Versalhes decepcionou ou valeu a pena? Mais uma pequena analise sobre a nova adaptação animada.

 

Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam Bem Vindos!





No dia 30 de abril, a Netflix disponibilizou mundialmente em seu catálogo  o aguardado filme animado baseado no sucesso classico shoujo mangá, Versailles no Bara (ベルサイユのばら, Berusaiyu no Bara) ou Rosa de Versalhes, de Riyoko Ikeda. No entanto, o que era uma grande promessa de uma nova animação mais fiel ao material original, acabou decepcionando alguns fãs. Não que seja um filme ruim, muito pelo contrário, sua animação é maravilhosa, deram a devida atenção ao figurino, cenários mobilia enfim, tudo impecável e com uma trilha sonora maravilhosa, porém com uma história corrida e rasa. Confesso aqui que não era bem o que eu esperava, mas não achei totalmente ruim!  Entretanto, alguns fãs realmente sentiram-se incomodados, e comentários negativos a respeito do filme estão pipocando nas redes sociais e é sobre isso que vou comentar nesse artigo.



Mas afinal, qual é o problema com essa animação?  Pois bem, o filme já veio com uma promessa de ser mais fiel à obra original, resumindo todo o mangá de Riyoko Ikeda com 10 volumes, em 1 hora e 54 minutos. Uma trilogia de filmes cairia melhor para contar toda a história, ainda mais se tratando de um filme comemorativo dos 50 anos do mangá. Poderia, sim, terem feito uma trilogia, mas optaram por um filme que seria um resumão de toda a história. Esse filme também tentou homenagear o teatro feminino Takarazuka, Revue, famoso por suas adaptações musicais da obra de Riyoko Ikeda, que inclusive a primeira foi responsável por salvar o teatro da falência em 1974. Em 2024, a primeira peça completou 50 anos, então meio que eu já esperava que teríamos alguma homenagem ao Takarazuka nessa nova animação e sim, tivemos e o filme virou um musical. E aí começa o grande problema desse filme, a história é corrida, momentos do mangá são mostrados como se fossem apresentações de slides em meio a clipes musicais, sem qualquer explicação. Na primeira parte do OscarCast, cheguei a mencionar isso, o filme funciona bem, para aqueles que, assim como eu, conhecem o mangá original  ou pelo menos o anime de 1979. Caso você seja  um novo fã e esse filme tenha sido seu primeiro contato com a série de Ikeda, certamente, você não entendeu algumas coisas. E esse é o grande problema desse filme: falta de explicação, falta de diálogos ou pelo menos da narradora contando as passagens do mangá. Tudo é resumido nas cenas em slides que aparecem de relance durante as canções.




O segundo problema foi a exclusão de quase todas as personagens femininas e do justiceiro mascarado O Cavaleiro Negro, que na obra original é responsável por mudar a vida de André Grandier para sempre, após cegar o olho esquerdo do rapaz após feri-lo com um golpe de espada. André nesse filme acaba perdendo a visão ao tentar proteger Oscar, durante a cena com o duque Guémené, onde temos também a única cena de Rosalie com pouquíssimo tempo de tela ao lado de Pierre, o garotinho pobre que tenta roubar dinheiro da carruagem do nobre e na obra original encontra um trágico fim. Sim, ele é punido com a vida pelo vilão. Porém, nesse filme, a situação para Pierre foi amenizada, Oscar o protege e, durante a confusão, ela seria atingida por um golpe na cabeça, mas André se atira na frente, recendo o golpe e assim perdendo a visão do olho esquerdo.  Claro, Ikeda concordou com a mudança, mas sinceramente, eu não gostei! O Cavaleiro Negro é uma das figuras mais interessantes no mangá de Ikeda, ele é a perfeita mistura de Robin Hood com Zorro, a identidade secreta de Don Diego de la Vega (originalmente Don Diego Vega), na série da Disney. Sendo eu fã de Zorro e Robin Hood, também adoro esse personagem que simplesmente não existiu. Quem leu o Mangá sabe que O cavaleiro negro é identidade secreta de Bernard Chatelet, repórter e revolucionário que, mais adiante na série, se casará com Rosalie. Mas nesse filme, nada disso existe! Bernard aparece, sim, como revolucionário, sem qualquer envolvimento amoroso com Rosalie. Aliás, Rosalie nesse filme me pareceu mais uma criança um pouco mais velha que Pierre, e não estabelece nenhum vínculo com Oscar e André, aliás nem sei por qual motivo ela está nesse filme, se o tempo de tela dela é curtíssimo.



Na obra original, Rosalie é filha biológica da condessa de Polignac que só apareceu sentada ao lado de Maria Antonieta durante uma das canções. Rosalie e Oscar na obra de Ikeda têm uma ligação fraternal, ela convive com Oscar e André, e até cria uma certa admiração grandiosa ou amor pela heroína, mas termina casada com Bernard. Rosalie Lamorlière é uma figura histórica, ela foi uma empregada doméstica francesa. Ela foi a última serva de Maria Antonieta, enquanto a ex-rainha estava presa na Conciergerie – aguardando seu julgamento e execução. Porém, nesse filme, não lhe deram qualquer importância.


A Importância do Anime Lady Oscar de 1979:

Muitos vão concordar comigo, principalmente os fãs italianos que acompanham esse blog, já outros vão discordar! O anime Lady Oscar de 1979 fez um trabalho melhor ao adaptar a obra de Ikeda. Isso porque todos os personagens, excluídos desse filme, estão presentes. André perde a visão após ser ferido pelo cavaleiro negro. Pierre não tem seu final amenizado, ele é morto pelo duque Guémené. Rosalie convive com Oscar e André, ela tem muito mais importância no anime clássico do que deram a ela nesse filme. Todas as vilãs estão presentes, temos Polignac tentando eliminar Oscar com seus planos maléficos, o caso do colar é mostrado e a história está muito melhor contada até mesmo no filme que resume os 40 episódios da série lançado em VHS nos anos 1990 dá para entender melhor o mangá do que esse filme novo. Tem mudanças? Sim, inúmeras, o anime clássico mudou até a personalidade de Oscar. Um dos problemas mais sérios da animação de 1979, é o fato de Oscar só se juntar à revolução devido ao André. Na obra de Ikeda, é ela quem começará a se interessar por Revolução e nesse anime clássico é o oposto. André começa a virar revolucionário e Oscar o acompanha. Muitos vão considerar o anime machista, eu não discutirei isso, já que opinião é algo pessoal! Eu não o considero machista, mas aí vai de cada pessoa. Para mim, o anime de 1979 é uma adaptação animada muito melhor! Sem contar que esse anime, feito para TV, contou com os belíssimos traços de Shingo Araki e Michi Himeno, a mesma dupla que trabalhou na animação de Saint Seiya Os Cavaleiros do Zodíaco. Sem contar, que esse anime, foi o que fez a fama da Rosa de Versalhes e da autora Riyoko Ikeda na Europa. Na Itália, essa animação é mais querida até que o próprio mangá original. Recomendo que assistam as duas adaptações animadas para só depois opinarem.


Lady Oscar anime Rosa de Versalhes 1979.



O que é a ‘Rosa de Versalhes’?

 Simplesmente o primeiro Shoujo mangá histórico feito no Japão e uma das séries mais importantes e influentes de todos os tempos. Rosa de Versalhes foi o primeiro mangá a ser elevado à categoria de Obra literária. Ambientado em uma França pré-revolucionária, a história se concentra em duas personagens principais: Lady Oscar e Maria Antonieta. Oscar François de Jarjayes é uma mulher nobre, criada como homem para a função de guarda real, que acaba desempenhando para a princesa Maria Antonieta. As personagens dividem uma ligação que promove ritmo em um contexto conturbado, de forma que questões como papéis sociais e visões políticas geram questionamentos.



No geral, é uma obra se divide que costura fatos históricos com ficção. De um lado, há o retrato de acontecimentos e relações entre personagens históricos, como a Tomada da Bastilha e a queda do antigo regime Francesa. Tudo costurado com fantasia. Nos primeiros capitulos Antonieta é a protagonista, e depois a história passa a focar na fictícia Lady Oscar, que busca compreender seu papel como mulher e nobre militar .E ao final  mudará de lado ao final da história tornando-se uma revolucionária.


Para que o filme foi bom, afinal?

Rosa de Versalhes possui grande importância no cenário de mangás shoujo por revolucionar a forma de produzir Shoujo mangás(* quadrinhos para meninas*) Então podemos dizer que uma obra assim tem de ser passada para gerações futuras e esse filme serve para atrair novos fãs para série sem contar que também ajuda a manter seu legado. Ainda que não tenha sido pensado muito nos novos fãs por falta de explicações. Por outro lado, espero que o filme tenha apoiadores, pois só assim Riyoko Ikeda pode pensar em autorizar uma nova animação para TV, o que seria maravilhoso!




Enfim, esse tipo de coisa já era de se esperar! Gosto do filme, sim, acho a história corrida e rasa e não faz jus ao material original! Quando o filme lançou, acordei uma hora antes de ir para a aula só para assistir e tem resenha aqui no blog para quem quiser ler. Em breve sairá a segunda parte do OscarCast a primeira está logo abaixo:



Nos próximos dias trarei muito mais sobre o filme da Rosa de Versalhes.


Espero que tenham gostado!




ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 


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