Olá,queridos amigos de Lady Oscar,Sejam Bem Vindos!
Encontrei uma belíssima entrevista com Riyoko Ikeda no site do La Repubblica, um dos jornais mais importantes da Itália, resolvi traduzir e trazer para cá. Nesse jornal, foi publicado algumas partes, de uma entrevista com Riyoko Ikeda, onde ela comenta sobre o machismo que sofreu quando serializava A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら)entre outros assuntos. Parece-me, que ela deu essa entrevista, durante a ,ROMICS, mas não tenho certeza, da data da entrevista. Até onde, eu sabia, Riyoko Ikeda, havia participando em 2010. Enfim, esse artigo foi publicado outubro de 2019,
é interessante, então resolvi, fazer a tradução e trazer para cá. Quem quiser dar uma conferida, o link do artigo original, está logo acima.
A
entrevista é ótima, apesar do jornalista, estar confuso, em algumas
partes, misturando frases de Ikeda que do, manga, e dizendo ser do anime,
quando a autora nem estava mencionando o anime. E o pior, ele disse que
Lady Oscar ficava na Corte com roupas masculinas e Antonieta era
apaixonada por ela, como assim? Isso nunca aconteceu, no anime e muito
menos no, manga. O Amor de Antonieta, foi o Conde Fersen, e Oscar só se
apaixonou duas vezes na vida, a primeira paixão foi o Conde Fersen e
apenas no final da série ela percebe que ama André Grandier, seu amigo
de infância. Não tenho certeza se ele já leu Rosa de Versalhes. Mesmo assim, vale a pena ler. Bem, nessa entrevista a autora de Rosa e Versalhes, também confessa que recebia a metade do que pagavam para um homem como pode? É muito triste, ver como o trabalho de uma mulher incrível como Ikeda era desvalorizada.
"Eles me pagavam metade do que pagavam para um homem"
Quarenta anos atrás, o anime foi ao ar pela primeira vez na NTV japonesa. "Eu tinha certeza de que a história de uma menina que sacrificou sua infância e seus sonhos iria mexer com o coração de todos", diz Ikeda, de 71 anos. "No Japão, as mulheres que eram opositoras no local de trabalho começaram a se identificar com ela"
Riyoko Ikeda autora de Rosa de Versalhes.
Entrevista de CARLO MORETTI Artigo Traduzido:
"O
meu é um país com vinte séculos rico em história, mas a maioria das
pessoas que conheço se lembra dele apenas para mangás", diz Riyoko
Ikeda, 71, que passou a vida dedicada aos quadrinhos. Mas a modéstia que
a senhora exibe durante um encontro na Romics não pode fazer nada
contra a sorte avassaladora que acompanha Lady Oscar desde o primeiro
dia de vida, o mangá que Riyoko Ikeda começou a desenhar em 1972 e que, a
partir de 10 de outubro de 1979, inspirou a série animada homônima da
NTV, Nippon Television.
Em 40 anos, o mangá de Ikeda se tornou um formidável embaixador da imagem do Japão no mundo, na Itália a primeira série de 41 episódios chegou em 1º de março de 1982, transmitida pela Italia 1. "Eu estava na Universidade de Tsukuba e estudando filosofia", disse Riyoko Ikeda. "Minha escolha de deixar a escola aos 24 anos para me dedicar ao mangá frustrou as expectativas de muitos, a começar pela minha família, mas acima de tudo complicou minha existência: entrei em um mundo de dominação masculina, e eles me fizeram entender isso imediatamente."
Em 40 anos, o mangá de Ikeda se tornou um formidável embaixador da imagem do Japão no mundo, na Itália a primeira série de 41 episódios chegou em 1º de março de 1982, transmitida pela Italia 1. "Eu estava na Universidade de Tsukuba e estudando filosofia", disse Riyoko Ikeda. "Minha escolha de deixar a escola aos 24 anos para me dedicar ao mangá frustrou as expectativas de muitos, a começar pela minha família, mas acima de tudo complicou minha existência: entrei em um mundo de dominação masculina, e eles me fizeram entender isso imediatamente."
Antes de Ikeda, os quadrinhos japoneses eram dominados pela figura de Osamu Tezuka, e autores masculinos também trabalhavam em mangás voltados para meninas. A universitária apaixonada por lápis não se intimidou, quebrou o molde: em Lady Oscar delineou a figura de uma menina andrógina de uniforme de coronel que chega à corte da França, fazendo Maria Antonieta se apaixonar por ela; em Querido Irmão, publicado em 1974, abordou temas sensíveis como suicídio, relacionamentos lésbicos e vício em drogas. Tudo isso em um país fortemente machista, "porque no Japão, no início dos anos setenta, uma mulher que escolhia trabalhar em vez de ter filhos ainda era fortemente contra".
O machismo se apresentou a Ikeda com o rosto do homem que se tornaria editor de Lady Oscar: "Ele me disse bem alto que me pagaria metade do que um autor homem ganhava. Eu reclamei e ele me explicou com franqueza que fez isso porque se um de seus autores tivesse decidido constituir uma família ele teria que sustentar sua esposa, mas se eu tivesse me casado, meu marido teria cuidado de mim." O sucesso em casa foi avassalador, o Japão estava em profunda transformação, mesmo lá os efeitos de 68 e os protestos estudantis estavam sendo sentidos.
O machismo se apresentou a Ikeda com o rosto do homem que se tornaria editor de Lady Oscar: "Ele me disse bem alto que me pagaria metade do que um autor homem ganhava. Eu reclamei e ele me explicou com franqueza que fez isso porque se um de seus autores tivesse decidido constituir uma família ele teria que sustentar sua esposa, mas se eu tivesse me casado, meu marido teria cuidado de mim." O sucesso em casa foi avassalador, o Japão estava em profunda transformação, mesmo lá os efeitos de 68 e os protestos estudantis estavam sendo sentidos.
Logo a sorte do mangá desenhado por Ikeda também contagia o público internacional: "Começando a imaginar Lady Oscar, eu tinha certeza de que a história de uma garota que sacrificou sua infância e seus sonhos atingiria o coração de todos. No Japão, em particular, as mulheres que eram contrárias no local de trabalho começaram a se identificar com Oscar, e isso acontece até hoje e me surpreende."
O objetivo da dona do lápis era ainda mais ambicioso: "Na época, o mangá era considerado uma subcultura. Eu e outros que, como eu, estávamos entrando nos quadrinhos no início dos anos 1970, achávamos que tínhamos que criar algo marcante que durasse, mais tempo. Acho que essa é a primeira razão para o meu sucesso." No mangá de Riyoko Ikeda a grande história explode, em particular a autora parece ser fascinada por revoluções: a francesa em Lady Oscar, a russa em A Janela de Orfeu, onde mais uma vez a heroína é uma menina forçada a se passar por homem por questões relacionadas ao legado de seu pai.
"Na época, no meu país, as meninas tinham que ser educadas e bonitas", continua Ikeda, "Eu não queria dar instruções a não ser respeitar sua essência, dar expressão a si mesmas. Oscar foi o meio que me permitiu falar sobre um mundo masculino: originalmente, o que me interessava era contar a história da vida militar no exército francês." Riyoko Ikeda, em 2000, enfrentou outro desafio e iniciou sua segunda vida profissional: tornou-se uma soprano muito elogiada.
O objetivo da dona do lápis era ainda mais ambicioso: "Na época, o mangá era considerado uma subcultura. Eu e outros que, como eu, estávamos entrando nos quadrinhos no início dos anos 1970, achávamos que tínhamos que criar algo marcante que durasse, mais tempo. Acho que essa é a primeira razão para o meu sucesso." No mangá de Riyoko Ikeda a grande história explode, em particular a autora parece ser fascinada por revoluções: a francesa em Lady Oscar, a russa em A Janela de Orfeu, onde mais uma vez a heroína é uma menina forçada a se passar por homem por questões relacionadas ao legado de seu pai.
"Na época, no meu país, as meninas tinham que ser educadas e bonitas", continua Ikeda, "Eu não queria dar instruções a não ser respeitar sua essência, dar expressão a si mesmas. Oscar foi o meio que me permitiu falar sobre um mundo masculino: originalmente, o que me interessava era contar a história da vida militar no exército francês." Riyoko Ikeda, em 2000, enfrentou outro desafio e iniciou sua segunda vida profissional: tornou-se uma soprano muito elogiada.
Fim.
Riyoko Ikeda, a autora de Lady Oscar deu essa entrevista dia 10 de outubro de 2019.
Bem, é muito triste saber que uma grande escritora como Ikeda foi desvalorizada apenas pelo fato de ser uma mulher. Atualmente, muita coisa mudou no Japão.
Riyoko tinha apenas 24 anos quando começou a escrever Rosa de Versalhes, sua inspiração foi a biografia da rainha Maria Antonieta.
Espero que tenham gostado!
Lady Oscar diz... Obrigada por sua visita,volte sempre que quiser.
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Lady Oscar diz..
Olá,meus queridos amigos, Obrigada por sua visita.
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