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sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Comentando sobre a entrevista de Riyoko Ikeda, a autora da Rosa de Versalhes e suas inspirações para criar Lady Oscar.

 Olá,queridos amigos da Lady Oscar, sejam bem vindos!

 



Ontem o site News-Post Seven, Trouxe uma nova entrevista com Riyoko Ikeda, Concedida para  a revista feminina Josei Seven (女性セブン). Nessa entrevista, a Sensei Ikeda, comenta sobre o aniversário de 50 anos da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) e revela, quais são as "regras" ao retratar fatos históricos? A autora também revelou quais foram suas inspirações para criar sua personagem de maior sucesso a comandante, Oscar François de Jarjayes. Eu trouxe a tradução na íntegra dessa entrevista, hoje resolvi abrir esse post para comentar, não apenas sobre a entrevista, mas também das outras matérias que foram traduzidas por mim.

 

 

 A autora de Lady Oscar, já começa contando, um fato curioso, que aconteceu em 2013, quando o presidente francês François Hollande (na época) visitou o Japão em 2013, um diplomata que o acompanhava, lhe havia dito, que tudo que ele sabia sobre a Revolução Francesa ele havia aprendido com o mangá Rosa de Versalhes. Essa é a primeira coisa que Ikeda conta ao entrevistador da revista Feminina, Josei Seven (女性セブン).

 


Na época que Rosa de Versalhes, começou ser serializada, o mangá era algo considerado vulgar, portanto, as pessoas liam e depois descartavam. Mas Ikeda, queria criar um mangá diferente, uma obra permaneceria no futuro. Ela também comenta que para ela como autora, é uma grande honra saber que sua obra, já com 50 anos, esteja sendo lido de pais para filhos e para netos". Foi o meu caso, já que o fã da Rosa de Versalhes era o meu pai, ele é fã a 40 anos e passou esse amor para mim e possivelmente um dia serei mais velha e estarei passando para um filho ou filha caso eu venha ser mãe. A autora, também, conta ao entrevistador que suas pesquisa histórica para A Rosa de Versalhes foi meticulosa e levou dois anos apenas para organizar os dados sobre a história e a cultura europeia. Ikeda não apenas conseguiu criar um dos Shoujos mangás mais importante de todos os tempo, mas também uma obra histórica, que está sendo lida a gerações.

 

 

Riyoko Ikeda, começou a serialização da Rosa de Versalhes Em 1972, nas páginas da revista feminina "Weekly Margaret" (Shueisha) sua obra tornou-se um fenômeno sem precedente e conquistou o coração de muitas meninas. Mas nem tudo foram rosas, Quando Ikeda ainda muito jovem, com apenas 24 anos, apresentou o projeto da Rosa de Versalhes, para ara o departamento editorial da revista, ele foi imediatamente rejeitado. Isso aconteceu, porque naquela época existia uma crença, de que um mangá baseado em acontecimentos históricos, não era atrativo para Mulheres e crianças e que esse tipo de história atraia apenas o publico masculino. Mas Ikeda, teimou em publicar sua obra, com a condição de que se Rosa de Versalhes não fosse um sucesso, ela pararia e se demitiria. Rosa de Versalhes, foi um tremendo sucesso e não apenas conquistou crianças e mulheres como também o público masculino. Recentemente, uma pesquisa foi feita com homens japoneses, para saber quais foram os primeiros mangás shoujo comprados por homens e Rosa de Versalhes foi a resposta da maioria desses homens.
 
 

"A Rosa de Versalhes", retrata a vida turbulenta da rainha Maria Antonieta e Oscar, uma bela mulher vestida de homem, ambientada, antes e durante a Revolução Francesa do século XVIII. A autora era Riyoko Ikeda, era estudante universitária na época, e segundo a entrevista, que eu traduzi sua maior inspiração para criar a Rosa de Versalhes foi a biografia Maria Antonieta, O Retrato de uma mulher comum do escritor austríaco Stefan Zweig. Ikeda, queria um mangá shoujo que contasse a vida de Maria Antonieta, sem colocá-la como uma vilã como costuma ser apresentada em livros de história, tanto que as primeiras páginas do mangá, é possível perceber que Antonieta era para ser a protagonista.
 

 

 

Mas isso mudou, já que suas leitoras se encantaram por Oscar François de Jarjayes uma bela mulher com roupas de homem criada para se tornar um soldado, que a princípio seria como uma personagem de apoio para a protagonista. Oscar era independente, vivendo em mundo masculino, ela não precisava de um homem para ser feliz, ela não dependia de um homem e a delicadeza e fragilidade na história era de um personagem masculino, André Grandier o fiel escudeiro de Oscar, sendo um rapaz gentil e sensível, mas que apoia Oscar em todas as suas decisões. Talvez esse seria o modelo de homem que todas as moças daquela época sonhavam em ter como marido.
 
 

 

 
 
 Em outra matéria sobre o 50, anos da Rosa de Versalhes, publicada no site News-Post Seven, temos o depoimento de uma senhora chamada Aya Sawaki, ela é escritora e fanática por Rosa de Versalhes. A sra Sawaki, conta que uma das razões pelas quais foi atraída por este trabalho foi o modo de vida da protagonista Oscar. Mas isso não aconteceu apenas com a senhora Sawaki e sim com quase todas as meninas que leram Rosa de Versalhes, em uma época, que se acreditava que mulheres precisavam estar casadas e tomando conta dos filhos em casa e em tempo integral, ou seja, mulheres não podiam sair de casa e trabalhar para isso era preciso a permissão dos maridos. Essa é a importância da personagem Lady Oscar a bela moça que usava roupas masculinas, ela inspirou muitas meninas, inclusive algumas sonhavam e ser iguais a ela. Essa entrevista teve duas partes para quem quiser ler a tradução completa deixo aqui as partes 1 e 2.
 
 


Para que quiser ler a traduções na íntegra da entrevista de Riyoko Ikeda, sobre os 50 anos da Rosa de Versalhes a das outras matérias traduzidas por mim, basta clicar nos links acima. Enfim, uma seguidora no Twitter, sugeriu um post  sobre as personalidades que inspiraram Ikeda a criar sua protagonista da Rosa de Versalhes,  Lady Oscar. Atendendo ao pedido, resolvi aproveitar esse post para comentar sobre os dois homens, que serviram de inspiração para ela criar a comandante Oscar François de Jarjayes a, personagem favorita dos leitores. Segundo Riyoko Ikeda, Oscar, era para ser realmente um homem. A Ideia da autora, era criar um homem que seria o capitão da guarda real de Maria Antonieta, mas que no final da série acabaria lutando ao lado da população durante a revolução francesa. Entretanto, Ikeda era uma jovem moça de apenas 24 anos, ela não conhecia muito o psicológico masculino, então ela decidiu que desenharia uma bela mulher com roupas de home e assim nasceu uma nova heroína, Oscar François de Jarjayes, a capitã da guarda de Maria  Antonieta. E deu certo, tão certo que Oscar tornou-se sua personagem mais famosa e amada até hoje, mesmo após 50 anos. Ikeda também revelou que suas inspirações para criar Oscar foram dois homens, um boxeador e outro um belíssimo jovem ator. Deixo abaixo os comentários sobre esses dois modelos masculinos usados para criar a personalidade e a aparência da nossa querida comandante.



A Beleza de Oscar foi  inspirada no garoto mais bonito do mundo.

 

 

 
O visual foi inspirado pelo belo menino (Björn Andresen) no filme Morte em Veneza (1971)".Björn Andresen foi considerado o menino mais bonito do mundo e segundo Riyoko Ikeda, o jovem serviu como inspiração para criar Oscar, a protagonista da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら). Björn Johan Andrésen nasceu no dia, 26 de janeiro de 1955 em Estocolmo, a capital da Suécia, o jovem ficou conhecido pelo papel de   Tadzio no filme ítalo-francês, Morte em Veneza (Morte a Venezia) de 1971 realizado pelo diretor de cinema italiano Luchino Visconti, com roteiro baseado no livro homônimo de Thomas Mann.  Morte em Veneza, não chegou a ser um filme muito famoso, mas no Japão o filme foi muito popular.  Devido-a popularidade do ator no país, a avó de Andrésen  sugeriu que ele mudasse o foco de sua careira para o Japão e assim foi feito. O ator chegou a morar no Japão, gravou comerciais, apareceu em diversos programas de TV e chegou até mesmo a gravar 4 discos em japonês. 
 
 
 
Dizem que foi a beleza do jovem garoto, que influenciou os Bishōnene. E não foi apenas, Riyoko Ikeda se inspirou na beleza do menino ao criar sua protagonista Lady Oscar, existiram outras manga-kás que também usaram a imagem do garoto como inspiração, como, por exemplo, Keiko Takemiya (竹宮 惠子) autora de Toward the Terra, uma das pioneiras em Shoujo de ficção, foi uma das Mangá-kas que mais utilizou a imagem do garoto para criar suas personagens.
 
 
O conceito de Bishōnen (美少年), podendo também ser escrito como bishounen, é um termo japonês que significa, literalmente, belo jovem. O termo descreve uma estética que pode ser encontrada em áreas desiguais da Ásia: um jovem homem cuja beleza transcende os seus limites de gênero ou orientação sexual. No mangá Rosa de Versalhes, Lady Oscar é uma moça criada como um rapaz, usando roupas masculinas e uniforme militar e também é dona de uma beleza surreal que atrai atenção de homens e até as moças da corte se encantam com a beleza de Oscar. Ai já temos um exemplo do conceito Bishōnen.
 
 
  Se olharmos com atenção,  Oscar tem quase tudo de  Björn Andresen, principalmente no rosto e cabelos cacheados loiros dourados. Mas nem tudo foram rosas, na vida desse jovem, o garoto passou por terríveis problemas e traumas. Atualmente  Björn Andresen  continua atuando, mas está irreconhecível, sua aparência mudou completamente. O garoto mais bonito do mundo, foi o título de um documentário sobre o ator. Nesse mesmo documentário temos uma participação de Riyoko Ikeda, que conta que a aparência de Oscar foi totalmente inspirada em Björn Andresen. Encontrei o documentário completo legendado no YouTube, deixo abaixo para quem tiver interesse.



A Personalidade forte de Oscar, foi inspirada no campeão de Boxe Mohammed Ali.

 


Seu nome verdadeiro era Cassius Marcellus Clay Jr. (Louisville, 17 de janeiro de 1942 — Scottsdale, 3 de junho de 2016). Segundo revelado por Ikeda durante a entrevista, a personalidade forte de Oscar foi inspirada no campeão Mohammed Ali, que não mudou sua crença contra a Guerra do Vietnã mesmo após ter sido despojado de suas conquistas como boxeador em fevereiro de 1966. Segundo informações encontradas na internet, Ali recusou o alistamento e levada aos tribunais, o que também lhe custou a perda do título mundial. Ikeda deve, ter se inspirado na teimosia e coragem do campeão de peso pesado, ao criar a personalidade de Lady Oscar. 




No mês passado, foi ao ar no Japão um documentário sobre os 50 anos da Rosa de Versalhes, intitulado, nós queríamos ser Oscar, onde Riyoko Ikeda, comenta sobre esses dois homens que serviram de inspiração para criar  a protagonista de seu mangá de maior sucesso, eu tive o prazer de assistir em japonês, esse documentário, graças a meu amigo Kenji, que estudou comigo, mas mudou-se com a família para Quioto, ele foi quem me passou o documentário, não postei em meu canal do YouTube, porque na certa será derrubado, mas ele ficou de tentar postar no dele e infelizmente, até o momento só temos um pequeno trecho, compartilhado no Twitter, deixo abaixo para quem quiser ver.
 


 


Eu traduzi todas as matérias publicadas no site News-Post Seven, os links estão logo acima para quem quiser ler. Como hoje é sexta-feira, resolvi comentar a respeito dessas matérias em um único post. Para quem também gosta do teatro Takarazuka Revue, o mesmo site que publicou as matérias que eu traduzi, também trouxe uma interessante entrevista com Yuri Haruna a primeira atriz a interpretar Lady Oscar, na primeira adaptação da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら), a lendária peça, montada em 1974 em comemoração dos 60 anos da companhia e a responsável por salvar o teatro que havia se tornado impopular graças a TV e o cinema. Enfim, eu traduzi toda a entrevista, para quem quiser ler basta clicar no link, na certa essa tradução irá aparecer em outros sites, que estão gostando do nosso trabalho, o que me deixa muito feliz.Afinal só serve de inspiração aquilo que tem valor.


Espero que tenham gostado! Bom final de semana a todos vocês amigos da Lady Oscar.

Lady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.







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