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No dia 10 de outubro de 1979, a exatos 46 anos, o anime A Rosa de Versalhes(ベルサイユのばら) (conhecido no Japão como Berusaiyu no Bara) estreava na Nippon Television, marcando a história da animação japonesa. Baseada no mangá shoujo de Riyoko Ikeda, a série adaptou a épica narrativa da heroína Lady Oscar e da corte francesa, conquistando um lugar especial nos corações de três gerações de fãs em todo o mundo. Curiosamente, o sucesso que o anime alcançou na Europa, especialmente na Itália, contrasta fortemente com sua recepção inicial no Japão, onde teve um desempenho abaixo das expectativas.
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Fanart de Minha autoria. Lady Oscar segurando o bolo de 46 anos do anime da TMS. |
Do mangá à televisão: A jornada de Lady Oscar
A obra original de Riyoko Ikeda, publicada em 1972, já era revolucionária por si só. O mangá narra a vida de Oscar François de Jarjayes, uma mulher criada como homem para suceder o pai no comando da Guarda Real, e o seu envolvimento com a rainha Maria Antonieta e os eventos que culminaram na Revolução Francesa.
A adaptação para anime, produzida pela TMS Entertainment, enfrentou desafios técnicos e de produção. A direção foi dividida entre Tadao Nagahama (episódios 1–13) e o renomado Osamu Dezaki (episódios 19–40), cujas abordagens distintas resultaram em uma série com duas fases visuais bem marcadas. O visual da série, com seu estilo shoujo marcante e um melodrama intenso, não agradou plenamente o público japonês da época. No entanto, foi exatamente essa estética que se tornaria um dos fatores-chave de seu sucesso internacional.
A explosão na Europa, o caso italiano
Se no Japão o anime não decolou, na Europa a recepção foi explosiva. Na Itália, a série foi transmitida pela primeira vez em 1982, sob o título Lady Oscar, e rapidamente se tornou um fenômeno cultural. O sucesso não se limitou ao público infantil: adolescentes e adultos foram atraídos pela complexidade da trama e pelo drama histórico. A série transcendeu gerações, com pais assistindo ao lado de seus filhos.
Embora a animação de A Rosa de Versalhes tenha recebido algumas críticas, a relevância da obra é inquestionável. Afinal, foi o sucesso estrondoso do anime que consolidou a fama de Riyoko Ikeda na Europa, algo que a própria autora reconhece. Em reconhecimento a esse impacto, Ikeda visitou o continente, participando de eventos como a Romics e encontrando-se com fãs, sempre recebida com grande entusiasmo.
A percepção de que o anime é malvisto no Japão, apesar de não ter sido um sucesso de audiência, não se sustenta. O argumento de que os fãs japoneses o consideram uma "terceira opção" por ser "horrível" é baseado em comentários não verificados. É importante ressaltar que a ausência de popularidade não equivale a ódio, e a falta de fontes confiáveis torna essas alegações duvidosas..
O sucesso de Lady Oscar na Itália se explica por uma combinação de fatores:
A narrativa histórica, ambientada na França do século XVIII, ressoava com a rica herança cultural europeia, sendo mais familiar para o público do que os cenários de ficção científica ou fantasia de outros animes.
A trama densa, cheia de intrigas políticas, paixões proibidas e tragédias, envolvia o público. As canções de abertura e encerramento, marcadas por melodias dramáticas e letras emotivas, se tornaram hinos da geração.
A adaptação local, com uma dublagem de alta qualidade, soube transmitir a emoção e a grandiosidade da história, tornando-a ainda mais acessível ao público.
O carisma da heroína: A figura de Lady Oscar, uma mulher que desafia as normas de gênero, vestindo-se como homem e ocupando uma posição de poder, foi cativante. Ela representava uma força feminina poderosa e complexa, algo incomum em desenhos animados da época.
Um fenômeno cultural que foi além da TV
O impacto de Lady Oscar na Europa foi tão grande que se espalhou para além da televisão. Foi um verdadeiro fenômeno de marketing, com uma grande variedade de produtos lançados para o mercado:
Produtos licenciados: Discos com as trilhas sonoras, álbum de figurinhas, fantasias, brinquedos e até encartes dominicais em jornais italianos, como o Corriere della Sera, eram dedicados à série.
Impacto duradouro: O sucesso do anime preparou o terreno para a popularidade de outras produções japonesas na Europa, tornando-se um marco na introdução da animação oriental no continente.
O legado de A Rosa de Versalhes
Quarenta e seis anos depois, a história de A Rosa de Versalhes continua a ser relevante. A saga de Lady Oscar e Maria Antonieta transcendeu o tempo, tocando o coração de pessoas em diferentes países e culturas. A série da TMS, mesmo com suas peculiaridades de produção, se tornou uma obra de arte que mostra como a animação pode ser uma poderosa forma de contar histórias complexas e emocionantes.
Ainda que tenha sido um fracasso inicial em seu país de origem, o anime se tornou a grande porta de entrada para a popularidade da obra de Riyoko Ikeda na Europa. Graças à força da adaptação animada, a grandiosidade do mangá original também foi reconhecida internacionalmente, e a história de Lady Oscar se consolidou como uma das mais amadas de todos os tempos.
Riyoko Ikeda e o anime de 1979 de A Rosa de Versalhes: uma relação de gratidão, não de ódio!
Apesar de ser um clássico cult, a relação entre a autora de A Rosa de Versalhes, Riyoko Ikeda, e a primeira adaptação em anime de sua obra, de 1979, é mais complexa do que se imagina. A resposta para a pergunta "ela gosta ou não?" não é um simples "sim" ou "não", mas uma demonstração de gratidão pelo impacto que a animação teve em sua carreira, mesmo com algumas ressalvas sobre o conteúdo.
O anime que impulsionou o sucesso
É fato que a popularidade mundial de A Rosa de Versalhes se deve, em grande parte, ao sucesso do anime de 1979. Enquanto o mangá já tinha seu público no Japão, a animação foi a responsável por levar a história de Oscar e Maria Antonieta para a Europa. A própria Ikeda reconhece publicamente esse impacto e demonstra ser grata por ter tido a oportunidade de alcançar um público internacional tão grande.
Em suas visitas à Europa, a autora é sempre recebida com carinho por uma base de fãs apaixonada que cresceu assistindo ao anime, provando o quão importante a adaptação foi para a construção dessa comunidade. A presença de Ikeda em eventos como a Romics é um reflexo direto dessa conexão.
Adaptação, não cópia
Como em qualquer adaptação, o anime de 1979 não é uma réplica exata do mangá. Mudanças foram feitas para adequar a trama ao formato televisivo, resultando em um foco diferente em certos personagens e um final distinto. O mangá, por exemplo, deu mais destaque a Oscar a pedido dos leitores, mas o anime seguiu um rumo diferente em alguns momentos.
Uma abordagem madura
Ainda assim, as diferenças entre as mídias não significam uma rejeição. A própria Ikeda, com sua vasta experiência, entende a natureza das adaptações e reconhece que sua obra é flexível o suficiente para ser reinterpretada. A aprovação da autora para o novo filme animado de A Rosa de Versalhes, produzido pela MAPPA e com lançamento previsto para 2025, corrobora essa visão, mostrando que ela está aberta a novas interpretações de sua obra, desde que respeitem sua essência.
Um legado que transcende a mídia:
Portanto, em vez de focar em uma suposta aversão da autora pelo anime, é mais produtivo entender a complexidade da situação. A gratidão de Riyoko Ikeda pelo sucesso internacional que a adaptação de 1979 trouxe à sua carreira e ao seu mangá é inegável. As mudanças na trama e no foco da história não invalidam a importância do anime, mas sim reforçam a ideia de que o legado de A Rosa de Versalhes transcende a mídia original, alcançando gerações de fãs em diferentes formatos.
Momentos do anime daTMS que supera o mangá original.
A cena do quadro de Oscar: um momento de pura emoção
Um dos pontos altos da animação é, sem dúvida, a cena em que Oscar posa para o quadro. Enquanto no mangá a sequência é mais direta, a versão animada a enriquece com uma camada profunda de emoção.
Para contextualizar: Oscar encomenda um quadro ao pintor, mas a obra final retrata a jovem comandante escoltando a carruagem de Maria Antonieta, uma lembrança que permanece viva na memória do artista. Na cena do anime, porém, Oscar e André têm um diálogo tocante. André, que já está perdendo a visão de seu único olho funcional, descreve o quadro da maneira que o imagina, já que não pode mais enxergar com clareza. As lágrimas de Oscar, movidas pela culpa da condição do amigo, e as palavras de André, carregadas de melancolia, tornam esse momento inesquecível e, para mim, muito mais impactante do que no mangá.
O trágico destino de Charlotte
Outro momento em que a animação brilha é no trágico fim de Charlotte, a filha da Duquesa de Polignac e meia-irmã de Rosalie. O anime constrói a cena com uma carga emocional que, na minha percepção, faltou na versão original de Ikeda. A intensidade do desfecho na animação torna-o um dos pontos mais dramáticos e marcantes da série.
O duelo que faltou no mangá
Já mencionei em outras partes deste blog, mas vale reforçar: o confronto entre Oscar e o malvado Duque Germain é mil vezes melhor no anime. Na versão original de Ikeda, a discussão entre os dois é apartada por Maria Antonieta antes que qualquer ação concreta ocorra, deixando o momento totalmente sem graça.
No mangá, Oscar confronta o duque após testemunhá-lo atirar em um garoto que roubou algo de sua carruagem. Ela o desmascara, ele a desafia para um duelo, ela aceita, mas a rainha intervém e impede a luta. Para quem, assim como eu, se decepcionou com a falta de ação nesse momento crucial, o anime entrega o que o mangá prometeu: um duelo eletrizante e satisfatório.
Em suma: enquanto o mangá é a base e a fonte da história, a adaptação de 1979 prova que a animação, com sua capacidade de explorar o drama e a ação de forma visual, pode, por vezes, enriquecer a experiência, criando momentos que se eternizam na memória dos fãs.
Parabéns ao anime A Rosa de Versalhes (conhecido como Lady Oscar no exterior) e ao estúdio TMS Entertainment por completarem 46 anos! Lançada em 10 de outubro de 1979, a série animada não apenas deu vida ao mangá de Riyoko Ikeda, mas também o elevou a um novo patamar, conquistando corações em todo o mundo. A capacidade de emocionar, com cenas icónicas e um drama cativante, mostra por que esta obra continua relevante e amada por gerações. O anime solidificou-se como um marco na história da animação, deixando um legado duradouro e provando que, mesmo após décadas, a história de Oscar de Jarjayes segue tocando a todos nós.
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Lady Oscar diz..
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