Uma Homenagem aos Três Pilares de Rosa de Versalhes Tadao Nagahama, Osamu Dezaki e Shingo Araki

 

Olá, queridos amigos da Lady Oscar, Sejam Bem Vindos!

 

Ontem, 18 de novembro de 2025, o lendário diretor Osamu Dezaki completaria 82 anos se ainda estivesse entre nós. Em homenagem a essa data, fiz um post celebrando sua vida e obra.

Como sempre acontece no mundo dos fãs, uma discussão interessante surgiu. Uma leitora me mandou uma mensagem notando que o character design de "Rosa de Versalhes" é, na verdade, responsabilidade de Shingo Araki e Michi Himeno. E ela está absolutamente certa!

Esse comentário me deu o gancho perfeito para o post de hoje: vamos mergulhar na colaboração desses três gigantes da animação japonesa e desvendar os bastidores de um dos animes shoujo mais icônicos de todos os tempos.!

A Confusão de Créditos e a Verdade por Trás da Arte

"A Confusão de Créditos e a Verdade por Trás da Arte "Rosa de Versalhes" (Versailles no Bara), aclamada obra de Riyoko Ikeda, teve uma produção complexa. O início do anime (episódios 1 ao 18) foi dirigido por Tadao Nagahama, com o design de personagens espetacular e clássico da dupla Shingo Araki e Michi Himeno. No entanto, a partir do episódio 19, ocorreu uma mudança crucial: Osamu Dezaki assumiu a direção do anime."

A Dupla Dinâmica: Araki e Himeno

Shingo Araki e Michi Himeno, que formaram a Araki Production em 1975, são lendários por seu traço inconfundível, que viria a se tornar a identidade visual de outro clássico: "Os Cavaleiros do Zodíaco" (Saint Seiya). Em "Rosa de Versalhes", eles foram responsáveis por adaptar o mangá original e dar vida à beleza e elegância da protagonista Oscar e do cenário de época.

O Legado dos Mestres

A beleza de "Rosa de Versalhes" reside exatamente nessa intersecção de talentos: o design de personagens icônico de Araki e Himeno, e a direção de arte inovadora e dramática de Osamu Dezaki. Foi essa combinação que transformou o anime em um clássico atemporal, amado por gerações no mundo todo.

É uma prova de que, na animação, o trabalho em equipe de gênios criativos pode resultar em algo maior do que a soma de suas partes. E hoje, celebramos o legado de todos eles!

E você, qual sua cena favorita desse anime icônico? Deixe nos comentários!

A Arte e a Vida de Shingo Araki

Shingo Araki demonstrou talento para o desenho desde cedo e iniciou sua carreira profissional como desenhista aos 16 anos. Sua jornada o levou por diversos estúdios de animação, onde rapidamente se destacou. Um ponto de virada crucial em sua vida profissional foi o encontro com a animadora e designer Michi Himeno em 1973. Juntos, eles formariam uma das parcerias mais icônicas da indústria, fundando a Araki Production dois anos depois. A colaboração de Araki e Himeno resultou em um estilo visual único, caracterizado por personagens de feições fortes, elegantes e expressivas, que se tornaria sua assinatura.

Araki Production 

 

Conforme mencionado acima, Shingo Araki, junto com sua colaboradora de longa data Michi Himeno, fundou seu próprio estúdio de animação chamado Araki Production em 1975. 

Eles se conheceram em 1973 e rapidamente formaram uma parceria criativa de sucesso, trabalhando em conjunto em diversas produções de anime antes de estabelecerem seu próprio selo. Antes disso, Araki já havia fundado outro estúdio, o "Studio Jaguar", em 1966. 

O estúdio Araki Production tornou-se a base para a icônica "dupla dinâmica" da animação, responsável pelo estilo visual distinto de várias séries clássicas, incluindo:

·A Rosa de Versalhes (Lady Oscar)

·UFO Robot Grendizer

·Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) 

A criação do estúdio permitiu que a dupla desenvolvesse e aplicasse sua estética única de forma consistente em projetos próprios e em colaborações com grandes estúdios como a Toei Animation e a TMS. O vídeo abaixo mostra um Artbook, com ilustrações de ambos.

 

Anos depois, eles voltariam a colaborar em outra obra de Ikeda, "Oniisama E..." (Irmão Querido), mantendo o mesmo nível de elegância visual que marcou suas colaborações anteriores.

O traço clássico de Shingo Araki e Michi Himeno para o anime de "A Rosa de Versalhes" (Lady Oscar), no final dos anos 1970, é uma das artes mais belas e elegantes da animação japonesa. A estética desenvolvida pela dupla para esta obra se distingue por: 

·Elegância e Rococó: O design capta perfeitamente o luxo e a extravagância da França do século XVIII. Há uma atenção meticulosa aos detalhes das vestimentas, uniformes militares e penteados elaborados, refletindo o estilo da corte de Maria Antonieta.

·Influência do Mangá Shojo Clássico: A arte original de Riyoko Ikeda já tinha características marcantes do shojo (mangá para meninas) da época, como olhos grandes e expressivos, muitas vezes com estrelinhas, e linhas fluidas. Araki e Himeno adaptaram esse estilo para a animação, mantendo a delicadeza e o drama visual.

·Traços Marcantes e Androginia: A personagem principal, Lady Oscar, que é uma mulher criada como homem e comandante da Guarda Real, possui traços que equilibram a beleza feminina com a força e a pose militar. Essa dualidade visual é um ponto central do design, criando uma figura icônica e andrógina.

·Composição Dramática: 

A dupla utilizava técnicas de composição que realçavam o drama e as emoções dos personagens. O uso de enquadramentos e a fluidez do movimento, especialmente notáveis nas cenas de ação e nos momentos emotivos, elevavam a narrativa histórica.

·Expressividade: Os rostos são extremamente expressivos, capazes de transmitir solidão, paixão e conflito interno, elementos cruciais para a trama complexa da Revolução Francesa. 

Em resumo, o traço de "A Rosa de Versalhes" é a evolução do shojo em movimento, combinando a estética delicada e detalhada do mangá original com a fluidez e o dinamismo característicos do trabalho da Araki Production. Esse estilo se tornou um marco e, posteriormente, influenciaria diretamente o character design de "Os Cavaleiros do Zodíaco", que herdaria a mesma elegância e a atenção aos detalhes das armaduras.

O Fenômeno de "Cavaleiros do Zodíaco" no Brasil

"Conforme discutido previamente, para a audiência brasileira, a obra máxima de Shingo Araki reside no character design de 'Os Cavaleiros do Zodíaco' (Saint Seiya). A Toei Animation confiou à dupla Araki e Himeno a complexa tarefa de adaptar a obra de Masami Kurumada na década de 1980.

O padrão estético estabelecido por eles, com armaduras minuciosamente detalhadas e traços de personagens inconfundíveis, foi vital para a recepção estrondosa do anime no país. O lançamento do primeiro filme em 1995, em particular, mobilizou milhões de espectadores e cimentou uma base de fãs dedicada que permanece ativa até a atualidade."

O Legado Atemporal de Shingo Araki na Animação Japonesa

A vasta e impressionante carreira de Shingo Araki deixou uma marca indelével na história da animação japonesa. Seu talento como diretor de arte e character designer principal ajudou a moldar a estética de inúmeras obras icônicas que atravessaram gerações.

Sua impressionante lista de trabalhos inclui a direção de arte e/ou character design de:

Cavaleiro do Zodíaco ( O anime de maior sucesso no brasil).

·Ashita no Joe

·Devilman

·Galaxy Express 999

·Legend of the Galactic Heroes

·Lupin III: Part III

·Yu-Gi-Oh! (filmes e séries)

·Kimba, o Leão Branco

·E muitos outros títulos lendários vejam a seguir:

·Adaptações de Go Nagai, como "Devilman" e "Cutie Honey".

·"UFO Robot Grendizer" (Patrulha Relâmpago).

·Séries de "garotas mágicas" como "Mahou no Mako-chan" e "Hana no Ko Lunlun" (Angel, a menina das flores).

Shingo Araki desenhou até o dia de sua morte, em 1º de dezembro de 2011, deixando um legado duradouro que continua a inspirar e encantar fãs de anime em todo o mundo.

 Vontado a falar da Rosa: A aclamada série Rosa de Versalhes transcende o gênero shōjo e se estabelece como um drama histórico atemporal, devendo seu sucesso estrondoso à convergência criativa de três figuras lendárias da animação japonesa: os diretores Tadao Nagahama e Osamu Dezaki, e o aclamado character designer e diretor de animação Shingo Araki.

A contribuição de cada um foi vital. Tadao Nagahama estabeleceu as bases, a elegância e a introdução cativante dos personagens e do cenário palaciano nos primeiros episódios. A transição para Osamu Dezaki na direção, a partir do episódio 19, não foi um obstáculo, mas sim um catalisador para uma obra-prima. Dezaki injetou a intensidade dramática e o estilo visual revolucionário — com seus famosos postcards e closes dramáticos — que solidificaram o tom da narrativa e elevaram cada momento de dor, paixão e revolução. 

Paralelamente à direção, a genialidade visual da série é inseparável do trabalho de Shingo Araki e sua parceira Michi Himeno (do estúdio Araki Production). Araki foi o responsável pelo design dos personagens e pela direção de animação, criando o traço icônico e elegante que daria vida à Lady Oscar e Maria Antonieta. Seu estilo dinâmico, mais tarde imortalizado em Cavaleiros do Zodíaco, deu à série um "sopro épico" que se tornou lendário e admirado mundialmente. 

Em conclusão, a grandeza de Rosa de Versalhes reside na alquimia única dessas três abordagens distintas, que se complementaram para criar uma experiência emocional e visual inigualável. O legado e o impacto duradouro de Nagahama, Dezaki e Araki na arte da animação japonesa são inegáveis, e finalizo com vídeos sobre eles que celebram essa obra-prima coletiva:

Espero que tenham gostado!

ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.