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sábado, 5 de outubro de 2024

Na manhã de 5 de outubro de 1789, há exatos 235 anos, acontecia a marcha das Mulheres, um acontecimento histórico mostrado em Rosa de Versalhes.

 

Olá,queridos, amigos da Lady Oscar, sejam Bem vindos!


 

E hoje é aniversário de um acontecimento histórico, mostrado no clássico mangá em Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら)de Riyoko Ikeda. Em 5 de outubro de 1789, há exatos 235 anos, acontecia a A Marcha sobre Versalhes, também conhecida como Marcha das Mulheres a Versalhes, Jornadas de outubro ou Marcha de outubro, foi um dos mais significativos acontecimentos no primeiro ano da Revolução Francesa. O evento iniciou-se entre mulheres dos mercados de Paris que, na manhã de 5 de outubro de 1789, protestavam contra o alto preço e a escassez do pão.

 

Marcha das mulheres no Mangá Rosa de Versalhes de Riyoko Ikeda.

Para explicar melhor, esse acontecimento, também retratada na série de Ikeda, os manifestantes rapidamente se uniram aos revolucionários que exigiam reformas políticas liberais e uma monarquia constitucional para a França. Logo, uma multidão de milhares de cidadãos parisienses, encorajados pelos agitadores revolucionários, saqueou o arsenal de armas da cidade e marchou para o Palácio de Versalhes. A multidão sitiou o palácio e, num confronto dramático e violento, conseguiu impor suas exigências ao rei Luís XVI. No dia seguinte, os manifestantes obrigaram o rei, sua família e os membros da Assembleia a voltar com eles para Paris.

Estes eventos marcaram, efetivamente, o fim da autoridade real. A marcha simbolizou um novo equilíbrio de poder que deslocou a antiga ordem de privilégios da aristocracia e favoreceu o chamado Terceiro Estado. Unindo pessoas de diferentes vertentes, a marcha tornou-se um dos fatores decisivos da revolução.

 

 

Então na de 5 de outubro, diante do mercado, uma jovem batia um tambor à frente de um grupo de mulheres enfurecidas pela escassez de víveres e pelo alto preço do pão. Dirigindo-se aos mercados do lado leste de Paris, então conhecidos como Faubourg Saint-Antoine, o grupo obrigou uma igreja próxima a tocar seus sinos. Mais mulheres de outros mercados próximos se juntaram às manifestantes, muitas delas munidas de facas de cozinha e outras armas improvisadas, e a marcha iniciou-se. Em vários distritos, os sinos das igrejas soavam incessantemente. Orientada por grupos de agitadores, a multidão convergiu para o Hôtel de Ville, onde exigiram pão e armas. Com a chegada de mais mulheres e homens, a multidão em frente à prefeitura somava entre seis e sete mil, chegando mesmo a ser estimada em dez mil pessoas.[10]

Um dos manifestantes era o audacioso Estanislau Maillard, um proeminente vainqueur de la Bastille, que, agarrando seu próprio tambor, incitava o povo gritando: "a Versalhes!" Maillard era uma figura popular entre as mulheres do mercado[16] e acabou sendo reconhecido como uma espécie de liderança do movimento. Embora seja pouco provável que primasse pelo cavalheirismo, Maillard ajudou a reprimir, pela força do caráter, os piores instintos da multidão, chegando mesmo a resgatar o intendente do hotêl, o abade Lefèvre, que se havia amarrado a um poste de luz para tentar proteger os armazéns. O hotêl foi saqueado pela multidão, que se apossou das provisões e armas disponíveis, mas Maillard ajudou a evitar que incendiassem o prédio. Após algum tempo, a atenção dos manifestantes voltou-se para Versalhes e eles voltaram a ocupar as ruas. Maillard designou algumas mulheres como líderes do grupo, ordenou a multidão e conduziu a todos para fora da cidade em plena chuva.

Quando os manifestantes saíram, milhares de homens da Guarda Nacional, sabedores dos acontecimentos, passaram a agrupar-se na Place de Grève. O marquês de La Fayette, seu comandante-em-chefe em Paris, descobriu, horrorizado, que seus soldados eram amplamente favoráveis à marcha e que estavam sendo incentivados a juntar-se à multidão. Mesmo sendo um dos maiores heróis de guerra da França, La Fayette não conseguiu dissuadir suas tropas, que ameaçavam desertar. Antes que isso acontecesse, o governo parisiense orientou La Fayette a seguir à frente dos soldados para Versalhes e a pedir ao rei que regressasse voluntariamente a Paris para satisfazer ao povo. Após enviar um cavaleiro para alertar Versalhes, La Fayette passou a acompanhar o motim de perto. Ele estava ciente de que muitos deles declararam abertamente que iriam matá-lo, caso não aderisse ao movimento ou tentasse impedi-los de seguir.  Às quatro horas da tarde, quinze mil guardas, com outros milhares de civis retardatários, partiram para Versalhes. Relutante, La Fayette tomou seu lugar à frente da coluna, na esperança de proteger o rei e manter a ordem pública.

 É  importante mencionar o cenário político e social da França durante a revolução francesa. O povo sofria com a miséria e pobreza, algo que Ikeda mostra em Rosa de Versalhes, e enquanto os pobres passava fome, a nobreza vivia no luxo, gastando com inúmeras festas, além de se armarem contra a população.  Para se ter uma ideia do descaso com os plebeus, nos dias 1 e 3 de outubro foi organizado uma luxuosa festa, para comemorar a chegada da infantaria que seria responsável pela proteção do palácio e dos monarcas. óbvio, que à população se revoltou, não era para menos.

Resumindo, Os revolucionários resolveram reunir na manhã de 5 de outubro, cerca de 6 mil mulheres que marcharam sob a chuva gritando “Vamos buscar o padeiro, a padeira e o padeirinho”, referindo- se a Luís XVI, Maria Antonieta, e Luís Carlos, o herdeiro do trono.


A multidão que chegou ao palácio somava mais de 20 mil pessoas, foi recebida pela Assembleia Nacional e ficou aguardando uma resposta do rei. O rei demorou muito para se posicionar, o que foi visto como um descaso pela multidão enfurecida e o palácio terminou sendo invadido. Maria Antonieta não estava em seus aposentos, porem seu quarto foi destruído pela população revoltada com o descaso da Monarquia. Os guardas tentaram proteger o palácio, porem falharam.

 O rei não se mostrava nada flexível, e se recusava a aparecer diante da multidão, para assinar a declaração os Direitos do Homem e do Cidadão. E foi nesse exato momento que o Marquês de La Fayette finalmente convenceu Luís XVI a ratificar a declaração. Após esses eventos, a família real se mudou para o Palácio das Tulheiras, onde o povo queria que eles ficassem, para que a população recebesse mais alimentos. No mangá Rosa de Versalhes, além de ser mostrado a Marcha das mulheres, também temos a ilustração de Riyoko Ikeda, inspirada em pinturas da época. Deixo logo abaixo:



 

 

Objetivos da marcha:

O principal motivo da Marcha das Mulheres foi a fome e o desespero das mulheres do mercado, esses foram o impulso inicial para a marcha, mas o que começou como uma busca por pão logo assumiu uma meta muito mais ambiciosa. O Hôtel de Ville abriu seus armazéns aos manifestantes, mas eles permaneciam insatisfeitos: não queriam apenas uma refeição, mas a garantia de que o pão voltaria a ser abundante e barato. A fome era um temor real e presente nos estratos mais baixos do Terceiro Estado, por isso, a população acreditou prontamente nos propagados rumores de uma "conspiração aristocrata" para matar os pobres de fome. 

 

Ao mesmo tempo, havia um ressentimento generalizado contra as atitudes reacionárias dos círculos jurídicos que, mesmo antes dos tumultos provocados pelo famoso banquete, já vinha delineando os aspectos políticos da marcha. Incutia-se na multidão a ideia de que o rei devia demitir todos os seus guarda-costas e substituí-los por uma Guarda Nacional patriótica, linha de argumentação que teve uma boa acolhida entre os soldados de La Fayette.

Estes dois objetivos populares uniram-se em torno de um terceiro, inspirado grandemente pelos revolucionários: o rei e sua corte, bem como a Assembleia, deveriam transferir-se para Paris e residir entre o povo. Somente então os soldados estrangeiros seriam expulsos, o alimento seria farto e a França seria servida por um líder "em comunhão com o seu próprio povo". Certamente, tal plano empolgou a todos os segmentos da multidão. Mesmo aqueles que inocentemente apoiavam a monarquia (e eram muitos, especialmente entre as mulheres) achavam que a ideia de trazer para casa le bon papa era um plano bom e reconfortante. Para os revolucionários, eram prioritárias a preservação de sua recente legislação e a criação de uma constituição, e o confinamento do rei numa Paris reformista criaria o melhor ambiente possível para o sucesso da revolução.

 Enfim, hoje a Marcha das mulheres está completando 234 anos e um blog, especializado em Lady Oscar, não poderia deixar de comentar sobre o aniversário dessa importante data. E se você nunca leu o Rosa de Versalhes, eu super recomendo que leiam o mangá e também assistam o anime. Rosa de Versalhes foi publicado aqui no Brasil pela editora JBC em 2019 em 5 volumes em  edição Big 2 em 1. 



Fontes de pesquisa, Winkipédia, Guia dos curiosos, site Relações do exterior e livros de história. 

 

Espero que tenham Gostado!



ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 



sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Anunciado um Evento Temático dedicado à Maria Antonieta para o Ultimo dia da Grande Exposição dos 35 Anos da Animação Lady Oscar no WOW Museu Del Fumetto em Milão.

 

Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam bem vindos!

 


Estamos nos últimos dias da grande exposição comemorativa dos 45 anos da animação de Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら), também chamada de Lady Oscar, no WOW Museu Del Fumetto em Milão.  em Milão, que também foi muito visitada, tivemos cerca de dez mil visitantes. Pois bem, no próximo sábado, 5 de outubro, haverá um evento de despedida a partir das 15h, dedicado a Maria Antonieta, a última rainha do Antigo Regime (Ancien Régime), que receberá uma homenagem, poucos dias antes do aniversário de sua morte. A madrinha do encerramento da exposição será Clara Serina, a principal voz feminina do I Cavalieri del Re, responsáveis pela primeira e mais amada música de abertura italiana da animação.
 


Não é só isso, o evento contará com a cosplayer Gloria Boscolo Camiletto, que estará representando a trágica rainha da frança, que será entrevistada por Angelo Capozzi, que representará o conde sueco Hans Axel von Fersen o grande amor de Maria Antonieta. Também teremos a participação especial do artista Loputyn cartunista e ilustrador italiano, que a partir das 16h30 estará apresentando e autografando seu livro de arte dedicado à Maria Antonieta, publicado pela HOP Edizioni. A informação veio do site da minha querida amiga Elena Romanello, o Lady Oscar40 Anni, e da página oficial do evento no Facebook. No site de Elena encontrei as seguintes imagens, deixo aqui os devidos créditos e agradecimentos:
 
 

 
 
 

 




Só lembrando que já está aqui no blog todas as partes da entrevista mais recente de Riyoko Ikeda, concedida à revista japonesa Yoi. Seguem todos os links das partes: 1, 2 e 3. Daqui a pouco abrirei um post comentando a entrevista, os comentários serão divididos em 3 partes, pois a entrevista é bem longa. Continuem conosco para ficarem por dentro do universo da Rosa de Versalhes..

 




 Espero que tenham gostado! Daqui a pouco tem mais.

Um Bom Final de Semana para todos vocês amigos da Lady Oscar.




ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 




quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Entrevista Especial Com Riyoko Ikeda Para a Revista Yoi em Comemoração do 3º aniversário. Parte 3 FINAL.

 

 

Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam bem vindos!

 


 

Eis a tradução da terceira e última parte  entrevista de Riyoko Ikeda, autora da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら), concedida recentemente para a revista japonesa Yoi, que está comemorando seu terceiro aniversário.  Para quem não leu as partes anteriores, deixo aqui os links das traduções das partes 1 e 2. Pois bem, nesse final da entrevista, Ikeda, quase não fala sobre mangás, apenas comenta brevemente sobre Claudine e sua inspiração para a criação da obra. Ela também fala sobre suas preocupações com questões ambientais, desejo de escrever uma história usando um pseudônimo e sobre seu novo trabalho a Peça da rainha xamã Himiko ou Pimiko (卑弥呼 também conhecida como Shingi Waō (親魏倭王, "Regente de Wa, da qual escreveu o roteiro. Só lembrando que esse foi o primeiro blog brasileiro a traduzir e disponibilizar todas as partes da entrevista, pode, sim, conter erros que depois serão devidamente corrigidos com o auxílio do meu professor do kumon. Possivelmente também aparecerá em outros sites aqui do Brasil, não é plágio mas esse foi o primeiro,a trazer a entrevista lembre-se disso. E sim, passei horas fazendo a tradução, deu trabalho, não é tarefa fácil e os créditos são meus pela tradução e da revista Yoi que é dona dos textos traduzidos. Sem mais delongas, vamos à última parte da conversa com Ikeda Sensei para a revisão Yoi: 



 

 A Terceira parte da Entrevista começa aqui:

 [Riyoko Ikeda] "Claudine...!" uma representação de uma pessoa trans na década de 1970. “Como nasceu? Também algumas informações sobre a última peça “Queen Himiko”! 〈Entrevista especial do 3º aniversário de Yoi vol.4 - Parte 3〉 Riyoko Ikeda escreveu romances históricos como “A Rosa de Versalhes” e “A Janela de Orfeu”, ao mesmo tempo que publicou uma série de contos que capturam questões sociais e deixam uma impressão profunda após lê-los.

Riyoko Ikeda publicou uma série de contos que retratam romances épicos históricos, como "A Rosa de Versalhes" e "A Janela de Orfeu", ao mesmo tempo, em que abordam questões sociais e deixam uma profunda impressão após a leitura. No meio da entrevista, perguntaremos sobre sua opinião sobre o curta-metragem e a peça de teatro "Rainha Himiko", da qual ela foi responsável pelo roteiro, direção e figurino para a apresentação de "Rainha Himiko" que será encenada em junho do próximo ano. Em seguida, ouviremos Aso Yamawaki, um escritor que é ex-editor de revista de mangá e professor em meio período no Curso de Mangá de Nova Geração da Universidade Kyoto Seika. 〈Entrevista especial do 3º aniversário da YAI Vol.4 Medium〉.

índice.


1.Histórias curtas de Riyoko Ikeda que foram escritas “demasiado cedo”. 

2. O que mais me interessa agora são as questões ambientais. Mudar meu pseudônimo e fazer um trabalho semelhante ao de "Attack on Titan"!


3. A adaptação teatral de "Rainha Himiko" que se tornou realidade ao longo de 20 anos.

 

 



Riyoko Ikeda: Nasceu em 1947. Estreou como artista de mangá em 1967. “A Rosa de Versalhes”, que começou a ser serializado na Margaret em 1972, tornou-se um sucesso sem precedentes. Outras obras representativas incluem "A Janela de Orfeu", "Oniisama E..." e "Eikou no Napoleon". Aos 45 anos, ela decidiu fazer o vestibular para uma faculdade de música e se matriculou no departamento de música vocal da Tokyo College of Music em 1995. Ela continua ativa como cantora ( óperas). Ele também atua como poeta e lançou sua primeira coleção de poemas, “Sabishiki Hone” (Shueisha) em 2020.
 
 
 
 

 Histórias curtas de Riyoko Ikeda" lançadas muito cedo"


 Entrevistador: Você trabalhou em muitas histórias longas, e antes de Rosa de Versalhes, você também escreveu muitos contos que tratavam de questões sociais, como Mariko, baseado na doença causada pelo efeito da bomba atômica, e Estou feliz por estar vivo!, que retrata o abuso infantil. Desta vez, gostaria de perguntar sobre esses trabalhos.

Ikeda Sensei: Também gosto dessas obras, mas elas não são muito divulgadas. É uma pena que seja tudo “A Rosa de Versalhes.


 Entrevistador:
--Estou percebendo que esse é o caso. Sua estreia foi em 1967, mas nos anos 1980 quis desenhar para revistas com públicos mais velhos, então expandiu seu trabalho para incluir quadrinhos femininos que eram publicados por diversas editoras na época. O conto “Flores de Outono” me surpreendeu com seu retrato em alta resolução da psicologia masculina.
 
 


Ikeda sensei: Eu acho que essa história eu desenhei quando a "YOI" foi lançada. Prevendo como será o meu eu futuro (risos).

Entrevistador: • —Sim. É a primeira questão, não é? "Vestido de noiva",que retratava a tristeza e a nobreza das mulheres na mesma revista. A protagonista é uma mulher na casa dos trinta que trabalha a fazer vestidos de noiva e, embora ela própria se sinta sozinha porque o casamento que deseja não se concretizou, penso que ainda há muitas leitoras que se podem identificar com a história da recuperação da sua confiança, salva pela carreira que cultivou.

Ikeda Sensei: Eu também gosto bastante de histórias curtas como essa. Por acaso não o tinha comigo quando de repente quis lê-lo, e até pedi ao meu editor para me enviar uma cópia antes.

Entrevistador: --Claudine...! foi também um trabalho inicial que aborda as pessoas LGBTQ+. Gostaríamos de lhe perguntar qual foi a sua inspiração para esta obra.

 
 
 

 Ikeda Sensei: Isto foi escrito em um livro publicado por um médico francês. Uma paciente que nasceu menina, mas pensava que era menino, veio vê-la com a mãe. O médico a acha interessante e continua sendo sua conselheira por muito tempo. Fiquei tão intrigado com aquele episódio que o transformei em uma obra. 

No final, ela é traída por alguém que ama... Gosto deste conto. É um tema que está a sendo tratado cada vez mais, porem talvez eu tenha chegado um pouco cedo demais.

 

 O que mais me interessa agora são as questões ambientais. Mudar meu pseudônimo e trabalhe em algo como“Attack on Titan”!?

 


Entrevistador: --Na verdade, esta foi a primeira vez que li a palavra “transexual”. A propósito, quando você estava matriculado no Departamento de Filosofia da Universidade de Educação de Tóquio (hoje Universidade de Tsukuba), havia um movimento estudantil próspero e era comum os estudantes conversarem sobre política e sociedade entre si. Em quais questões sociais você está interessado atualmente?


 Ikeda Sensei:
Acho que é uma questão ambiental. Acredito que existe um limite para o número de pessoas que a Terra pode sustentar, mas por vezes sinto que o número de pessoas aumentou ainda mais do que isso. Quando olho para as crianças em África, vejo-as a ficar subnutridas ou a morrer de fome devido à falta de alimentos. Os problemas incluem a falta de educação sexual e alguns homens que não cooperam com a contracepção.

  Entrevistador: Além disso, se pensarmos no assunto país a país, as pessoas só pensarão na economia. Mas quando se pensa nisso numa escala global, o meu tema é se podemos continuar assim.

--Ikeda Sensei: Sim, é verdade que a questão da mudança climática tem atraído muita atenção nos últimos anos.

Entrevistador:  De fato, as questão das mudanças climáticas tem recebido atenção crescente nos últimos anos.

 Ikeda Sensei: Isso mesmo. Se eu fosse criar uma obra com esse tema  ... Acho que seria divertido se eu mudasse meu nome e desenhasse um mangá como "Attack on Titan"? Isso é o que eu penso. Eu não li, mas quando perguntei à minha família, "Que tipo de mangá é "Attack on Titan''?'', eles me disseram que também retrata temas como "É uma coisa boa para a humanidade, aumente demais?''

Entrevistador:  Um trabalho estilo “Attack on Titan” desenhado por você Sensei…! Eu adoraria ler. Falando em questões sociais, você escreveu sobre sua viagem ao Camboja em 1996 em sua coleção de poesia de 2020, “Lonely Bones”. Publicada em 2020. A história produz por vezes monstros horríveis como governantes. Sou sempre forçado a pensar na identidade daqueles que os criam.” Sempre se interessou pelo que se esconde no fundo dos seres humanos?

Ikeda Sensei: Naquela época, meu objetivo principal era visitar as ruínas de Angko, mas também queria ver as cicatrizes do genocídio sistemático contra a classe intelectual realizado pelo regime de Pol Pot entre 1975 e 1979. Isso deixou uma impressão duradoura em mim. Apesar de terem passado 16 anos desde o fim do massacre, os crânios ainda estavam empilhados ...

Aparentemente, o poder exerce um fascínio que não podemos sequer imaginar quando o detém. De qualquer forma, não se quer desistir dele. E, embora a morte chegue um dia na vida humana, as pessoas começam a procurar a imortalidade. As pessoas são sempre vítimas dessas pessoas, por isso continuo a interessar-me por elas.

 

 A adaptação teatral de "Rainha Himiko" que se tornou realidade ao longo de 20 anos.




 Entrevistador:——Ouvi dizer que a ópera “Rainha Himiko” escrita por você será apresentada em junho de 2025. Eu também gostaria de perguntar a você sobre isso. Além de escrever o roteiro, você também é responsável pela direção e figurino.

 Ikeda Sensei: Sim. Quanto ao design de figurinos, é a minha secretária que faz os figurinos.

Entrevistador:--Isso mesmo! A propósito, conte-nos como você escolheu Himiko como tema.

 Ikeda Sensei: Quando o ator de Kabuki Fukusuke Nakamura ainda atuava como Kotaro, certa vez ele interpretou Oscar em “ A Rosa de Versalhes” em um “festival de atores”. Dizem que foi um lindo Oscar. Somos amigos desde então e um dia recebi um telefonema dele e ele me perguntou: "Riyoko-san, você estaria disposta a escrever o roteiro de Himiko?'' Eu queria fazer uma peça onde interpretasse Himiko com  uma cantora de ópera cantando.

 Ikeda Sensei: Isso foi há 20 anos e eu escrevi o roteiro de uma só vez, mas infelizmente não foi adaptado para o palco devido a restrições orçamentais. Eu tinha o roteiro, por isso pensava em adaptá-lo de alguma forma para o palco antes de morrer, e depois tive a oportunidade de falar sobre isso.

Entrevistador:--- Entendo. É por isso que o panfleto diz "ideia de Nakamura Fukusuke". Houve uma razão pela qual um roteiro que você escreveu há 20 anos de repente ganhou vida?

 Ikeda Sensei: Existe um compositor maravilhoso chamado Shoichi Yabuta que ganhou prêmios em competições internacionais. No entanto, como eu nunca tinha escrito uma ópera antes, me perguntaram: “Você tem algum bom libreto de ópera?” e eu disse: “Sim”, e os entreguei a Himiko.


Entrevistador• —Você leu uma variedade de livros ao escrever o roteiro, mas quando se tratava de Himiko, deve ter sido difícil apenas coletar os livros de referência.

 Ikeda Sensei: Foi muito difícil. Após ler vários livros, percebi que as pessoas que aparecem nos mitos, como Amaterasu Omikami e seu irmão mais novo, Susanoo, foram, na verdade, modeladas a partir dos mitos. Acredito que Himiko foi o modelo para Amaterasu Omikami, e que seu irmão mais novo era Suho.


Entrevistado- Essa é uma teoria interessante.

 Ikeda Sensei: Ainda não está claro onde estava Yamatai-koku. Quando Seicho Matsumoto ainda estava vivo, eu participei com ele de um programa da NHK onde conversamos sobre várias coisas, inclusive onde Yamatai-koku estava realmente localizado. Você estava seguindo a teoria de Kyushu. Muitas pessoas na região de Kansai acreditam na teoria Kinai e, mesmo dentro da teoria Kinai, vários lugares são considerados Yamatai-koku. É por isso que escrevi o roteiro de uma forma que se aplicasse a qualquer área.

[Nota: O Yamatai-koku, Yamatai (邪馬台国, Yamatai-koku) ou Yamato-koku  que Ikeda se refere, é o nome de um sino-japonês de um país da antiguidade em Wa (Japão) durante o período Yayoi. A história chinesa Sanguo Zhi foi a primeira a referir Yemataiguo ou Yemayiguo como domínio da Rainha Himiko que foi uma  xamã.]


Se esta apresentação no palco correr bem, acho que poderei receber perguntas de pessoas de várias áreas onde 
Yamatai-koku está localizado (risos).

Entrevistado: — —Você pode me dizer qual é o conteúdo, na medida em que posso torná-lo público?


 Ikeda Sensei: Himiko  foi obrigada a trabalhar como sacerdotisa desde os 13 anos, e nenhum homem tinha permissão para se aproximar dela. No entanto, ela conhece seu inimigo de Ata (atual província de Kagoshima), se apaixona por ele e tem um filho com ele. Para esconder esse fato, seu irmão mais novo, Susanoo, age de forma violenta intencionalmente, atraindo a atenção para si mesma como uma pessoa indefesa, e age como se as pessoas adorassem Himiko.


- Oh! Há também a história de amor de Himiko!

 Ikeda Sensei: No final, Himiko perde a capacidade de ouvir a voz de Deus ao dar à luz uma criança e é morta. Há uma. passagem na "Biografia de Wei Zhiyin" que, após a morte de Himiko, um rei homem foi estabelecido, mas o país estava novamente em turbulência, então ele nomeou Toyo, uma mulher da seita de 13 anos, como rainha, e o país foi colocado sob controle. Portanto, foi decidido que a filha de Himiko seria Daiyo.


Entrevistador: - Penso nisso novamente, mas houve um tempo em que as mulheres governavam e a paz era mantida.


Ikeda Sensei: Isso mesmo. Acho que foi uma época maravilhosa em que não havia conflito e era muito próspero. Se você estiver interessado, por favor, dê uma olhada na performance.

 

 


 Enfim, essa foi a tradução da última parte da entrevista de Riyoko Ikeda, para a Revista Japonesa Yoi, achei interessante a história da Himiko ou Pimiko (卑弥呼 também conhecida como Shingi Waō (親魏倭王, "Regente de Wa, Amiga de We Para quem não a conhece ela foi uma obscura rainha-xamã de Yamatai no antigo Japão. Inicialmente, as histórias dinásticas chinesas registram em crônica relações tributárias entre a rainha Himiko e o reino de Cao Wei (220-265) e relatam que o povo do Período Yayoi a escolheu como governante após décadas de guerra contra os reis de Wa. Antigas histórias japonesas não mencionam Himiko, mas historiadores a associam com figuras lendárias como a Imperatriz consorte Jingū, que foi regente (ca. 200-269) mais ou menos na mesma era que Himiko. Estudiosos debatem acerca de sua real identidade e a localização de seu domínio Yamatai desde o Período Edo, com opiniões divididas entre o norte de Kyushu ou a tradicional Província de Yamato, atual Kansai. A "Controvérsia de Yamatai", escrita por Keiji Imamura (1996:188), é "o grande debate sobre a história do antigo Japão." Gostaria muito de ver algum vídeo pelo menos dessa apresentação com o roteiro escrito por Riyoko Ikeda, deve ser interessante. Penso que bem, que ela poderia escrever e desenhar um mangá sobre a rainha Himiko, porém acho improvável. Atualmente, ela não desenha mais, apenas se dedica às óperas, mas sonhar não custa.

 


 
Só um aviso para evitar futuros problemas: essa entrevista foi traduzida inteiramente por mim! Não sou fluente no idioma japonês, na verdade, sei muito pouco, estou cursando o kumon de japonês, portanto, utilizo o tradutor para ajudar. Esse blog foi o primeiro a traduzir e disponibilizar essa entrevista de Ikeda Sensei, mas tradução é livre, possivelmente estará também disponível em outros blogs brasileiros, já que o texto não pertence a mim e a nenhum site aqui do Brasil, portanto ninguém tem o direito de exigir exclusividade ou permissão para tradução desse texto, que pertence unicamente à revista Yoi, que, aliás devidamente créditada. O artigo original encontra-se no link acima para quem entende o idioma japonês.  Até o momento, nenhum blog brasileiro publicou as partes 2 e 3 da entrevista de Riyoko Ikeda, portanto, fiz a tradução e a postagem bem antes dos outros sites para que isso fique claro! E continuarei a traduzir, noticiar, resenhar e comentar qualquer coisa que for relacionada ao universo da Rosa de Versalhes, porque esse é um site especializado nessa série, e só falo sobre isso! Há pessoas que querem ficar caçando assuntos relacionados à série de Ikeda, e para tentar concorrer com esse espaço, que já está no ar há 3 anos, com todas as fontes creditadas e com links. Deixo abaixo a foto da tela com data e hora de postagem, e quando aparecer em outro site, saiba que não é plágio de nenhum dos lados, apenas a tradução do mesmo texto que pertence unicamente à revista Yoi e à Riyoko Ikeda. Os links estão aí, fiquem à vontade para traduzir também se quiserem. E repito, Não existe Plágio para Tradução! O texto é o mesmo para mim  e para qualquer pessoa que tentar traduzi-lo. Portanto, não é meu e nem seu! E não tem como sair diferente. Eis a foto com data e hora da postagem:
 
 
 


Se encontrarem algum erro, por favor, me avisem! Em breve levarei a tradução para que o professor Massa do kumon corrija.

Espero que tenham gostado! Daqui a Pouco Tem mais!


ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 

 

 

 

 

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Entrevista Especial Com Riyoko Ikeda Para a Revista Feminina Yoi em Comemoração do 3º aniversário. Segunda Parte.

 

Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam Bem Vindos!

 


  Ontem de manhã trouxe para cá uma tradução feita por mim, de uma interessante entrevista com Riyoko Ikeda, a autora da Rosa de Versalhes(ベルサイユのばら), concedida recentemente para a revista Yoi Shueisha, que está comemorando seu terceiro aniversário esse ano. Pois bem, essa é uma entrevista longa dividida em 3 partes, a primeira já está disponível aqui no blog e nessa segunda parte, Ikeda comenta sobre seu tempo do colégio, livros que leu na juventude, problemas de autoestima, muitos diziam que ela era feia (Inveja sempre existiu), e por conta disso, ela tinha dificuldades para socializar com as pessoas e isso foi um dos motivos que a fez seguir carreira de mangá -ka, pois podia trabalhar sozinha. Ela também conta sobre seu primeiro amor na adolescência e as ideias que existem em sua mente para escrever novas histórias. Tudo isso e mais algumas coisas interessantes sobre a nossa Sensei. Outra coisa, a tradução é livre! Qualquer pessoa pode fazer, e se não sou a autora do texto, outro tradutor também não é! A entrevista pertence à revista Yoi que está devidamente creditada e à Riyoko Ikeda autora da Rosa de Versalhes, então deixo aqui os devidos créditos aos respectivos autores. .

 



A tradução foi feita com o tradutor, já que estou no segundo estágio do kumon de japonês, mas se houver erros, serão devidamente corrigidos com a ajuda do meu professor Massa. Após a tradução, deixarei a foto da tela do PC, mostrando o horário da postagem.

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[Riyoko Ikeda Sensei] “Sempre tive mais de 500 ideias que quero desenhar” As sementes de uma história estão sempre na minha cabeça (Entrevista Especial do 3º Aniversário de Yoi Vol. 4 Parte 2)



Desde a sua estreia em 1967 com Bara Yashiki no Shōjo, a artista de manga Riyoko Ikeda publicou numerosas obras, incluindo romances históricos como Versailles no Bara (ベルサイユのばら), Rosa de Versalhes [1992-1973]" Orpheus no Mado" (A Janela de Orpheus – オルフェウスの窓– [1975-1981] histórias que abordam questões sociais.  Ela também dirige óperas e atua como soprano nos palcos. Nessa segunda parte desta entrevista, perguntamos a Ikeda-sensei, que continua ativa com sua criatividade em muitos campos, o que pensa sobre a expressão. Ouviremos o escritor Aso Yamawaki, ex-editor de revista de mangá e professor de meio período no Curso de Mangá de Nova Geração da Universidade Kyoto Seika. <Entrevista especial do 3º aniversário de Yoi vol.4 - Parte 2>.

índice.


1- A importância das “palavras” em qualquer trabalho criativo.

2- Recorri ao mangá devido à minha baixa autoestima e falta de habilidades sociais.

3- Ainda penso nas sementes das histórias. Tenho mais de 500 ideias em mente o tempo todo.

4- Se você viver muito, acabará encontrando o que deseja fazer.

 


 
 


Riyoko Ikeda: Nasceu em 1947. Estreou como artista de mangá em 1967. “A Rosa de Versalhes”, que começou a ser serializado na Margaret em 1972, tornou-se um sucesso sem precedentes. Outras obras representativas incluem "A Janela de Orfeu", "Oniisama E..." e "Eikou no Napoleon". Aos 45 anos, ela decidiu fazer o vestibular para uma faculdade de música e se matriculou no departamento de música vocal da Tokyo College of Music em 1995. Ela continua ativa como cantora ( óperas). Ele também atua como poeta e lançou sua primeira coleção de poemas, “Sabishiki Hone” (Shueisha) em 2020.
 
 

 Entrevistador: Em qualquer trabalho criativo, é importante o uso das “palavras”. --Ikeda Sensei: Continua ativa nas suas atividades criativas, em diversos campos, começando com mangás, ensaios, tanka e roteiros de palco. Há alguma diferença emocional ao criar esses tipos de trabalhos?


Ikeda Sensei: Não há nenhuma diferença particular. Há apenas uma diferença entre expressá-lo em palavras e em imagens, mas mesmo que você o expresse em imagens, as palavras também são importantes. 

Entrevistador:  —As linhas que você escreve são lindas e profundamente comoventes. Mesmo que eu só consiga pensar em algumas linhas, como “Os olhos de Orion no inverno” ou “Dou-te o mais belo lírio da primavera”. As palavras são importantes para você? 

Ikeda Sensei: Sim, afinal de contas, as palavras são tudo.


Entrevistador: —Isso é apoiado por sua extensa experiência de leitura?  Ikeda Sensei: Isso mesmo. Quando


Ikeda Sensei: Sim, é verdade. Quando cursava o ensino Fundamental, costumava ler apenas aquilo que os meus pais me davam e, no liceu, comprei pela primeira vez o livro Beneath the Wheel”, de Hermann Hesse, com o meu dinheiro de bolso. Depois li O Artista da Prisão. É uma coleção de cartas escritas por Oscar Wilde à sua amante enquanto ele estava preso, após ter sido acusado de sodomia. Também li todos os livros de Fiódor Dostoiévski durante os meus três anos de liceu e fiquei obcecada com a literatura russa. As descrições da natureza eram maravilhosas, e eu costumava copiar as palavras no meu caderno.

Quando eu cursava o ensino fundamental, lia apenas o que meus pais me deram, e foi só no ensino médio que comprei “Beneath the Wheel”, de Hermann Hesse, com meu dinheiro do meu bolso. Então li “O artista na prisão”. Este é uma coleção de cartas que Oscar Wilde enviou ao seu companheiro quando estava preso após ser acusado de sodomia, mas no mundo de hoje seria impensável que ele fosse condenado à prisão por homossexualidade. Também li todos os livros de Dostoiévski durante os três anos do ensino médio e fiquei mais interessado nas obras russas. As descrições da natureza são maravilhosas e muitas vezes copio as palavras em meu caderno.

Recorri ao mangá por causa da minha baixa autoestima e falta de habilidades sociais.

 
A "Janela de Orfeu", obra ambientada na Rússia. © Riyoko Ikeda Produções


 
 • —Eu li todos os livros de Dostoiévski na escola secundária. A propósito, que tipo de criança você era quando estava no ensino médio?

Ikeda Sensei: Minha autoestima era relativamente baixa. Cresci ouvindo que eu era "feia".

 Entrevistador: • — Fiquei surpreendido ao ler sobre isso em suas entrevistas anteriores.
 
 
Ikeda sensei: Não, sério. Foi aí que tive tempo para mergulhar no meu próprio mundo imaginário, o que levou à minha criatividade. Além disso, eu não era nada boa em socializar com as pessoas. Quando acabei o liceu e fui para a universidade, era muito difícil para mim ir à aula. Percebi que, se começasse a trabalhar numa empresa, teria de mudar de roupa todos os dias, me maquiar e trabalhar com pessoas de quem não gostava, e eu não suportava esse tipo de vida. Não aguentava esse tipo de vida ...” Por isso, pensei que tinha de encontrar um trabalho que pudesse fazer sozinha.
Entrevistador: ——Então, você começou a trabalhar com mangá enquanto estava na universidade. É incrível que, aos 18 anos, você consiga se ter uma ampla visão de si mesma. Naquela idade, eu nem sabia quem eu era.

Ikeda Sensei: Eu também não sabia quem eu era, mas sabia que era impossível para mim. Tinha amigos, mas apenas um ou dois. Tocava trompete numa banda de metais, mas mesmo aí não socializava, apenas andava com eles porque estávamos no mesmo clube.Também participei em clubes de física e noutras atividades de clubes onde não havia muita gente.


Entrevistador • Ouvi dizer que falava frequentemente de música com o seu primeiro amor. Estava na coleção de poesia do professor “Lonely Bone” 
 
Ikeda Sensei: Senti que a conversa sobre música era unilateral, e ele ensinava-me do outro lado. O homem era o presidente da associação de estudantes do liceu e dizia-se que eu era uma criança prodígio.

Entrevistador: --Ouvi dizer que ele era - bonito.

Ikeda Sensei: Eu realmente não pensava assim, mas diziam que ele era bonito. Não sei como responder quando as pessoas falam comigo, então não sei o que dizer. De fato, elas dizem que ele era atraente.   Ele estava habituado a ser alvo de olhares de admiração por parte das alunas, eu devo ter sido uma experiência nova para ele, mas pensei: “Há muitas mulheres bonitas por aí, por que é que ela está a falar comigo? Após entrar no liceu, uma vez ele olhou para o trem que eu ia apanhar e entrou, e eu disse: “Uau, lá está ele, o que devo fazer?

- Esse episódio já é um shoujo manga, não é? Achei espantoso o fato de teres uma memória tão viva do teu primeiro amor.

  Ainda penso nas sementes das histórias. Tenho mais de 500 ideias em mente o tempo todo.

 
Algumas obras criadas por Riyoko Ikeda Sensei. (Parte da coleção da Yoi Editorial Staff Kimura)

 

 Entrevistador: ——Eu também gostaria de perguntar sobre a ideia por trás do seu trabalho. Você costuma escolher livros que lhe interessam?

Ikeda Sensei: Isso mesmo.

——Como você encontrou os livros?

Ikeda Sensei: Às vezes encontro um livro por acaso e às vezes compro-o após ler uma crítica do livro. Eu estava conversando com Toshie Kihara e Hagio Moto, mas os artistas profissionais de mangá precisam ter cerca de 500 ideias em estoque o tempo todo ou elas não durarão décadas. Se você escrever suas ideias assim, com o tempo algumas delas amadurecerão.

Entrevistador:——500 ideias Você já teve muitas historias em mente e as rejeitou porque pensou: “Acho que não posso fazer isso?”
 
 Ikeda Sensei: Sim, existe. Existem muitos.

 Entrevistador: - Você continua pensando nessas ideias?

Ikeda Sensei: Estou sempre pensando nisso. Quando penso em algo, pergunto à minha família: “O que você acha desse tipo de história?” Quando faço isso, as pessoas sempre me perguntam: "Por que você não escreve?" Se o mangá não for possível, experimente romances.

Se eu tivesse resistência, teria escrito mais, mas não tenho resistência e minha saúde mental enfraqueceu devido à minha idade. Acho que há muitos autores que já passaram do ponto em que não conseguem deixar de querer desenhar e acabam não desenhando, embora haja coisas que querem desenhar. Os seres humanos têm limites.

Entrevistador: Acho que se tivermos 500 ideias, podemos fazer algo do gênero. No entanto, eu gostaria muito de ler os romances que escreveu.

Ikeda Sensei: Pergunto-me. Parece que não sou muito boa em romances. Uma vez me candidatei a um prêmio, mas não o obtive.

--Não tenho a certeza se sou boa nisso ou não. 


Entrevistador: Se você falasse diretamente com o departamento editorial, eles provavelmente diriam: “Adoraríamos fazer isso por você!”

Ikeda Sensei: Isso foi antes da minha estreia. Pensei que não tinha talento, porque tinha o maior número de menções honrosas. Mas gosto de tanka, e compus muitos poemas tanka.

 O tanka do Sensei tem palavras diretas que ressoam. Frases de “Lonely Bone”, como “As obras são criadas por homens, mas acabei de aprender a razão pela qual nasci mulher”, deixaram uma impressão muito forte em mim.



Ikeda Sensei: Essa canção foi escrita em resposta a alguém que disse: “Não faz mal se não tiveres filhos. Não és uma criança no teu trabalho”.

Ouvi dizer que há várias técnicas na poesia tanka, e parece que as pessoas não escrevem diretamente, de facto.

--No entanto, não acho que seja realmente uma questão de individualidade do criador.

Ikeda Sensei: Eu também acho que é bom, mas recebo muitas críticas. Mas, sabe, quando vejo as canções de outras pessoas, penso que são boas.

— Como falamos sobre o aspecto mental anteriormente, tem algum método para cuidar de si quando tem um colapso mental?

Ikeda sensei: Bem, se acontece alguma coisa, vejo um filme e durmo uma sesta. Não socializo e fico em casa, por isso vejo cerca de três filmes por dia. Recentemente, vi um filme coreano chamado Miracle in Cell 7, que era ótimo.
 

  Se você viver muito, acabará encontrando o que deseja fazer.


 
Entrevistador: • Finalmente, poderia deixar uma mensagem para os leitores deste artigo?

Ikeda Sensei: Houve uma altura em que eu não sabia o que queria fazer ou ser. Mas se viver a vida ao máximo, acabará por encontrá-lo, por isso, se viver a vida ao máximo, acabará por encontrá-lo. Mas se vivermos a vida ao máximo, acabamos por a encontrar, por isso espero que não fujamos dela. Comecei a tocar piano aos seis anos e, no liceu e na escola secundária, ia candidatar-me à faculdade de música, mas achei que não tinha talento e entrei no departamento de filosofia de uma universidade normal. No final, pensei em sublimar o meu desejo de entrar na faculdade de música pintando A Janela de Orfeu, mas não consegui desistir e entrei na faculdade de música aos 47 anos, por isso acho que sou persistente.

--Penso que há muitas pessoas que se sentiram encorajadas pelo fato de ter entrado na escola de música aos 47 anos. Penso que nunca é demasiado tarde para começar algo que sempre se teve em mente, ou para mergulhar num novo mundo.

Ikeda Sensei: Claro, há um momento adequado para começar cada um. Disseram-me que agora iria começar a ginástica rítmica. Como? Hehehe (Risos).
 
Deixo abaixo a foto da tela com data e hora de postagem dessa tradução, de agora em diante será feita dessa forma, para evitar problemas:
 
 


Espero que tenham gostado! Daqui a Pouco a Parte 3 e muito em breve comentarei essa entrevista em um futuro post.



ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.