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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Há exatos 45 Anos Atrás a Animação de Rosa de Versalhes Estreava nas TVs Japonesas.🌹


Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam Bem Vindos!

 



Hoje é dia de comemorar! Há exatos, 45 anos atrás a animação de Versailles no Bara (ベルサイユのばら Berusaiyu no Bara) ou Rosa de Versalhes, também conhecida como Lady Oscar, baseado no Shoujo Mangá de Riyoko Ikeda, fazia sua estreia nas TVs japonesas. Com o enorme sucesso do mangá original nos anos 1970, havia um enorme interesse para que a autora Riyoko Ikeda autorizasse uma adaptação animada de sua obra. Entretanto, não foi tarefa fácil. Ikeda resistiu muito, mas o anime acabou saindo em 1979, alguns meses após o lançamento do live action. O Character Design ficou por conta da dupla de desenhistas Shingo Araki e Michi Himeno, que também trabalharam na animação de Saint Seiya ou Os Cavaleiros do Zodíaco.  Com um belíssimo Character Design e trilha sonora impecável, o anime tinha tudo para dar certo. Fãs aguardavam ansiosos, porém no Japão, Fracassou! Houve mudanças, não somente no roteiro, mas também na própria personalidade de Oscar, que acabou se tornando muito mais séria que a Oscar de Ikeda.  Porém, curiosamente, apesar de fracassar na pátria, tornou-se um fenômeno na Europa, principalmente na Itália..








A animação de Rosa de Versalhes, que hoje completa 45 anos, foi produzida pela Tokyo Movie Shinsha (conhecida como TMS, mesmo estúdio que produziu o anime Saint Seiya – The Lost Canvas). O anime foi transmitido pela rede de televisão de anime Animax e Nippon Television. O desenho é do mesmo produtor do filme Live action, Mataichiro Yamamoto, e rendeu 40 episódios. Por ser do mesmo produtor, algumas mudanças do filme foram também aproveitadas no anime e, por conta disso, no Japão, essa animação acabou não fazendo tanto sucesso como o mangá original e os musicais da Takarazuka. Entretanto, alguns dizem que a série animada é odiada no Japão e a própria Riyoko Ikeda não gosta desse anime. Já mencionei isso em um post anterior, não me lembro de ter lido nenhuma entrevista com Ikeda afirmando odiar a animação e nem o live action! Mesmo porque o anime é da mesma produtora do filme, a qual acompanhou de perto toda a produção, inclusive roteiro, escolha de atores e figurinos. No Japão, recentemente, foi lançada uma nova edição em DVD do anime e vendeu muito bem! Portanto, até não ter feito tanto sucesso, porém não é odiado como alguns sites costumam dizer. Hoje mesmo, diversos japoneses estão celebrando o aniversário da animação.




Muitos acreditam que Ikeda, demorou décadas para conceder a permissão para a nova animação de Rosa de Versalhes, seja pelo fato dela ter odiado esse anime de 1979. Porém, Ikeda nunca foi a favor de qualquer animação da Rosa de Versalhes. No auge do sucesso do mangá e das apresentações do teatro Takarazuka Revue, Ikeda era abordada quase sempre para autorizar a produção de uma adaptação animada feita para TV baseada no seu maior sucesso. Entretanto, a autora de Lady Oscar não demonstrava interesse e se recusava a aceitar, já que ela não queria um anime de Rosa de Versalhes.



Sem permissão para produzir uma animação de Rosa de Versalhes e com o mangá de Ikeda no auge do sucesso, a Sunrise  se juntou com a Fuji TV  e juntas criaram uma série animada, com uma justiceira mascarada, que usava um collant (body) e  com acontecimentos históricos, inspirados em Rosa de Versalhes. O anime foi lançado no Japão em 1975, com roteiro de Mitsuro Kaneko. O diretor é o lendário Yoshiyuki Tomino, conhecido por criar   a franquia de anime Gundam (ガ ン ダ ム), enquanto a música foi criada por Shunsuke Kikuchi. Esse anime, é uma grande aventura estilo capa e espada, algo que fazia muito sucesso nos anos 1970,porem, a série não é tão realista como Rosa de Versalhes. 



Eu diria que é bem mais infantil, uma aventura de capa e espada algo muito popular naquela época, e com protagonismo feminino, uma justiceira mascarada, que usava um collant (body) e com acontecimentos históricos, inspirados em Rosa de Versalhes.

 

Diferenças e semelhanças com Rosa de Versalhes:

  
A Estrela do Sena, apesar de carregar o material histórico de Rosa de Versalhes, apresenta uma história bem diferente. A protagonista é uma jovem chamada Simone Lorène (シモーヌ・ロラン Shimōnu Roran), nascida em Paris em uma noite de inverno, é a única filha ilegítima de uma cantora de ópera e do duque de Lorena, pai de Maria Antonieta, que veio para Paris em missões diplomáticas. Como era de se esperar, seu pai não pode mantê-la com ele, porque ele já é o marido da imperatriz Maria Teresa da Áustria e deve voltar para casa imediatamente. Chamado por seus deveres, ele a confia ao conde de Vaudreuil, seu melhor amigo de infância. Este último, para não fazê-la crescer na nobreza francesa corrupta e para compreender as dificuldades de sua irmã devido à rigorosa vida da corte em Versalhes, confia-a ao modesto florista Paul Lorène, seu querido amigo da juventude, e sua esposa Juliense, que não têm filhos e a criam como se fosse sua própria filha. Conforme o acordo feito com seu pai, uma vez que ela crescesse, o Conde de Vaudreuil deveria integrá-la à alta sociedade e apresentá-la à sua meia-irmã, que era quatorze anos mais velha que ela. Uma vez crescida e sem saber de tudo, após perder seus pais adotivos nas mãos dos assassinos de Madame Catherine, a rival ferrenha da rainha, ela é adotada pelo Conde de Vaudreuil, que a envia para estudar no prestigiado convento de Panthémont, mas continua a ter aulas de esgrima secretamente à noite. 
 



No final de sua vida, seu pai adotivo apenas lhe revelou que ela tem uma irmã mais velha no Palácio de Versalhes e que ela é nobre de nascimento. Um dia, ele vai pedir ajuda ao Tulipa Negra para libertar seu melhor amigo Mirand, que foi capturado e está prestes a ser trancafiado na Bastilha. A Tulipa Negra diz a ela para usar suas aulas de esgrima para lutar por justiça e lhe dá um collant (body) azul, uma máscara vermelha, um manto e uma espada. Assim, a partir desse dia, a mocinha tornou-se a heroína mascarada "Estrela do Sena". Mais para frente, ela descobre o segredo de seu nascimento, sim, ela tem um parentesco com Maria Antonieta, porém a descoberta é logo no início da Revolução Francesa. Pouco tempo depois, a família real é capturada pelos revolucionários, e a rainha pede ajuda para levar seus dois filhos e criá-los como se fossem seus. Ele luta pela última vez como a Estrela do Sena contra seus antigos amigos revolucionários para levar seus sobrinhos, Marie Thérèse e Louis-Charles, com ele. No final, os filhos de Simone, Robert, Danton e Maria Antonieta deixam Paris e a França para sempre para construir uma nova família juntos, longe da turbulência da revolução. 
 

 
 
 Já a Rosa de Versalhes é bem diferente e muito mais realista.A história se passa na França, antes e durante a Revolução Francesa. Ikeda queria uma história sobre Maria Antonieta, então logo nos primeiros capítulos do mangá, à personagem principal é a jovem, a Antonieta destinada a se tornar rainha da França, porém mais adiante, o foco da história muda para uma jovem moça dona de uma grande beleza chamada Oscar François de Jarjayes. O pai de Oscar, o general Jarjayes, desesperado por nunca conseguir um filho (ele teve seis filhas), decidiu criar a sua filha mais nova como um homem. Ele a treinou bem na arte da esgrima, equitação e de combate medieval. Oscar muitas vezes pratica suas habilidades com seu melhor amigo, companheiro e (tecnicamente) servo, André Grandier, que ela quase sempre o derrotado. André era o neto de sua babá e, assim, passou a maioria de seu tempo, juntos em uma harmoniosa amizade; perto do fim da história, esta desabrochou em amor mútuo..



 


Oscar não usa máscara nem tem parentesco com Maria Antonieta. A história é mais realista, porém tem elementos fantasiosos e personagens fictícios interagindo com figuras históricas, como Madame Du Barry, Conde Fersen, Maria Antonieta entre outros. Na idade de 14 anos, Oscar se torna comandante da Guarda Real e responsável pela segurança de Maria Antonieta, assim como o resto da família real. Ahistória gira em torno da crescente percepção de Oscar de como a França é governada e do sofrimento dos pobres. O mangá se fecha com as mortes de Maria Antonieta na guilhotina e Fersen linchado pela multidão.
 

 
Uma Troca de diretor bem no meio da animação:



Já notaram que os episódios da primeira metade de Rosa de Versalhes difere tanto da segunda parte do anime? Isso acontece porque Tivemos uma troca de diretor, na primeira metade Tadao Nagahama (長浜 忠夫) e na segunda Osamu Dezaki (矢吹徹)



 
 
 
 Como muitos já sabem, o anime da Rosa de Versalhes, não obteve muito sucesso no Japão nos anos 1980. Enquanto na Itália virou febre, os japoneses não gostaram do que viram, já que o anime acabou se distanciando um pouco do mangá original. Eu particularmente, considero um dos melhores animes de todos os tempos, mas no Japão o forte mesmo é o mangá original de Ikeda e as adaptações para o musical na Takarazuka Revue. Porem, existe algo que muitos fãs desconhecem, ou parecem esquecer, a troca de diretor não se deve apenas ao fato da animação não ter feito sucesso no Japão e sim porque, Nagahama faleceu de hepatite enquanto dirigia A Rosa de Versalhes, sendo assim inevitável a mudança na direção. E claro, aproveitando que anime, não estava fazendo sucesso e eles decidiram trocar tudo, não apenas o diretor, mas o resto da equipe de animação inteira. Então temos, Tadao Nagahama nos episódios 1 a 18  e  19 a 40, o diretor foi Osamu Dezaki, que na certa deve ter tido mais liberdade para mudar o que ele quisesse, já que a partir do episódio 19 é possível notar uma grande diferença.



No início do anime Rosa de Versalhes, podemos sentir que é um desenho animado estilo capa espada, algo que estava muito na moda nos anos 1970 e 1980, portanto os primeiros episódios, dirigidos por Tadao Nagahama, era bem mais infantil, com elementos que eram muito popular na época como o vilão de longos bigodes o Duque de Orleans.
 
 
 
Existiam muitas diferenças do mangá, como, por exemplo, o sequestro de Maria Antonieta que só acontece  no anime. Sem falar que nos últimos episódios dirigidos por Nagahama, ouve uma cena que a maioria dos fãs japoneses não gostaram, que é quando Polinac, que já estava na corte, fazendo o que bem-queria, convence Antonieta a mentir dizendo que está Grávida e como se não bastasse a mentira, em um dos episódios ela acusa Lady Oscar de ter deixado a rainha perder a criança que supostamente, ela estaria esperando. O resultado, foi algo um pouco estranho, que nunca aconteceu no mangá original de Riyoko Ikeda e acabou por virar uma ponta enorme deixada, na série. Outro ponto, que os fãs foi mangá costumam reclamar, é a mudança de personalidade de Oscar, porque que leu o mangá, sabe bem, que a Oscar de Riyoko Ikeda difere da Oscar que temos no anime. Riyoko Ikeda, fez uma jovem comandante de personalidade forte, sim, porem debochada, alegre e até um pouco irônica, ela tinha uma expressão debochada no mangá que era algo característico e no anime isso foi deixando para trás, Oscar se tornou muito séria, quase o tempo todo com cara fechada, parecendo carregar o peso do mundo nas costas. Sem contar, que no Mangá Oscar quem começa a despertar o interesse pela revolução, já no anime é André e ela parece se juntar a revolução carregada por ele. Muitos dizem que o anime é machista e tal, mas para mim não é machismo e sim, uma adaptação da história original. Entretanto, por essas e outras coisas, a série animada acabou não fazendo o sucesso esperado no Japão, e tivemos essas trocas de diretores, animadores e por isso temos essa grande diferença nos traços, animação, efeito e tudo mais no anime. A partir do episódio 19, quando   Osamu Dezaki, outro renomado direto, entra em cena, a série ganha um tom mais adulto mais forte, os traços também mudam bastante, mas sem perder a beleza e o esplendor.

O Humor de Ikeda parece ter sido abandonado na versão animada.



Amo o anime da Rosa de Versalhes, mas alguns fãs do mangá o consideram bastante machista. Para mim, não se trata de machismo e sim de uma adaptação, que sofreu algumas modificações. Mas confesso que nem tudo me agradou, principalmente na fase Desaki, existe algo que me desagradou totalmente e foi o desaparecimento do brilho das estrelas dos olhos das personagens, algo característico que não podia ser mexido. Sim, pode parecer idiotice, mas em minha opinião, deveria ter sido mantido são os brilhos nos olhos da Oscar, porque quem conhece o mangá, sabe que a comandante parece ter estrelas nos olhos, e todo esse brilho, foi muito bem desenhado na primeira parte do anime, mas simplesmente não foi mantido na segunda metade na fase Osamu Dezaki. Os olhos de Oscar continuaram maravilhosos, mas senti falta das estrelas características da personagem. Em um site italiano, disseram que Dezaki achava que as estrelas nos olhos de Oscar não combinavam com a fase da revolução francesa, por isso os olhos da personagem perderam o brilho que existia no início do anime. Enfim, não sei se isso procede, mas cada diretor tem sua própria visão e essas mudanças acabam de fato ocorrendo. Deixo abaixo algumas cenas da primeira metade do anime, fase Nagahama e segunda da fase Dezaki.


Lady Oscar na primeira metade do anime fase Tadao Nagahama.




Lady Oscar na fase Osamu Dezaki.

 Osamu Desaki trouxe um ar mais sério, os episódios são claramente mais adultos que anteriores em termos de cenários, drama e profundidade expressiva das personagens. Todos os protagonistas também parecem mais maduros devido às exigências da linha temporal da história: 35 anos decorridos desde o nascimento de Oscar até à tempestade da Bastilha, que marca o fim da série.
 
 
 
 
Essas mudanças não se devem apenas à profundidade das personagens: os cenários que acolhem os protagonistas, mas também, os episódios ganham um tom mais dramático que se adaptam perfeitamente a obra original, sem falar na complexidade histórica, narrativa e de animação.  Tudo isso começa a tornar o anime mais interessante ao público, despertando um certo suspense e curiosidade pelo que iria acontecer no próximo episódio.

 
 

 

E Akio Sugino trabalhou sim ou não no anime de Rosa de Versalhes?


 
 
Já respondi essa pergunta, e até abri um post no blog, certa vez comentando a respeito, fazerem essa pergunta sempre aparece nos grupos sobre Rosa de Versalhes. Então vamos lá,  Akio Sugino é o character design parceiro de Ozamu Dezaki Ok? Ele entrou na equipe de produção do anime Rosa de Versalhes quando o Desaki assumiu como o segundo diretor. Simplesmente todos os sites informativos sobre a série animada, trazem o nome dele, creditados e  alguns apontando, até mesmo a partir de qual episódio ele participou. Então, sim, ele trabalhou na produção da versão animada de Rosa de Versalhes e  como disse acima, era o parceiro de Dezaki.  Abaixo algumas das ilustrações desse artista:

 




 
Um anime com cenas memoráveis muitas vezes supera o Mangá:



 Existem algumas cenas do anime Rosa de Versalhes de 1979, que para mim são superiores ao mangá. Como, por exemplo, o trágico final da Pequena Charlotte ou o duelo entre Lady Oscar e o cruel duque de Germain, após esse homem asqueroso ter atirado em um menino. No mangá, esse duelo é mencionado, mas simplesmente não acontece. Em minha opinião, ficou faltando, já que a cena no mangá termina de modo até sem graça. E existem outras cenas que refiro à animação, não daria para comentar todas, se não o post iria ficar gigante..











Uma exposição na Itália celebrou os 45 anos da animação de Rosa de Versalhes:



Na Itália, os 45 anos da animação da Rosa de Versalhes foram celebrados com uma grande exposição comemorativa, no WOW Museu Del Fumetto em Milão. A Amostra recebeu cerca de dez mil visitantes e acredito que, devido ao sucesso e com a chegada do novo filme de animação em 2025, outras como essa serão realizadas. A exposição foi aberta no dia 25 de maio e estava prevista para terminar em 15 de setembro, porém, devido à grande procura e inúmeras visitas, foi prorrogada até outubro e terminou oficialmente no último sábado, dia 6, com um evento dedicado à Maria Antonieta. Deixo abaixo algumas imagens de Elena Romanello, que veio de seu belo site Lady Oscar40 Anni.
 
 
A edição brasileira da Rosa de Versalhes publicada pela JBC em destaque na grande Exposição de Milão.

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Uma trilha sonora maravilhosa:



Fale o que quiser da animação de 1979, mas uma coisa vocês precisam concordar comigo, a trilha sonora é impecável! Deixo abaixo alguns CDs Completos com a trilha sonora do anime que encontrei no YouTube:




 


Na segunda parte farei as comparações dos traços clássicos com os traços de Mariko Oka, nesse novo filme de animação, já com data de lançamento dia 31 de Janeiro nos cinemas japoneses e mais algumas coisas aguardem.

 Continua...

Espero que tenham Gostado!

 


 

lady oscar identitàady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser!

 




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