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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Especial de Halloween: Um #TBT Assombrado com Elizabeth Báthory e o Melhor Gaiden de Todos


Olá, queridos amigos da Lady Oscar,sejam Bem Vindos!

 


 


Nesta quinta-feira de #TBT e véspera de Halloween, o terror nos chama. Deixe-se levar por uma viagem ao passado, rumo à lenda europeia mais perturbadora de todas: a de Elizabeth Báthory, conhecida como a "Condessa de Sangue". Suas atrocidades foram tão chocantes que inspiraram Riyoko Ikeda a criar o gaiden de A Rosa de Versalhes, "A Condessa de Preto" (ou A Condessa Vampira). Neste post, vamos desenterrar os segredos sombrios de Báthory e, em seguida, mergulhar na obra que, para mim, é a melhor de todos os gaidens e que na Itália é reverenciada como História Gótica.  Está pronto para o mistério? A bruxa já está a caminho!

 


A figura da "Condessa de Sangue" assombra o imaginário popular há séculos, evocando imagens de sadismo, tortura e banhos em sangue. No entanto, por trás da lenda macabra, esconde-se a história complexa de Elizabeth Báthory (1560-1614), uma nobre húngara cujos supostos crimes a tornaram um dos nomes mais notórios e controversos da história. Sua história, contudo, é mais do que um conto de terror; ela levanta questionamentos sobre poder, misoginia e a linha tênue entre a verdade histórica e a construção de mitos.



Quem foi Elizabeth Báthory?

Elizabeth Báthory nasceu em uma das famílias nobres mais ricas e poderosas da Hungria. Sua árvore genealógica incluía príncipes, cardeais e o próprio rei da Polônia. Casou-se ainda adolescente com Ferenc Nádasdy, um nobre influente e herói de guerra. Embora sua vida inicial parecesse a de qualquer outra nobre da época, a partir de 1604, após a morte de seu marido, a situação começou a mudar drasticamente.

Os crimes e a lenda

As primeiras acusações contra Báthory surgiram de rumores de que ela e seus serviçais estariam torturando e matando moças, inicialmente plebeias. Com o tempo, as vítimas se tornaram filhas de famílias menores da nobreza, que eram enviadas ao castelo de Báthory para aprender boas maneiras.

A lenda mais famosa, no entanto, é a de que Báthory se banhava no sangue de virgens para manter sua juventude. Curiosamente, essa parte da história não aparece nas descrições originais do caso e foi adicionada anos depois, contribuindo para a imagem vampiresca da condessa.

Após uma investigação iniciada por um ministro luterano e o próprio rei húngaro, Báthory foi presa em 1610. Quatro de seus serviçais foram julgados, condenados e executados por tortura e assassinato. No entanto, Báthory nunca foi formalmente a julgamento devido ao seu alto status social. Ela foi confinada em seu castelo de Čachtice, onde viveu enclausurada até sua morte em 1614.

Elizabeth Bathory Mcfarlane Toys


 

A polêmica: uma monstra ou vítima de conspiração?

Apesar das acusações e lendas, a história de Elizabeth Báthory não é consensual. Enquanto o Guinness World Records a lista como a serial killer mais prolífica do mundo, com o número de vítimas variando entre 300 e 650, muitos historiadores questionam a veracidade das acusações.

A principal teoria alternativa sugere que Báthory pode ter sido vítima de uma conspiração política. Sendo uma mulher poderosa e influente em uma época dominada por homens, ela era um alvo fácil. Seus inimigos, incluindo familiares e o próprio rei, poderiam se beneficiar de sua queda, apropriando-se de suas vastas terras e riquezas. A validade dos testemunhos, obtidos sob tortura, também é questionável, o que alimenta ainda mais o debate.



O legado na cultura pop

Independentemente de ser uma serial killer sádica ou uma vítima de conspiração, a figura de Elizabeth Báthory deixou uma marca indelével na cultura popular. Sua história, misturada com a lenda, inspirou inúmeras obras, desde filmes e séries de TV até músicas e jogos.

Um exemplo notável dessa influência é o mangá A Rosa de Versalhes, da renomada artista Riyoko Ikeda. Em um de seus gaidens (histórias paralelas), intitulado "A Condessa em Preto", Ikeda se inspirou na figura de Báthory para criar uma narrativa sobre poder, crueldade e intriga na nobreza. Embora não seja uma biografia, a obra utiliza elementos e o mito da condessa para explorar temas complexos, mostrando como a lenda de Báthory continua a reverberar e a inspirar artistas em diferentes mídias.

Em última análise, a história de Elizabeth Báthory é um lembrete do poder da lenda em moldar a percepção da história e como a verdade, em certos casos, pode ser tão elusiva quanto a própria lenda.




A Condessa em Preto (黒衣の伯爵夫人, Kokui no Hakushaku Fujin) é um dos contos laterais do aclamado mangá A Rosa de Versalhes, de Riyoko Ikeda. Publicado originalmente em 1974, após a conclusão da história principal, este gaiden mergulha nas lendas góticas da Europa para criar uma trama de horror e mistério que se encaixa perfeitamente no universo sombrio e trágico de Ikeda.

Sinopse e ambientação

A história se passa em 1787, durante o período do "Cavaleiro Negro", uma fase de turbulência antes da eclosão da Revolução Francesa. Oscar, André e Rosalie viajam até a Vendéia para visitar a irmã mais velha de Oscar, Hortense de La Lorancy. Durante sua estadia, eles são apresentados à Condessa de Montclaire, uma figura bela e enigmática, e a seu misterioso sobrinho.

A atmosfera na região, no entanto, é carregada de rumores sinistros sobre desaparecimentos de jovens camponesas. O trio, inicialmente imerso nos eventos sociais, logo se vê envolvido em uma investigação macabra para desvendar a verdade por trás da lenda de uma seita de vampiros, ou algo ainda mais terrível. A narrativa atinge seu clímax quando uma jovem ciumenta chamada Caroline tenta seduzir Oscar e, ao ser rejeitada, busca o sobrinho da Condessa, desaparecendo em seguida..



A inspiração de Elizabeth Báthory

O ponto central e mais fascinante deste gaiden é sua clara inspiração na figura histórica de Elizabeth Báthory, a "Condessa de Sangue". Riyoko Ikeda transforma a lenda de Báthory na Condessa de Montclaire, uma mulher obcecada pela juventude e beleza que recorre a métodos cruéis e sanguinários para alcançá-las.

Essa conexão histórica confere uma profundidade sombria à história, transportando os temas de poder, corrupção e sadismo para o universo de A Rosa de Versalhes. A autora, que era estudante de filosofia, utiliza a história de Báthory para explorar as profundezas da maldade humana e as motivações por trás de atrocidades, questionando se a condessa original foi uma serial killer sádica ou uma vítima de conspiração. No gaiden, no entanto, a natureza maligna da Condessa de Montclaire não deixa margem para dúvidas.

Personagens e dinâmica

A história brilha ao colocar personagens já estabelecidos, como Oscar, André e Rosalie, em um cenário de horror gótico.

Oscar, sempre perspicaz e destemida, assume o papel de investigadora, desvendando os mistérios por trás da fachada da condessa.

André, com sua lealdade inabalável, a acompanha, servindo de contraponto para os perigos que enfrentam.

Rosalie, por sua vez, tem seu relacionamento com Oscar explorado, com as investidas ciumentas da personagem Caroline destacando a natureza protetora de Oscar em relação a ela.

A inclusão da pequena e atrevida Loulou, filha de Hortense, adiciona um toque de humanidade e leveza à atmosfera tensa. A dinâmica dos personagens, já familiar aos fãs, é explorada de uma maneira nova, testando suas relações e seu senso de justiça diante de um mal sobrenatural.

Temas e estilo

A Condessa em Preto é um desvio temático notável da história principal, que se concentra em dramas palacianos e na Revolução Francesa. Aqui, Ikeda adota um estilo de horror gótico, com elementos como:

A atmosfera opressiva e misteriosa do castelo da condessa.

O uso de um boneco mecânico mortal para cometer os assassinatos, adicionando um elemento de horror tecnológico.

A exploração da obsessão pela beleza e a natureza do mal.

A arte de Ikeda, já conhecida por seu estilo shoujo clássico, com olhos grandes e detalhes luxuosos, ganha contornos mais sombrios e grotescos ao representar os horrores da trama. A sequência em que o boneco mecânico ataca suas vítimas é particularmente perturbadora e eficaz na construção do suspense.


A Condessa em Preto é um gaiden imperdível para os fãs de A Rosa de Versalhes que desejam explorar um lado mais sombrio e macabro da genialidade de Riyoko Ikeda. Ao injetar um conto de horror gótico na narrativa, a autora não só enriquece seu universo, mas também demonstra sua habilidade em dominar diferentes gêneros. A história funciona tanto como uma homenagem à lenda de Elizabeth Báthory quanto como uma exploração cativante dos temas de beleza, poder e loucura que a própria lenda evoca. É um conto que diverte, aterroriza e complementa perfeitamente a complexidade do mundo que Ikeda criou.


Espero que tenham gostado!

Até o Próximo post de Halloween.


ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 





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Lady Oscar diz..
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