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quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Jeanne Du Barry: Da "favorita Picante" de Luís XV à Vilã Injustiçada de Rosa de Versalhes.

 

Olá, queridos amigos da Lady Oscar,Sejam Bem Vindos!

 

Há 232 anos, em 8 de dezembro de 1793, a guilhotina encerrava a vida de Marie Jeanne Bécu, Condessa Du Barry.

Recentemente, abordei a data de sua morte aqui no blog. Ela foi a última favorita oficial de um rei da França, Luís XV, e uma figura cuja imagem foi poderosamente distorcida pela história e, principalmente, pela ficção — sendo a primeira "vilã" do icônico mangá Rosa de Versalhes. Para quem não leu a postagem do aniversário da morte da Condessa, clique aqui.

Hoje, vamos mergulhar mais fundo na história dessa mulher fascinante, uma verdadeira "Cinderela picante" da vida real. Nascida do povo e de origem humilde, ela usou seu charme e inteligência para ascender socialmente, conquistando o coração (e a cama) do rei.




A Ascensão de Jeanne Bécu
Nascida em 1743, Jeanne Bécu era filha ilegítima de uma costureira e cresceu em circunstâncias modestas. No entanto, sua beleza e astúcia a levaram a trabalhar em diferentes posições, incluindo como vendedora em uma loja de moda e, mais tarde, como cortesã de luxo na sociedade parisiense, onde era conhecida como Mademoiselle Lange.
Nesse meio, ela chamou a atenção de Jean-Baptiste du Barry, um nobre e cafetão que percebeu o potencial de Jeanne e a introduziu nos círculos mais elevados da sociedade.


A Conquista de Versalhes e o Escândalo
A grande virada aconteceu quando ela foi apresentada ao Rei Luís XV, já viúvo da rainha Maria Leszczyńska. O rei, então com cerca de 58 anos, ficou imediatamente encantado por Jeanne.
Para que ela pudesse ser apresentada oficialmente na Corte e receber um título, foi arranjado um casamento de fachada com o irmão do cafetão, o conde Guillaume du Barry, o que lhe conferiu o título de Condessa Du Barry.
Sua entrada em Versalhes' em 1769 foi um escândalo. A antiga fille de joie (filha da alegria, eufemismo para prostituta) ocupava agora o posto de maîtresse-en-titre (amante oficial), um cargo de grande influência política e social.
Rivalidade com Maria Antonieta
A aversão da velha nobreza por Madame Du Barry era imensa. Eles a consideravam uma arrivista vulgar. A situação piorou com a chegada da jovem Delfina, Maria Antonieta, em 1770. A futura rainha foi instruída a não falar com a Condessa Du Barry, criando uma tensão pública e duradoura na Corte.
O conflito só foi resolvido anos depois, com uma breve e protocolar frase de Maria Antonieta, dita sob pressão diplomática: "Há muitas pessoas hoje em Versalhes".
Apesar das intrigas, Du Barry usou sua posição para se tornar uma notável patrona das artes, encomendando obras de pintores como Fragonard e a famosa retratista Élisabeth Vigée-Lebrun, o que a reabilita um pouco na história para além das fofocas.
O Fim Trágico e a Guilhotina
Após a morte de Luís XV em 1774, a sorte de Du Barry mudou drasticamente. Ela foi imediatamente exilada da Corte por Luís XVI e Maria Antonieta.
Durante a Revolução Francesa, ela demonstrou uma surpreendente lealdade à coroa, inclusive viajando a Londres para tentar recuperar joias roubadas e que seriam usadas para financiar a causa monarquista. No entanto, suas idas e vindas e conexões com a antiga aristocracia a tornaram um alvo.
Ela foi presa e julgada por traição. Em 8 de dezembro de 1793, Jeanne Bécu subiu ao cadafalso. Diferente de Maria Antonieta, que mostrou grande dignidade, Du Barry estava aterrorizada e implorou por misericórdia. Suas últimas palavras foram um apelo desesperado ao carrasco: "Mais um momento, senhor carrasco, mais um momento!".
Sua vida, do bordel ao palácio e de volta à guilhotina, é um espelho fascinante dos extremos da sociedade francesa do Antigo Regime. Longe de ser apenas uma "vilã", ela foi uma mulher complexa que desafiou as barreiras sociais de sua época. Para aprofundar-se mais na vida desta figura, recomendo a leitura de biografias históricas, como as do brasileiro Paulo Rezzutti, ou a consulta a fontes confiáveis como a Enciclopédia Britannica ou os arquivos do Palácio de Versalhes''.


A Du Barry na Cultura Pop: De Ikeda ao Cinema
Apesar de toda a sua história real, é inegável que a imagem que a maioria das pessoas tem da Condessa Du Barry hoje vem da cultura pop, especificamente do mangá e anime A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら, Versailles no Bara).

A autora japonesa Riyoko Ikeda (池田 理代子), uma figura monumental na história dos mangás shōjo (para meninas), foi a responsável por solidificar essa imagem vilanesca. A artista, que também é uma musicista de ópera talentosa e uma estudiosa da história europeia, usou a Revolução Francesa como pano de fundo para criar um drama épico que mescla fatos históricos com personagens fictícios memoráveis, como a protagonista Lady Oscar François de Jarjayes.


A influência de A Rosa de Versalhes é imensurável. O mangá não apenas popularizou a história da Revolução Francesa no Japão, mas também influenciou gerações de artistas globalmente, criando um molde para o gênero de drama histórico na Ásia.
Além do mangá, a figura da Condessa continua a fascinar.
  • Em 2006, Sofia Coppola a retratou brevemente em seu filme Maria Antonieta, com uma atuação que suavizava um pouco a imagem vilanesca.
  • Mais recentemente, em 2023, a diretora e atriz Maïwenn trouxe a personagem de volta ao centro das atenções no filme Jeanne du Barry (estrelado por ela mesma e Johnny Depp como Luís XV). Este filme, que abriu o Festival de Cannes, tentou oferecer uma visão mais nuançada e empática, focando no relacionamento amoroso e na complexidade de uma mulher de origem humilde navegando em um mundo de regras rígidas.


Seja como a "vilã" icônica de Riyoko Ikeda, a musa da moda do século XVIII, ou a vítima trágica da guilhotina, a Condessa Du Barry permanece uma das figuras femininas mais controversas e resilientes da história francesa, uma verdadeira prova de que a realidade muitas vezes supera a ficção.

Espero que tenham Gostado! Daqui a Pouco tem mais.



ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 


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