Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam Bem vindos!
Conforme mencionei em posts anteriores, no dia 30 de outubro de 2025, a aclamada sensei Riyoko Ikeda realizou uma palestra especial em Tóquio.
Intitulada 「ベルサイユのばら」とわたし (“Versailles no Bara e Eu”), o evento foi uma verdadeira viagem apaixonante pelo nascimento, desafios e legado de "Berusaiyu no Bara" — mais conhecida por aqui como A Rosa de Versalhes.
Organizada como um encontro intimista com fãs, a palestra serviu como uma reflexão profunda sobre a trajetória artística da autora, destacando como este mangá mudou para sempre a história do shōjo (mangá para meninas) no Japão e no mundo.
Volto a este assunto, que já cobri brevemente por aqui, porque o Riyoko Ikeda Fan Site — uma fonte confiável mantida por fãs italianos com vasto conhecimento da obra — trouxe detalhes adicionais e fascinantes sobre essa noite. Resolvi, então, trazer esses novos pontos para o blog e aproveitá-los para dar minha opinião de fã sobre as revelações da sensei.
Vamos mergulhar nos novos detalhes:
A Recusa à Disney e a Busca pela Liberdade Artística
Um dos momentos mais comentados da noite — e que gerou muitos comentários nas redes sociais — foi a história de quando, anos atrás, a Disney solicitou os direitos de "A Rosa de Versalhes" por uma quantia considerada "muito alta". [* Isso já tinha sido mostrado no post anterior*]
Riyoko Ikeda explicou por que recusou a proposta: "O nome 'Riyoko Ikeda' teria sido apagado". Ou seja, a autora não queria que sua autoria fosse ofuscada pela marca gigante.
Comentando a situação com um sorriso, ela acrescentou um toque de humor que provocou risos na plateia: "Mas às vezes penso que talvez pudesse ter aceitado...". E completou, rindo: "Todas as minhas economias foram para a música!", referindo-se à sua carreira posterior como cantora de ópera.
O Poder do Desafio na Leitura
Riyoko Ikeda então relembrou a história da publicação de Berubara, recordando como a série, inicialmente destinada a meninas, se tornou um fenômeno cultural capaz de conquistar também leitores adultos e internacionais.
Ao escrever o mangá, ela tomou uma decisão ousada: usar uma escrita complexa. Sua justificativa é um manifesto pela educação e respeito ao público jovem: "As meninas merecem obras que as desafiem, não que as tratem como crianças".
Ela expressou preocupação com a perda do hábito da leitura e o declínio do número de leitores hoje em dia, mas mantém a esperança no valor de obras que "perduram ao longo do tempo".
Dificuldades, Censura e Dignidade Feminina
A sensei compartilhou momentos de extrema dificuldade financeira:
« Durante a publicação em série [de A Rosa de Versalhes] eu estava tão pobre que só me restavam dez ienes na carteira… Foi assustador. Mas foi justamente nesses momentos extremos que encontrei a coragem e a força de espírito para continuar »
Ela também falou com orgulho da tradução do mangá para o inglês, relembrando as dificuldades de adaptá-lo para o mercado americano, que pedia cortes em certas cenas. A resposta de Ikeda foi firme: "Meu trabalho também fala da liberdade do corpo e do amor. Eu não queria simplificá-lo."
Com sua habitual clareza histórica, Riyoko Ikeda discutiu o contexto da Revolução Francesa e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão:
"Era um documento que falava de homens, não de mulheres. Aqueles que reivindicaram seus direitos acabaram na guilhotina", lembrou ela, provocando um murmúrio na sala.
Para a autora, Berubara permanece uma obra que fala, acima de tudo, da dignidade e da coragem feminina.
Notas Pessoais e o Processo Criativo
Na seção final, Ikeda respondeu às perguntas dos fãs, revelando detalhes íntimos do seu processo criativo:
Como os personagens mudam "por conta própria" enquanto ela escreve;
Quem são seus favoritos (um carinho especial por Luís XVI, "tão humano em sua desajeitada" natureza);
Como a editora impôs a duração da publicação em série — "Dois anos e meio: eu poderia ter escrito para sempre";
E como hoje, ouvir o marido cantar é o que a faz mais feliz no mundo.
A palestra mostrou, mais uma vez, a força de uma autora que nunca abriu mão de seus ideais, seja na arte, na história ou na vida pessoal.
Bem, essa foi a tradução, então vamos aos comentário.
Esses detalhes que surgiram agora, e que não estavam no meu post anterior, trazem uma camada de profundidade e humanidade à figura de Riyoko Ikeda. Eles servem como um complemento essencial à cobertura da palestra, revelando aspectos bem pessoais da vida da mangaká.
Dois pontos em particular me chamaram a atenção e merecem nossa reflexão:
1. A Verdadeira Extensão do Prazo Final
A autora mencionou que a editora impôs a duração da publicação em série — "Dois anos e meio: eu poderia ter escrito para sempre".
Sim, porque a história caminhava para um ponto sem retorno. Primeiro, Ikeda sensei "matou" André, e logo depois, Oscar. Diga-se de passagem, Oscar era o grande motor da história. O sucesso de "A Rosa de Versalhes" vinha do carisma da protagonista e do seu romance trágico com André. Sem os dois, o interesse das jovens leitoras, naturalmente, não seria o mesmo.
O que a palestra confirma é a pressão brutal que ela sofreu. A editora, de fato, deu a ela um ultimato de apenas 10 dias para finalizar a obra! Isso fez com que o final da série, sejamos honestos, perdesse um pouco a qualidade e parecesse apressado. Não a culpo nem um pouco; a pressão foi imensa e ninguém deveria ser submetido a isso.
2. O Personagem Favorito e a Felicidade Conjugal
Outra surpresa foi a revelação de seu personagem masculino favorito em Berubara: Luís XVI. Ela nutre um carinho especial por ele, descrevendo-o como "tão humano em sua desajeitada" natureza. Isso me pegou desprevenida, pois, até onde eu sabia por entrevistas anteriores, ela gostava muito do Girodelle! Mas, ok, o coração da autora mudou com o tempo.
E, finalmente, algo que me deixou genuinamente feliz foi ver o grande amor que ela sente pelo marido. Sabe aquela sensação de que Ikeda sensei finalmente encontrou seu próprio André, mas com um final feliz?
Ela revelou que, atualmente, ouvir o marido cantar é o que a faz mais feliz no mundo. Achei de uma delicadeza e um carinho incríveis a maneira como ela mencionou a importância do parceiro em sua vida. É um belo fechamento para a jornada de uma mulher que escreveu sobre um amor que desafiou todas as convenções.
Opinião de Fã: A Disney, Berubara e o Final Feliz Forçado.
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| O Corcunda de Notre Dame Disney. |







ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser!

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Lady Oscar diz..
Olá,meus queridos amigos, Obrigada por sua visita.
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2. A curta experiência com os anônimos deu alguns problemas.
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