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quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Editora Italiana J Pop anuncia a reimpressão da caixa de colecionador do mangá Rosa de Versalhes. Comentando um texto antigo de 2020 O mangá que inspirou o anime Lady Oscar.

 Olá, queridos amigos da Lady Oscar, Sejam Bem Vindos!

 
 
 
 
 
A editora italiana J-Pop, trouxe em seu site, alguns títulos que serão lançados no mês de dezembro e também anunciou reimpressões de alguns de seus maiores clássicos e entre eles a caixa de colecionador, com cinco volumes da Rosa de Versalhes(ベルサイユのばら) de Riyoko Ikeda: uma excelente ideia de presente, para si próprio e também para agradar aquele fã colecionador da Rosa de Versalhes. Sim, J Pop fechou lindamente, esse ano que foi repleto de comemorações aos 50 anos de publicação do mangá, tanto no Japão quanto na Itália, onde tivemos diversos eventos que prestaram suas homenagens à Lady Oscar.
 

 

Essa edição é simplesmente belíssima! É uma edição muito especial,  a caixa é ilustrada e imita os portões do palácio de Versalhes. Essa edição foi lançada em 2020, na época cheguei a comprar, ainda está em excelente estado de conservação. 
 
 
 
 
Pesquisando sobre essa belíssima edição, encontrei um texto, de 2020, e veio de um dos jornais mais famosos  e importantes da Itália, o Corriere Della Sera, mesmo o texto sendo antigo, o essa belíssima edição será relançada na Itália para o Natal, então para comemorar, resolvi traduzir. O texto é de autoria de Chiara Severgnini, fã de Lady Oscar e fala um pouco sobre a importância que o anime, Lady Oscar tem para todos os italianos, principalmente, aqueles que cresceram assistindo às aventuras da jovem comandante na TV nos anos 1980. Enfim, eu segue abaixo a tradução e deixarei para comentar no final.


O retorno da mangá que inspirou Lady Oscar, heroína revolucionária também na TV ( artigo traduzido)

 
O mangá "Rosa de Versalhes" de Riyoko Ikeda retorna publicado pela J-Pop. Considerada um marco, narra a vida das mulheres da corte francesa do final do século XVIII.  Incluindo Oscar, uma heroína inesquecível que o público italiano descobriu graças a um desenho animado que foi como uma "carga de dinamite".


 

  Algumas notas da canção, tema e abertura, são suficientes para lembrar Lady Oscar para quase todos os italianos, pelo menos para aqueles que cresceram em frente a uma TV. Décadas após a primeira exibição do desenho animado dedicado a ela, a espadachim mais habilidosa e elegante da França continua inesquecível. Mas também não reconhecidos, como costuma acontecer com personagens de quadrinhos japoneses que o público italiano descobriu por episódios animados (no jargão, anime). Se quase todos a conhecem, e alguns devem a ela boa parte de suas noções sobre a Revolução Francesa, poucos leram As Rosas de Versalhes de Riyoko Ikeda, o mangá que lhe deu corpo, voz e vida. Uma intensa e estratificada história coral dedicada não só a Oscar, mas a muitas outras mulheres - as "rosas", aliás - da corte francesa do final do século XVIII. 






 Considerado um marco crítico e reverenciado como um favorito culto pelos fãs de mangá, Rosa de Versalhes foi serializado no Japão de 1972 a 1973. Na Itália, teve uma história editorial conturbada, mas a partir de 9 de dezembro voltou em uma nova edição - completa e fiel ao original - em cinco volumes, editado por J-POP Manga. Uma oportunidade para o público que acompanhou as aventuras de Lady Oscar na TV ao longo dos anos ir além do desenho animado. E descobrir que há muito mais por trás dele. "A animação, embora extraordinária, ainda é uma redução do trabalho original", explica Georgia Cocchi Pontalti, editor da nova edição italiana do mangá e gerente de vendas de marketing da J-POP Manga e Edizioni BD, ao Corriere. As diferenças entre cortes e censuras são muitas: "O manga", resume a curadora, "é mais detalhado e tem mais níveis de leitura. Ele também mantém o humor típico de Riyoko Ikeda, deixado de lado no cartoon para favorecer um tom mais trágico". E, se a série animada continua  "lendária", o mangá é histórico, assim como sua autora. Pouco conhecida na Itália, no Japão Riyoko Ikeda é considerada - com Moto Hagio e Keiko Takemiya do coletivo “Grupo 24” - uma das maiores inovadoras do gênero shoujo, voltada principalmente para o público feminino. “Nos anos 70 as histórias em quadrinhos para meninas eram principalmente roteirizadas por homens e tratavam principalmente de temas frívolos e estereotipados”, explica Cocchi Pontalti, “as autoras do” Grupo 24”, por outro lado, introduziram um maior realismo e trataram também de questões relacionadas com gênero ou sexualidade". Riyoko Ikeda não se dedicou apenas à Revolução Francesa, mas também à história da Rússia e da Primeira Guerra Mundial (em La Finestra di Orfeo), bem como às biografias de Catarina II e Napoleão. Com uma constante: "Sempre criou personagens femininas inesquecíveis, graças à sua capacidade de fazer jus às múltiplas facetas da sua personalidade".

 


 

 Quase meio século após sua primeira edição, As Rosas de Versalhes ainda é, segundo Cocchi Pontalti, "uma obra atemporal". E Lady Oscar continua revolucionária, mesmo em 2020. Afinal, ela é uma personagem tão disruptiva que nem mesmo os filtros, censuras e cortes impostos pelas redes italianas em sua versão animada conseguiram descaracterizá-la. Matteo Grilli, romancista (Crocevia di punti morti, Effequ) e ensaísta apaixonado pela cultura pop japonesa, atribui-lhe uma "carga de dinamite libertadora", difícil de decifrar para os epectadores-crianças que a viram na TV à tarde dos anos 90, mas destinada a deixar uma marca em suas vidas. No ensaio A libertação dos Otaku (pode ser lido na coleção Nerdopoli, publicada pela Effequ), Grilli reflete sobre a "revolução passada pelas almas" explicando como "a personalidade de uma geração inteira se desenvolveu naquelas áreas cinzentas que a censura ele esperava mitigar". Isso também se aplica a Lady Oscar? “As cenas com caráter, adultos, explícito foram eliminadas e muitos cortes foram feitos em relação ao mangá”, explica o autor ao Corriere, “mas tudo isso não foi suficiente para evitar que o anime quebrasse tabus de qualquer maneira, pela ambiguidade foi transmitido através do não dito".


Nascido em 1988, portanto, criado no que chama de "a era da onipresença da TV comercial", Grilli lembra todas as características que fizeram de Lady Oscar um programa televisivo"alienígena", portanto, magnético. “Tinha um forte componente dramático, personagens fortemente caracterizados e todo o charme de uma história de aventura”, explica ele, “contava uma série de emoções humanas contraditórias. Em vez de achatar e simplificar, como a maioria dos desenhos animados ocidentais, ele jogou complexidade, beleza e tragédia em nosso rosto”. Além disso, alguns dos personagens que a série apresentou realmente existiram e você poderia conhecê-los nos livros de história, o que causou uma espécie de curto-circuito entre a realidade e a imaginação. À complexidade narrativa, o desenho animado de Lady Oscar acrescentou uma estética anômala: se comparado a outros desenhos animados, tinha uma animação desatualizada, compensada com sugestivas pinturas de imagens estáticas e inserções de música clássica hoje quase inconcebíveis no contexto do entretenimento vespertino (entre outros, havia o Bolero de Ravel).
 


 
Segundo Grilli, com Lady Oscar, a TV comercial sem saber deu às crianças italianas um dispositivo que mais tarde as ajudaria a desequilibrar aquela "visão binária" de identidade que, nos anos 80 e 90, predominava, pelo menos nas áreas destinadas à infância. «No cinema e na música já se movia alguma coisa», explica, «mas não para nós. Para nós havia.Escolha entre brinquedos Polly Pocket ou Mighty Max, sapatos Lelly Kelly ou Bull Boys: hobbies, roupas e desenhos animados foram divididos, de um lado os para meninos e do outro para as meninas, com poucas exceções. Mas Lady Oscar não era nada binária." Significando o quê? “Foi transversal. Havia amor envolvido, então poderia ser rotulado como "para garotinhas"; mas também mostrava duelos e lutas, considerados “para crianças”. E depois havia o protagonista que era um modelo icônico de transversalidade». A própria Lady Oscar François de Jarjayes, é claro. “O bom pai queria um menino, mas aí você nasceu”, cantavam na canção. Diante dos olhos das crianças italianas, a espadachim loira movia-se no espaço entre o masculino e o feminino, em equilíbrio entre as expectativas da sociedade e sua natureza indomável. Forte demais para se dobrar, mas também frágil e humana, Oscar sofreu, lutou, amou. Ela se apropriou de suas contradições. E ela encantou a todos. «O seu carácter magnético», explica Grilli, «fazia com que homens e mulheres caíssem sob o seu feitiço, em ambos os lados do ecrã. E a androginia a colocava muito longe do padrão de feminilidade ocidental. Claro, trouxe consigo ambiguidades difíceis de decifrar. Mas, simultaneamente, deu-lhes uma naturalidade que faltava em outros lugares. Lady Oscar era a desconhecida, e o que poderia ser mais bonito e atraente para uma criança?».
 

Enfim, O texto como eu disse é de 2022, está devidamente, creditado, para quem quiser dar uma olhada, o link está logo acima. Vamos aos comentários:
 
 O artigo diz que essa edição está no formato original, mas não está. Rosa de Versalhes, começou a ser publicada na revista feminina Margaret, em 1972, originalmente rendeu 10 volumes.  essa edição da J-pop é uma caixa de colecionador com 5 volumes. O mesmo acontece com a edição norte Americana, que recentemente completei a coleção, ela foi lançada em 5 volume e a conclusão da história está no volume 4 já que o quinto são os Gaidens. Aqui no Brasil pela JBC, também lançou o mangá em 5 volumes, mas infelizmente, sem nenhuma página colorida.
 
Na Itália, Rosa de Versalhes, foi publicada por diversas editoras, inclusive, tenho uma coleção italiana em 10 volumes como a original. O texto, também, comenta sobre esse grande amor que o Povo, italianos, sente por nossa querida Lady Oscar, mas, não podemos esquecer que o amor maior é pela animação clássica exibida pela primeira vez em 1982, o anime, causou uma verdadeira febre na Itália, o que resultou que quase todo o material da Rosa de Versalhes, fosse lançado na Itália. Esse ano as comemorações no país foram  em 12 dupla, o mangá completou 50 anos e o anime 40 anos desde a primeira exibição na Itália. Minha tia-avó, me disse que todos os apaixonados por Lady Oscar, estão aguardando ansiosamente, pelo novo filme comemorativo, anunciado no dia 6 de setembro. Esperamos que o filme repita o sucesso da primeira adaptação animada e possa ser especial para a nova geração de crianças italianas.
 
Já canção tema de abertura que o texto se refere, é a primeira de 1982, cantada pelo grupo I Cavalieri del Re, já em 1990 a canção tema de abertura mudou e se chamava Una spada per Lady Oscar - Cristina D'Avena. As duas canções temas de aberturas são maravilhosas e inesquecíveis, porem a mais famosa é a primeira do grupo I Cavalieri del Re, deixo abaixo as duas.






Espero que tenham gostado!

lady oscar identitàady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser!


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Lady Oscar diz..
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