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Há 236 anos, em 5 de outubro de 1789, um grupo de mulheres
dos mercados de Paris iniciou um dos episódios mais dramáticos da Revolução
Francesa: a Marcha sobre Versalhes. Esse evento, impulsionado pela
desesperadora escassez e pelo alto preço do pão, mostrou a força da população e
marcou um ponto de virada na história da França.
A jornada, que ficou conhecida como Marcha das Mulheres a
Versalhes, culminou com a invasão do palácio, obrigando a família real a
retornar a Paris sob escolta popular. Embora tenha sido retratada em diversas
obras, incluindo o clássico mangá Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら)
de Riyoko Ikeda, a história real por trás desse levante de "mulheres do
mercado" é um poderoso lembrete de que a fome e a injustiça podem motivar
as maiores transformações.
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Marcha das mulheres no Mangá Rosa de Versalhes de Riyoko Ikeda. |
A Marcha das Mulheres a Versalhes, como visto no mangá
clássico de Riyoko Ikeda, foi mais do que um protesto por comida. O movimento
de indignação se uniu rapidamente aos ideais de uma revolução que já estava em
andamento. Os manifestantes se juntaram aos revolucionários que pediam reformas
políticas liberais e a instauração de uma monarquia constitucional, moldando,
assim, o destino da França.
Em pouco tempo, a multidão — incentivada por agitadores
revolucionários — cresceu, chegando a milhares de parisienses. Eles invadiram o
arsenal de armas da cidade e, com a força de um exército, marcharam rumo ao
Palácio de Versalhes. O cerco ao palácio foi dramático e violento, e a pressão
popular foi tão intensa que o rei Luís XVI não teve escolha a não ser ceder às
exigências.
O desfecho, que o mangá de Ikeda tão bem retrata, foi a
humilhação final da monarquia. No dia seguinte, a família real e a Assembleia
Nacional foram obrigadas a seguir a multidão de volta a Paris, tornando-se,
efetivamente, prisioneiros do povo. Esse evento marcou o fim da autoridade real
absoluta e simbolizou um novo equilíbrio de poder, onde a antiga ordem
aristocrática foi desbancada pelo chamado Terceiro Estado. Unindo pessoas de
todas as classes sociais, a Marcha sobre Versalhes se tornou um dos fatores
decisivos para o avanço da Revolução Francesa.
"Para entender a fúria popular, é preciso lembrar o cenário de opulência e miséria da França. Enquanto o povo sofria com a pobreza e a fome, a nobreza vivia em luxo, com festas extravagantes e armamentos próprios. Um exemplo do descaso real aconteceu dias antes, entre 1 e 3 de outubro, quando uma luxuosa festa foi organizada para dar as boas-vindas a um novo regimento. A revolta do povo não era por menos, e a marcha simbolizou a quebra de um sistema que ignorava a própria população."
"O cerco ao palácio e a queda da monarquia"
"Ao chegarem a Versalhes, a multidão — que já somava mais de 20 mil pessoas — cercou o palácio, recebida pela Assembleia Nacional. O rei, hesitante em se posicionar, demonstrou um descaso que enfureceu ainda mais a população, levando à invasão do palácio. Maria Antonieta teve seu quarto destruído, e a Guarda Real não foi capaz de conter a fúria dos manifestantes. Finalmente, pressionado por La Fayette, o rei Luís XVI ratificou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que ele relutava em assinar."
"A volta a Paris e o triunfo popular"
"O capítulo final desse episódio foi o retorno forçado da família real para o Palácio das Tulherias, em Paris. O povo queria a monarquia perto, para garantir que as promessas de alimento fossem cumpridas. A marcha das mulheres, que começou por pão, culminou na transferência de poder para o povo e na queda da monarquia absolutista."
"A Marcha das Mulheres, além de ser retratada no mangá Rosa de Versalhes, serviu de inspiração para a arte de Riyoko Ikeda. Ela usou gravuras da época para criar uma ilustração poderosa, capturando a essência desse evento histórico que redefiniu o poder na França."
Objetivos da marcha:
A fome, o desespero e o medo. Foi esse o coquetel de emoções que impulsionou a Marcha das Mulheres de Versalhes. O movimento começou com um objetivo simples: conseguir pão. Mas, ao chegar ao Hôtel de Ville, a multidão percebeu que precisava de muito mais do que a comida oferecida nos armazéns. A simples visão de provisões não bastou para saciar a insatisfação popular. O objetivo da marcha evoluiu, transformando-se em uma demanda por justiça e garantia de futuro. A população sabia que a fome era uma ameaça constante e que a monarquia, acomodada no luxo, não se importava com o sofrimento do povo. Alimentada por rumores de uma "conspiração aristocrata" para matá-los de fome, a multidão se uniu em um propósito maior: garantir que o pão voltaria a ser farto e barato de uma vez por todas. A marcha, que começou nos estômagos vazios, terminou na exigência de uma mudança real.
O plano secreto que levou o rei à guilhotina: a Marcha para Versalhes
Antes mesmo que os ânimos se exaltassem com o tal banquete,
a tensão já era alta. Um ressentimento contra a cúpula do poder borbulhava
entre a população. E, como um incêndio, a ideia de marchar para Versalhes e
confrontar o rei se espalhou.
A multidão já sabia o que queria
Não era só uma manifestação. A multidão, organizada e cheia
de ideias, queria mudanças concretas. A principal delas? Que o rei demitisse
seus guarda-costas e entregasse sua proteção à recém-formada Guarda Nacional.
Uma ideia popular que agradou aos soldados e animou o povo.
O grande plano dos revolucionários
A tática mais genial, no entanto, foi outra. Os líderes da
revolução incitaram um desejo comum: trazer a família real para Paris. A
promessa? A volta do "bom papai" entre o povo traria fartura e paz.
Essa ideia tocou o coração até dos monarquistas mais ingênuos, especialmente as
mulheres.
A jogada de mestre
Porém, por trás dessa bandeira popular, havia um plano ainda
maior. Levar o rei para o coração da revolução, em Paris, significava ter o
monarca refém dos ideais revolucionários. Era a garantia de que as novas leis
seriam aprovadas e a nova constituição, finalmente, estabelecida. A Marcha para
Versalhes foi, portanto, o início de um xeque-mate político.
"A Marcha das Mulheres completa hoje 236 anos. O episódio, muitas vezes subestimado nos livros de história, foi um divisor de águas que mostrou o poder da mobilização feminina. Ao forçar o rei a se mudar para Paris, elas garantiram que a revolução não morresse no berço. A história nos ensina que o feminismo, em suas diversas formas, sempre esteve presente, lutando por dignidade e por um lugar na sociedade. O pão pode ter sido o gatilho, mas a verdadeira fome era por justiça e voz."
Espero que tenham Gostado!
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