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terça-feira, 8 de agosto de 2023

Lady Oscar existiu? Comentando sobre as origens do mangá "A Rosa de Versalhes

 

Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam Bem Vindos!


Algumas pessoas, me enviam mensagens e comentários na fanpage do blog no Facebook, dizendo que conheceram a série A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら), a obra máxima de Riyoko Ikeda, através do blog Lady Oscar e foi exatamente esse site que despertou o interesse por essa obra. Portanto, quem não conhece a história de Riyoko Ikeda e só agora começou ler o mangá ou assistir à animação me perguntam se Lady Oscar de fato existiu? Então resolvi abrir esse post, especialmente para quem conheceu essa série através desse site, mas já adianto que, não, Lady Oscar é fictícia e não existiu de verdade, portanto nunca participou da revolução francesa! Mas foi, sim, baseada em pessoas reais. Então nesse post comentar um pouco sobre a nossa amada heroína e as origens da série Rosa de Versalhes, sem mais delongas, vamos, aos comentários.

Lady Oscar e seus três uniformes, usados no anime Rosa de Versalhes.


Muito bem, já falei diversas vezes aqui no Blog, que a protagonista da Rosa de Versalhes, é uma heroína fictícia, porem ela foi, sim, baseada em algumas pessoas reais, inclusive figuras históricas como por exemplo, a rainha Cristina da Suécia, que assim como nossa loira favorita, também chorou alto e com uma voz rouca, fazendo seu pai o rei Gustavo II Adolfo, acreditar que havia nascido um menino, portanto, o tão esperado herdeiro do trono. E assim como Oscar, a rainha Cristina da Suécia também teria sido criada como um homem por ordens de seu pai. Então Ikeda se baseou, sim, em algumas figuras históricas reais para criar sua personagem mais famosa.

Oscar uma personagem fictícia criada por Riyoko Ikeda em 1972.


  A personagem Lady Oscar se chama Oscar François de Jarjayes e é uma personagem que saiu do imaginário da autora Riyoko Ikeda, que na época da serialização de Rosa de Versalhes, era uma jovem de 25 anos. Segundo Ikeda, o título do mangá está no plural e não no singular, então seria "As Rosas de Versalhes", cada rosa representaria, uma das muitas mulheres da nossa história favorita, sendo as principais, Maria Antonieta, Rosa-vermelha e Oscar rosa-branca. Ikeda, também revelou em entrevista, que desde o início queria escrever uma história focada na vida da última rainha da França e já havia decidido que o título seria As Rosas de Versalhes.


Oscar interage com personagens históricos reais como Maria Antonieta.

Mas O que inspirou a autora Riyoko Ikeda para essa história? 

Em primeiro lugar, a Manga-ká, japonesa inspirou-se na biografia da última rainha da França, a obra se chama Maria Antonieta, O Retrato de Uma Mulher Comum escrita por Stefan Zweig. Ikeda havia lido a obra ainda jovem e se emocionou, com a forma que Zweig, retratava a jovem rainha, ele não a colocava como uma vilã, assim como fazia os livros de história, não, ele contava a história de uma criança forçada a se casar e que com um final trágico. 

  Stefan Zweig, serviu de inspiração para Riyoko Ikeda.


A Ideia de Riyoko Ikeda, era focar justamente em Antonieta: a autora queria mudar sua imagem de rainha má. A biografia remonta a 1932 e descreve as muitas faces de Maria Antonieta, uma soberana encantadora, porem impopular, que termina guilhotinada na revolução francesa. Apesar de estar rodeada de riquezas, Antonieta nunca foi de fato feliz. Aos 14 anos foi forçada a se casar com o monarca da França, Luís XVI. Na corte de Versalhes, ela se sente solitária e entediada. O casamento de Antonieta, demorou sete anos para ser consumado e seu marido, parecia não lhe dar amor. Portanto, ela não é amada como esposa pelo rei Luís XVI, mas ainda é uma mãe afetuosa. Sua morte sob a guilhotina não é simplesmente o fim de uma dinastia, mas o fim do ancien régime e a abertura às ideias liberais com a revolução de 1789.


 

Oscar no mangá Rosa de Versalhes 1972.


Então, Originalmente, o mangá Rosas de Versalhes", deveria ser focado justamente em Maria Antonieta, mas a obra é um Shoujo, que nada mais é do que quadrinhos para meninas de 7 a 18 anos, então talvez o público alvo, meninas com idades escolares, não iriam se identificar com a figura de uma soberana triste e caprichoso. Sem contar que Ikeda arriscava ter a série cancelada a qualquer momento caso não fizesse sucesso. Mas, Ikeda havia deixado a casa dos pais, precisava de dinheiro, e estava pisando em ovos o tempo todo com o departamento de edição da Margaret, e estava determinada a criar uma obra sobre Maria Antonieta, mas que agradasse as jovens meninas, algo que era difícil, já que todos saberiam como a história de Antonieta terminaria. Foi dai, que ela teve a ideia de criar uma personagem fictícia que a princípio seria usada como uma personagem de apoio a protagonista, qual a história era um mistério e que também, serviria como um gancho para dar ação e emoção para seu quadrinho. Nasceu então nossa amada Lady Oscar, que continua envolta em mistério sobre suas origens, Lady Oscar existiu sim ou não?  Há muitas hipóteses sobre sua identidade, porem como disse acima ela não existiu, mas teve inspirações em pessoas reais, mas deixo para falar com mais detalhes sobre o assunto em um futuro post. 
 
A heroína da revolução Francesa que rompeu os estereótipo de gênero.

Lady Oscar, a heroína que rompeu os estereótipo de gênero:


Oscar François de Jarjayes é uma moça nobre: ela está no comando da guarda real, apesar de ser uma mulher. Em suma, apesar de suas origens nobres, ela tem um comportamento liberal: é uma mulher que ocupa o lugar de um homem e isso era algo novo para a época do mangá, porque realmente, nos anos de 1970, principalmente, existia uma grande desigualdade de gênero e o estereótipo de que mulheres eram frágeis, incapazes de fazer o trabalho considerado masculino e Oscar mostrou ao mundo o contrário. Ikeda, faz questão de mostrar o machismo na tropa de soldados, que logo no início não querem aceitar Oscar como comandante, afinal um bando de soldados machistas não podem acatar as ordens de uma mulher, não é mesmo? Mas Oscar luta para conquistar sua liderança e provar que tem valor.

Uma heroína revolucionaria.


Lady Oscar está presente ao lado da austríaca Maria Antonieta desde sua chegada a França. As duas se tornam amigas próximos, mas também são rivais pelo amor com conde sueco Hans Axel von Fersen, que também é uma figura histórica real, por isso Ikeda não criou um romance entre ele e Oscar, portanto ele só retribui Maria Antonieta. E foi exatamente Oscar a responsável pelo sucesso da Série, já que essa personagem era uma mulher militar, corajosa, orgulhosa, forte, uma moça que fazia o trabalho de um homem, mas, ao mesmo tempo, uma mulher sonhadora e apaixonada. Oscar então roubou os holofotes, tonaram-se maios amada que a própria Antonieta e por tanto virou a protagonista e a única rosa do jardim de Versalhes.

Oscar e Maria Antonieta.


A realidade e a ficção  existentes no mangá A Rosa de Versalhes de Riyoko Ikeda.


A história de amor de Lady Oscar e conde Fersen, jamais poderia existir! Como disse anteriormente, Fersen e Antonieta, de fato, existiram, diferentes de Oscar, que é fictícia, mas que existiu um amor entre Antonieta e Fersen isso de fato aconteceu e foi recentemente comprovado.

“Eu te amo loucamente e não há um momento sequer em que eu não vos adore”, dizia uma carta da última rainha da França, Maria Antonieta, datada de janeiro de 1792. Essas linhas românticas, não se dirigiam o ao seu marido, o rei Luís XVI da França. A qual foi forçada a se casar sem amor ainda criança, com apenas 14 anos, essa carta era para seu amante, o jovem conde sueco Hans Axel de Fersen, por quem a rainha teria mantido um amor secreto.

Durante a época da  Revolução Francesa, entre junho de 1791 e agosto de 1792, a família real da França foi mantida sob vigilância no Palácio das Tulherias, e segundo os historiadores, foi nesse período que Maria Antonieta, a última rainha do antigo regime, teria se correspondido, secretamente, com o único homem que amou na vida, seu melhor amigo e amante, conde sueco Axel von Fersen. Ano passado, foi publicado na revista científica Science Advances,  uma interessante matéria sobre uns pesquisadores da Universidade Sorbonne de Paris, na França, divulgando alguns trechos dessas cartas. A matéria dizia que alguns cientistas, recorreram a uma técnica nova usando espectroscopia de fluorescência de raios-x para fazer uma análise minuciosa das seções editadas e com isso eles conseguiram melhorar a legibilidade e reconstituir o que havia sido apagado. “Esse método revelou com sucesso o conteúdo redigido há oito cartas, que comprovam que os dois de fato esse casal se amava, como é mostrado em Rosa de Versalhes. 

Essa tecnologia, revelou que as cartas amorosas, escondiam palavras como"amado", "amigo carinhoso", "adoro" e "loucamente". E pelo que parece, segundo o site da revista Galileu, alguns dos textos foram escritos por Maria Antonieta e, na verdade, se tetavam de cópias dos originais. Os cientistas também estudaram, proporções, cobre, e zinco-ferro dessas tintas utilizadas nos textos originais e nas cartas e com isso fora descoberto que foi o próprio conde Fersen foi quem criou as cópias e as censurou. Portanto, sim, Fersen e Antonieta, não foram apenas um casal na Rosa de Versalhes de Riyoko Ikeda, eles de fato existiram e se amavam, por isso Ikeda não ousou ir tão longe criando um romance entre Oscar e Fersen. 

Fonte de pesquisa revista Galileu e Winkipédia ambos citados e devidamente creditados..

Maria Antonieta e Fersen em cena do anime Rosa de Versalhes.


Mas e Oscar? Bem, para Lady Oscar, Ikeda criou um personagem fictício, André Grandier, seu melhor amigo de infância, e também, seu pajem, sua sombra, fiel escudeiro e   verdadeiro amor. Um amor descoberto apenas no final da série, mas um amor forte e verdadeiro que ainda hoje emociona os leitores. Assim como Oscar, André também foi um personagem que rompeu esteriótipos de gênero, já que André era uma figura masculina, mas frágil que Oscar. André é um homem, diferente de tudo que havia sido mostrado em mangás da época, ele era um homem gentil, amoroso, apaixonado que apoiava e respeitava a companheira em todas as suas decisões, mas, ao mesmo tempo, era sua sombra, sempre seguindo Oscar com lealdade e total devoção, guardando seu amor escondido, e a protegia de todas as maneiras possíveis. Se Oscar foi o espelho das mulheres oprimidas por uma sociedade machista, André foi9 o sonho de marido perfeito. Resumindo, Ikeda, criou uma obra tão maravilhosa, tão bem equilibrada e perfeita que ainda hoje está ganhando novos fãs.

Lady Oscar e seu amado André Grandier.


E se você conheceu A Rosa de Versalhes através desse blog, mas ainda não leu o mangá ou assistiu à animação, não perca tempo, leia o mangá, assista o anime, se apaixone e dai terá mais um motivo para acompanhar este blog. Enfim, nos próximos artigos, falarei mais sobre Oscar, feminismo e também, é claro, revolução francesa. Finalizo, agradecendo a todos que acompanham o blog, muito obrigada  de coração! ^^ E deixo abaixo mais algumas imagens da personagem Lady Oscar no anime, Rosa de Versalhes:

 


 




 











Espero que tenham gostado!


ady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 


 







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