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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

A Evolução do Traço de Riyoko Ikeda: Uma Reflexão sobre a Beleza de Oscar e a Paixão pela Escrita

Olá, queridos amigos da Lady Oscar, Sejam Bem Vindos!





 Recentemente, em uma discussão online, uma ilustração da aclamada mangaká Riyoko Ikeda gerou debates interessantes entre fãs. A imagem, que acompanhava uma legenda sugerindo que a autora mudou seu estilo ao desenhar Napoleão Bonaparte e que seu traço atual não valoriza a androginia de Oscar, provocou reflexões sobre a evolução artística da autora e a percepção dos personagens icônicos de A Rosa de Versalhes (Lady Oscar).

É inegável que a beleza e o charme de Oscar François de Jarjayes na obra original dos anos 1970 são marcantes. Com um "narizinho lindo" e traços delicados que ressaltavam sua feminilidade, apesar de sua criação como homem, Oscar se tornou uma das personagens mais icônicas do shoujo mangá. A mestria de Ikeda em capturar essa dualidade foi um dos pontos altos de sua juventude artística.




De fato, os traços de A Rosa de Versalhes original e, posteriormente, de A Janela de Orfeu (Orpheus no Mado), que muitos consideram o auge estético da autora, possuem uma elegância e um detalhismo que parecem ter se transformado ao longo das décadas. Desde os anos 1980, as ilustrações de Ikeda adotaram um estilo diferente, que alguns fãs percebem como mais simples ou até mesmo "masculino" para personagens como Oscar. Essa mudança gerou a impressão de que a personagem "perdeu muito do seu encanto e beleza" do mangá clássico.



A própria Riyoko Ikeda já deu pistas sobre as razões por trás dessas mudanças e de sua relação com o desenho. Em várias entrevistas, ela revelou que, na verdade, sempre quis ser escritora, não desenhista. A necessidade financeira e a busca por independência após sair da casa dos pais a levaram a publicar mangás para pagar as contas, começando em 1967 enquanto estudava filosofia.




Para ela, desenhar era um meio para um fim, e não sua paixão principal. Sua verdadeira vocação sempre foi a narrativa. Com o passar dos anos e o envelhecimento, ela mencionou que suas articulações dos dedos se tornaram menos móveis, o que a levou a não assumir mais trabalhos de serialização de mangá. A autora também é uma soprano talentosa e, após se formar em música aos 47 anos, dedicou-se a uma carreira na ópera, escrevendo roteiros e se apresentando como cantora.

Embora ela considere A Janela de Orfeu sua obra-prima literária, é A Rosa de Versalhes que permanece como seu trabalho mais aclamado e um fenômeno social duradouro. A popularidade da obra inclusive lhe rendeu a Ordem Nacional da Legião de Honra da França, em reconhecimento por sua contribuição para a consciência cultural francesa no Japão.



Atualmente, Ikeda se concentra em sua carreira musical e escrita de roteiros para óperas e musicais, como o recente musical coreano de A Rosa de Versalhes.

Você pode encontrar mais detalhes sobre a biografia e obras de Riyoko Ikeda no Anime News Network.

Apesar das opiniões divididas sobre a evolução de seu traço, o legado de Ikeda é inegável. 


Em última análise, a jornada de Riyoko Ikeda transcende a mera discussão estética sobre a evolução de um traço. A mudança no estilo de Oscar, de uma beleza andrógina e delicada dos anos 70 para traços mais angulares e maduros das décadas seguintes, reflete não apenas o passar do tempo, mas a própria priorização da artista, que sempre se viu mais como escritora e musicista do que como ilustradora.
Seja pelos traços que nos fizeram apaixonar por Oscar e André no mangá clássico, ou pela profundidade narrativa de A Janela de Orfeu, o que permanece é o legado imortal de uma mulher que usou sua arte como ferramenta para a independência e para contar histórias que marcaram gerações. A beleza de sua obra reside menos na consistência visual e mais na paixão e na humanidade de seus personagens, que continuam a inspirar e emocionar, independentemente do "narizinho" de Oscar.
Riyoko Ikeda nos ensinou que a arte é multifacetada e que a verdadeira genialidade reside na capacidade de se reinventar e seguir suas verdadeiras paixões. E, por isso, sua obra continua a florescer em nossa memória, tão eterna quanto uma rosa de Versalhes.


Espero que tenham gostado!

ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 



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