Olá, queridos amigos da Lady Oscar,Sejam Bem Vindos!
Restam poucos dias para a estreia do novo filme de animação da Rosa de Versalhes, a nova adaptação animada produzida pelo estúdio MAPPA, conhecido por diversos animes de sucesso como Attack on Titan e Jujutsu Kaisen entre outros. E ontem mesmo, o site Omelete trouxe uma matéria sobre Riyoko Ikeda. A autora da obra original, parece estar emocionada com a fidelidade do filme com seu mangá, apesar de ter mudanças aceitáveis, conforme já mencionei em outros artigos. Pois bem, ontem mesmo, comentei essa matéria, para quem não leu clique aqui, e hoje resolvi falar sobre adaptações x o mangá original. Antes de tudo, não irei mencionar as adaptações da rosa de Versalhes feitas na Takarazuka, por ser teatro, então prefiro focar no anime de 1979 e no filme live action do mesmo ano. Afinal, gostando ou não, esse filme foi o primeiro da rosa de Versalhes, além de ser a primeira adaptação de um mangá para cinema produzido fora do Japão. Mas falarei sobre o Takarazuka em um futuro artigo.
Para começar, qualquer fã que tenha explorado outras mídias provavelmente já se deparou com adaptações que até tenta se aproximar da obra original, seja de livro, jogo, mas que acabou se distanciando e não te agradou. Isso é algo bem normal de acontecer em adaptações.
Quando falamos de adaptações em animes, não é diferente, existem animes que acabam se distanciando até demais do mangá original, porém chegam a fazer sucesso. Um exemplo é Sailor Moon, que o anime clássico acabou não sendo tão fiel ao mangá porem fez um enorme sucesso ainda mais do que sua nova adaptação animada Sailor Moon Crystal, que apesar de ter uma fidelidade muito maior com o mangá original de Naoko Takeushi, acabou não fazendo nem de longe o sucesso da animação clássica. Eu mesmo prefiro o anime clássico, já li o mangá de Sailor Moon, gosto até demais da história original, mas Sailor Moon crystal apesar de ter se aproximado da obra original, não me agradou, principalmente a música de abertura, que simplesmente detestei. Apesar de ter uma animação muito melhor em relação ao clássico, considero o anime cansativo e chato. Os últimos filmes que encerraram a história são bons, mas a série Crystal nem de longe superou o anime antigo. Lembrando que essa é minha opinião.
Por outro lado, essas pessoas costumam crítica sem nunca terem visto a adaptação, como está acontecendo com o filme da Rosa de Versalhes, que ainda nem foi lançado, e tem quem queira que cada coisinha do mangá esteja nessa adaptação e conforme já foi mostrado terá grandes mudanças e por isso pronto, já temos uma péssima adaptação sendo que ninguém ainda assistiu.
Mas é mais fácil fazer comentários egoístas, tentando colocar na cabeça dos outros que o filme fracassará, sendo que a própria autora gostou e elogiou o que é difícil, porque Riyoko Ikeda é exigente, sim, tanto que demorou anos para permitir que a produção de uma nova animação da rosa de Versalhes, e ela gostou do filme e o elogiou.
Dai bem a pergunta: Como Ikeda permitiu tais mudanças, como a exclusão de personagens ou André perdendo a visão do olho esquerdo em uma briga de rua? Permitindo! A obra é dela e ela faz com A rosa de Versalhes o que bem entender! Se as mudanças foram feitas, tiveram total aprovação da autora, caso o contrário, não poderiam mudar nada.
Outro ponto, é Teremos apenas um único filme que demorou 8 anos para ser produzido, conforme mencionado na pré-estreia realizada no último dia 8 de dezembro, então me digam, como querer que façam um filme de animação idêntico o mangá original que tem uma quantidade absurda de conteúdo em um filme de aproximadamente 2 horas? Claro que teríamos mudanças e nem tudo do mangá estaria nessa adaptação.
Então, afinal, o que faz uma adaptação ser boa? Até onde as adaptações de Rosa de Versalhes modificaram o material original? É isso que iremos discutir no post de hoje.
Para começar, em todas as adaptações de Rosa de Versalhes, foi modificado, excluído ou acrescentado alguma coisa, e quando digo todas, são todas mesmo. Até as adaptações musicais da Takarazuka que fazem grande sucesso entre as japonesas, modificou algumas coisas da obra original.
Começamos pelo filme Lady Oscar, um filme de comédia dramática e romance franco-japonês baseado no mangá Versalhes no Bara de Riyoko Ikeda. O filme foi escrito e realizado por Jacques Demy, e a trilha sonora, que é belíssima, foi composta por Michel Legrand. Lady Oscar foi filmado na França em 1979, saiu alguns meses antes da animação clássica. Essa adaptação é repleta de mudanças, incluindo o final da história, que é bem diferente do mangá e anime. Nessa adaptação, temos uma Rosálie que mal fala com Oscar, na verdade, nem convive com ela e André, um Girodelle descarado, um André grosseiro e um Oscar que mais com pouca atitude. Mesmo assim, não o considero uma adaptação ruim, mesmo porque Riyoko Ikeda acompanhou de perto todo o projeto, influenciou na escolha de atores, figurinos e até roteiro. Se essas mudanças aconteceram, Ikeda esteve o tempo todo ciente e aceitou. O filme não é ruim! Só que diferente, mais fraco que o anime e sem toda a carga de emoção e ação do mangá original. Entretanto, é um bom filme! Lembrando que opinião é algo pessoal, não é porque você não gostou que o filme seja realmente ruim, não, apenas não lhe agradou. Repito, Riyoko Ikeda nunca reclamou, muito pelo contrário, acompanhou boa parte do projeto, influenciou na escolha de atores, figurinos e em nenhuma entrevista disse não ter ficado feliz com o resultado. A dona da obra é ela, se gostou, para mim já é o bastante!
Vamos agora ao anime de 1979, lançado alguns meses após o lançamento do filme live action. Lady Oscar é o nome que a série de Ikeda recebeu para sua divulgação na Europa, o título é derivado do título do live action, e esse anime pode não ter agradado os japoneses quando foi lançado, porem Lady Oscar se tornou um fenômeno em toda Europa principalmente na Itália onde até hoje, estão concentrados inúmeros fãs. Os principais leitores desse blog são italianos, sinal que esse site está próximo ao nível de qualidade dos sites deles, caso o contrário não teria tanto acesso e elogios. Vira e mexe encontro pessoas afirmando que Ikeda odeia essa adaptação, por esse motivo ela demorou anos para permitir a produção de um novo anime, e isso só demonstra a falta de conhecimento daqueles que se julgam bem informados. Riyoko Ikeda, nunca foi muito a favor a nenhuma adaptação animada da Rosa de Versalhes, desde o início, no auge do sucesso do mangá ela se demonstrou relutante em autorizar que um anime fosse produzido, tanto que demorou anos para ela conceder a permissão, já que Rosa de Versalhes foi finalizada em dezembro de 1973 e o anime Lady Oscar, só saiu em 1979. Em 1974 Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) estava no auge do sucesso e sua autora Riyoko Ikeda, estava sendo muito abordada, pois havia um grande interesse em produzir uma adaptação animada de sua obra de maior sucesso, Entretanto, Riyoko Ikeda se recusou a permitir produção de uma animação de Rosa de Versalhes, mas como a história dá espadachim Oscar François de Jarjayes, teve um grande impacto entre os fãs japoneses e havia um enorme interesse por materiais semelhantes, foi então que surgiu La Seine no Hoshi (ラ・セーヌの星). Essa série animada, estilo capa e espada, foi produzida pela Sunrise e estreou em 4 de abril de 1975 e ficou no ar até 26 de dezembro desse mesmo ano. O anime contou com 39 episódios. Particularmente, gosto muito desse anime, mas devo admitir que não tem nem de longe o realismo da Rosa de Versalhes e sim, é bem mais infantil, porém é um bom anime. Nossa querida protagonista Simona é uma versão feminina do amado herói Zorro.
Não vou me prolongar no Takarazuka, mas citarei brevemente o teatro feminino. Muitos elogiam e amam as adaptações da Rosa de Personagens para o musical, mas será que o Takarazuka seguiu o mangá a risca? E a resposta é não! Tenho na coleção um box com as apresentações da Rosa de versalhes do Takarazuka e posso dizer que, apesar de existir, sim, fidelidade com o mangá, temos algumas mudanças, como, por exemplo, o encontro de Oscar e André no paraíso, com onde temos a famosa cação Ai, areba koso. O vídeo abaixo é da apresentação de 2001, uma de minhas montagens favoritas.
O ponto é que nenhuma das adaptações da Rosa de Versalhes seguiu cada linha do mangá original, em todas tivemos mudanças, inclusive na Takarazuka, então por que esse filme seria diferente? Fora que não se pode criticar algo que nem ainda tivemos a oportunidade de assistir e quem já assistiu gostou e aplaudiu.
Se você chegou até aqui, então saiba que essa é a parte mais importante: "O que faz uma adaptação ser boa?" Pois essa é uma pergunta de difícil resposta, para não dizer que não há resposta concreta. Porém, penso bastante sobre isso, meu veredito final é que não existe um meio fixo para fazer uma boa adaptação, tudo depende da obra original.
É difícil, para não dizer impossível, chegar a uma resposta concreta. Refletindo sobre o assunto, posso dizer que não existe uma adaptação boa ou ruim, tudo depende de sua opinião, pessoa e da obra original.
O que eu penso é que a única coisa que jamais pode se perder é o que faz a obra ser o que ela é. Tem obras que se sustentam em uma ideia, se essa ideia se perder, mesmo que o resto seja fiel, não vai ser uma boa adaptação. Pelo visto, não é o caso do filme da Rosa de Versalhes.
Por outro lado, mesmo uma adaptação com diversas alterações, como no anime Lady Oscar de 1979, pode representar bem o original se manter o que faz a obra o que ela é. E é nisso que acredito.
Outro exemplo é Violet Evergarden, que para mim foi uma adaptação que se perdeu quando o diretor mostrou que não sabia exatamente o que fazia a série ser uma obra premiada. Nesse caso, digo que, pelo menos em minha opinião, tivemos uma adaptação ruim.
A base da série de Violet era a ideia por trás, seguido da jornada da protagonista. Porém, a animação colocou a jornada da protagonista como o principal, lado a lado com um melodrama que não existe na obra original, tornando a animação uma adaptação ruim. Falaremos agora da série Mahouka, o diretor do anime nada entendia do protagonista, errou feio na construção do mesmo em relação ao original. E esse erro prejudicou praticamente toda a animação em uma possível continuação, então temos mais um exemplo de um anime que não adaptou bem o material original e por isso não me agradou, porém, pode ter agradado você que está lendo, quem sabe.
Seguiu a história? Sim, direitinho, embora tenha ficado muito corrida em partes importantes, seguiu, como Sailor Moon Crystal que mencionei acima, um anime que seguiu o mangá, mas acabou não agradando a todos e eu posso dizer que para mim não foram boas adaptações.
E vocês, para vocês, qual seria a melhor forma de adaptar um mangá tão importante como Rosa de Versalhes? Seguir a obra de Ikeda à risca? Lembrando ser algo difícil, já que o mangá rendeu 10 volumes, então concordo que uma trilogia iria contar melhor essa história, porém só esse único filme demorou 8 anos para ser produzido e quanto tempo levariam os outros dois filmes? Sem contar o tempo, o dinheiro gasto para produzir algo que nem sabemos se faria ou não sucesso. Meu conselho, não querem mais do que estão recebendo, devemos nos contentar em ver novamente Oscar e o restante dos personagens que amamos em uma nova adaptação animada, algo que nem tínhamos mais esperanças. Assistam ao filme sem querer encontrar o mangá original, entendam que é uma adaptação, a obra original não foi mexida. Nem o anime clássico que tanto amamos será desvalorizado, ele continuará existindo e isso não é um Remake dele. Lembre-se de disso.
E acima de tudo, tirem suas próprias conclusões, não vão pela cabeça dos outros e nem por textos de pessoas que só querem criticar. Não sejam esses tipos de pessoas vamos diminuir a toxicidade. O verdadeiro fã sabe apreciar a obra original e também se alegra com as adaptações, ainda que sejam diferentes do original. Quem só critica não é o verdadeiro fã. O filme da Rosa de Versalhes estréia dia 31 de Janeiro nos cinemas Japones e ainda segue sem data de estreia no Brasil, vamos aguardar por novas informações.
Daqui a pouco tem mais.
Espero que tenham gostado! Um Bom final de Semana a Todos vocês amigos da lady Oscar.
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