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Hoje, 18 de dezembro de 2025, celebramos o 78º aniversário de uma verdadeira lenda viva: Riyoko Ikeda (池田 理代子). Nascida em Osaka, em 1947, Ikeda não é apenas a autora de A Rosa de Versalhes, mas uma das mangakás mais respeitáveis e corajosas de todos os tempos.
O Grupo do Ano 24: A Revolução Feminina
Ikeda foi membro proeminente do Nijūyo-nen Gumi (24年組), o "Grupo do Ano 24". Essas mulheres foram pioneiras ao introduzir temas filosóficos, políticos e uma profundidade psicológica inédita nos quadrinhos para meninas, mudando para sempre o que entendemos como shoujo mangá.
Da Filosofia à Independência Financeira
Embora tenha nascido em Osaka, Ikeda mudou-se para Tóquio para estudar Filosofia. A vida acadêmica não foi fácil: sem o apoio financeiro do pai — que ameaçava trazê-la de volta para um casamento arranjado caso ela não se sustentasse —, ela precisava de um emprego. Dominando a arte do desenho, encontrou no mangá a via para sua emancipação. O que começou como uma necessidade financeira tornou-se o palco para uma revolução cultural.
O Desafio de "A Rosa de Versalhes"
Sua estreia ocorreu em 1967 com Bara Yashiki no Shōjo, mas o fenômeno global veio com Versailles no Bara (1972-1973). Aos 24 anos, Ikeda enfrentou editores céticos que não acreditavam que uma história histórica venderia para mulheres. Para garantir o sucesso, ela criou Oscar François de Jarjayes. A personagem, uma mulher criada como homem para liderar a Guarda Imperial, tornou-se um ícone de gênero e liberdade, salvando até o famoso teatro Takarazuka Revue da falência na década de 70.
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| Lady Oscar e Maria Antonieta. Rosa de Versalhes. |
Claudine: O Pioneirismo na Identidade de Gênero
Antes mesmo de explorar profundamente as questões de gênero em suas obras mais longas, Ikeda escreveu Claudine...! (1978). Esta obra é um marco histórico, sendo um dos primeiros mangás a apresentar um protagonista homem trans.
A história acompanha a vida de Claudine, que nasceu em um corpo feminino, mas sempre se identificou e viveu como homem, buscando amor e aceitação em uma sociedade rígida. Com uma sensibilidade à frente de seu tempo, Ikeda tratou a identidade de gênero com uma seriedade trágica e respeitosa, consolidando sua fama de autora que não teme temas tabus.
Eikou no Napoleon – Eroica: O Retorno à História
Muitos fãs não sabem, mas a saga da Revolução Francesa de Ikeda continua em Eikou no Napoleon – Eroica. Nesta obra, ela narra a ascensão e queda de Napoleão Bonaparte. O mais fascinante para os leitores de Berubara é o retorno de personagens icônicos, como Rosalie Lamorlière, seu marido Bernard Châtelet e o carismático Alain de Soissons.
Enquanto A Rosa de Versalhes foca no rococó e na queda da monarquia, Eroica é um épico militar e político mais denso, mostrando as consequências da revolução que Oscar e André ajudaram a iniciar. É uma leitura obrigatória para quem deseja ver o desfecho histórico de todo aquele período..
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| A Janela de Orfeu. |
Além de Versalhes: "A Janela de Orfeu"
Ikeda considera Orpheus no Mado (A Janela de Orfeu) o trabalho de sua vida. Situado na Alemanha e na Rússia durante a Revolução de 1917, este épico rendeu a ela o prêmio da Associação de Cartunistas do Japão em 1980. Enquanto Rosa é a energia da juventude, Orpheus é a maturidade técnica e narrativa da autora...
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| Riyoko Ikeda |
O Retorno à Música
A paixão de Ikeda sempre foi a música. Aos 47 anos, ingressou na Faculdade de Música de Tóquio para estudar canto lírico. Hoje, além de suas contribuições aos mangás, ela se apresenta como soprano, provando que nunca é tarde para seguir novas paixões. Em 2009, recebeu a Legião de Honra da França por seu papel na divulgação da cultura francesa.
No Brasil, o legado de Ikeda continua vivo através de fãs e especialistas como Cristiane Sato da ABRADEMI, que mantêm acesa a chama de uma obra que elevou o mangá ao status de alta literatura.
Parabéns, Riyoko Ikeda! Que sua arte continue florescendo como as rosas de Versalhes. Finalizo com alguns vídeos da Nossa Sensei e daqui a pouco tem mais!
Espero que tenham gostado!



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