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domingo, 21 de agosto de 2022

Comentando sobre Nijūyo-nen Gumi O famoso Grupo do Ano 24 Parte: 2 Qual a importância das mulheres do Nijūyo-nen para o shoujo mangá?

 Olá,queridos amigos da Lady Oscar, sejam Bem vindos!

 



Hoje, como é domingo, e estou com tempo livre, resolvi trazer a segunda parte do post sobre o Nijūyo-nen Gumi, O famoso Grupo do Ano 24, o grupo das manga-kás que revolucionaram o shoujo mangá. Riyoko Ikeda, a autora da Rosa de Versalhes(ベルサイユのばら), foi uma dessas artistas, falei um pouco dela na primeira parte, caso não tenha lido, basta clicar no link. Muito bem, vamos para a segunda parte.
 
 



 O Início do grupo Nijūyo-nen Gumi O Grupo do Ano 24.

 
 
Na primeira parte do post, eu já havia explicado, que o nome deste grupo que referi-se as artistas de mangá, que nasceram no 24º ano da era Showa, no caso se trata do ano de 1949 do nosso calendário, porém, apenas uma parte delas tenham nascido em 1949, a maioria nascera próximos ao ano 24. Um exemplo, é Riyoko Ikeda, ela nasceu em 1947, mas faz parte do grupo 24. A Era Showa ou período Showa (昭和時代, Shōwa jidai literalmente "período iluminado de paz/harmonia), ou Era Showa, é o período da história do Japão correspondente ao reinado do Imperador Showa, Hirohito, que teve início em 25 de dezembro de 1926 e durou até 7 de janeiro de 1989. Portanto, a maioria dessas autoras nasceram durante a era Showa.
 
 
 

Um pouco mais sobre o grupo 24

As autoras, de mangás do grupo 24 são grandes exemplos, do que pode ser alcançado quando você quer mover, quando você luta pelo que acredita, mesmo que não saiba ou o que a sociedade vai ou não pensar. Essas poderosas mulheres autoras de Shoujo mangá, não só como artistas, mas como mulheres, são membros do Grupo dois 24, o grupo que desafiou normas, quebrou tabus e preconceitos e trouxeram ao Shoujo mangá novas perceptivas, valorizaram o trabalho das mulheres em um mundo dominado por homens e até hoje, essas artistas continuam a influenciar os autores de mangá. O grupo 24 foi muito importante, para as mulheres japonesas, que costumavam ser oprimidas em uma época que elas deveriam apenas ser donas de casas, mães e esposas, em quando o sustento da casa era função do homem que deveria sair e trabalhar fora. Durante as décadas de 1950 e 1960, a indústria de manga estava na maioria focada no shonen, e shonen que são as histórias para meninos. A maioria dos autores estava criando suas obras para o público masculino. Foi por volta dessa época, durante os anos 60, que nasceu Gekiga, um estilo mais escuro de mangá, claramente focado em um público maduro. Onde isso deixou o shoujo mangá? Bem, como a demografia esquecida, considerada de qualidade inferior porque foi projetada para meninas com idade escolar. Em quanto isso as histórias pára meninos, shonen crescia e se expandia. O Shoujo parou no tempo, ele estava preso aos mesmos tipos de histórias simples, centradas em comédias românticas ou dramas familiares. Além disso, as protagonistas eram moças bastante passivas, alegres, sonhadora, sem muito objetivo. Vale ressaltar que a maioria dos shojo mangakas durante esses anos foram escritos por homens. Claro que existiram autores de Shoujos mangás masculinos que foram ótimos como, por exemplo, Osamu Tezuka foi um mangaká bastante influente no Japão e no resto do mundo. Por isso, é lembrado por muitos no Japão como o "pai do mangá moderno. Ele escreveu alguns shoujos ótimos como Princesa e o Cavaleiro (リボンの騎士 Ribon no Kishi?)Riyoko Ikeda era fã dessa obra e se inspirou muito na protagonista Safiri a corajosa e bela princesa da Terra de Prata, para criar a sua heroína Oscar François de Jarjayes, a nossa Lady Oscar, que acabou ganhando mais fãs do que a própria Maria Antonieta.
 
 
 Mesmo com Mangakás homens maravilhosos, o Shoujo só veio ser respeitado após a chegada as obras das artistas do grupo 24. Como muitos desses autores homens, migraram para o shonen, havia um espaço indispensável no mundo do Shoujo para que uma nova geração de artistas femininas assumisse essa demografia nos anos 70. Foi aqui que surgiu o Grupo dos 24, pois foram as artistas de mangá que começaram a introduzir inovações e mudaram completamente a imagem do shojo manga, tornado-o famoso não só no Japão, mas no resto do mundo.
 
 
Essas grandes mulheres, autoras de mangás, criaram histórias, a maioria buscara inspirações em referências dos séculos XVII, XVIII e XIX e também na literatura e no cinema europeu e americano. Pela primeira vez, o shoujo mangá ganhou novas histórias e novos gêneros como aventuras, ficção científica, horror, fantasia, e pode se dizer deu início as histórias Yuri, por exemplo. Com a chegada do grupo 24, as histórias para meninas com temas bobinhos, deram espaço para histórias mais complexas, que mudaram completamente a imagem do shoujo mangá. Se hoje esse o Shoujo é querido e respeitado não apenas no Japão como no mundo inteiro, isso devem-se as autoras do grupo 24 que lutaram a para que as mulheres japonesas também possuíssem um espaço, e renome no mercado na indústria do mangá, no Japão.

A Chegada da Era de ouro do Shoujo Mangá

 

 


Sem dúvida, existiu uma obra que foi fundamental, para que a sociedade japonesa daquela época começasse a enxergar o shoujo mangá de maneira diferente. Estou falando mais uma vez da Rosa de Versalhes, essa obra foi um macro na história do Shoujo, e olha que os editores da Margaret, a maioria homens, quase impediu que a obra fosse publicada, alegando que um mangá histórico não vendia para crianças e jovens moças, já que segundo eles obras históricas atraiam apenas o público masculino. Mas Ikeda, era forte e decidida, ela lutou para conseguir publicar sua obra com a condição que se não fosse um sucesso pararia de imediatamente e pedia demissão. Em pouco tempo a Rosa de Versalhes explodiu, não apenas conquistou meninas e jovens moças como também conquistou o público masculino. O sucesso dessa obra deve-se principalmente a protagonista Oscar François de Jarjayes, diferente de outros personagens da história, ela é fictícia, mas tornou-se amada pelas leitoras da Rosa de Versalhes, tanto que até hoje a personagem continua sendo amada, e tanto que existem diversos produtos no Japão em que são vendidos em colaboração com a Rosa de Versalhes, que já passaram por vinhos, pudim, sapatos, iogurte entre muitos outros e que continuam sendo lançado de tempo em tempo.


 
 
 
Recentemente, o canal japonês NHK, trouxe no dia 15 de julho um especial em comemoração aos 50 anos do mangá Versailles no Bara (ベルサイユのばら, Berusaiyu no Bara), intitulado Nós, queríamos ser Oscar. Nesse especial, a autora Riyoko Ikeda, comenta sobre sua obra e revela que a personalidade forte da Oscar vem do campeão de boxe Muhammad Ali, que se recusou a entrar no Exército dos Estados Unidos para lutar na Guerra do Vietnã (1955-1975) mesmo que isso tenha lhe custado a perda dos cinturões de campeão mundial e prisão. Ela também revela que a beleza da Lady Oscar, foi inspirada em Björn Johan Andrésen, ele foi considerado o menino mais bonito do mundo e tronou-se ídolo no Japão por interpretar o adolescente Tadzio, em Morte em Veneza, um filme ítalo-francês de 1971, do gênero drama, dirigido por Luchino Visconti, com roteiro de Nicola Badalucco e do próprio Visconti baseado no romance de Der Tod in Venedig, de Thomas Mann. Inclusive, Ikeda deu uma entrevista recentemente, onde confirmou isso, caso queiram ler a entrevista completa traduzida, clique aqui.
 
 
 
 
 
A Autora deu outras entrevistas, onde também revelou que Oscar, foi fortemente inspirada em cristina, a Rainha da Suécia de 1632 até à sua abdicação em 1654. Ela foi a única filha do rei Gustavo II Adolfo e de sua esposa, a princesa Maria Leonor de Brandemburgo. Principalmente a história do nascimento da Lady Oscar, que chorou tão forte ao ponto de fazer o general Jarjayes pensar ter nascido o seu tão esperado filho varão, vem do nascimento da rainha Cristina, foi ela quem chorou forte e roco, fazendo não só o rei quanto também os funcionários do castelo festejarem acreditando ter nascido um homem. Em breve criar um post sobre a rainha Cristina, e trarei para cá.

A Importância da personagem de Lady Oscar, para o shoujo mangá.

 

 

Imaginem em uma época que meninas, eram criadas para serem futuras mães e donas de casa em tempo integral, onde o trabalho fora de casa era função dos homens provedores, surgir uma protagonista em um Shoujo mangá, diferente de todas já criada. Uma menina, criada pelo próprio pai como um home e educada desde cedo para tornar-se um soldado, que defenderia a família real da França e que ao final da história recusaria um casamento para liderar uma tropa a favor da população na revolução francesa. Pois, é assim é Lady Oscar, ela nasceu em uma época onde mulheres eram oprimidas e por tanto, uma figura feminina de personalidade forte, ao ponto de não necessitar de um homem para se defender e vivendo livremente com suas próprias decisões serviram como inspiração para muitas leitoras de Shoujo mangá. Ainda comentando sobre o documentário Queríamos ser Oscar, foi revelado, que muitas dessas meninas chegaram a sonhar em ser a Lady Oscar em poder viver suas vidas como ela em um mundo dominado por homens. Outra coisa que serviu como exemplo era a relação de Oscar e André que era um homem que apoiava a mulher que amava em todas suas decisões, ele era sensível e educado, em quanto Oscar era uma figura forte e guerreira. André passou, a ser o sonho de marido para muitas moças dos anos 1970. Oscar conquistou o coração tanto de meninas como de meninos, já que ela exercia um cargo masculino, na época dela, apenas homens poderiam ser militar, e foi exatamente isso que a tornou querida e mudou totalmente a imagem das protagonistas do Shoujo mangá.
 
 
 

Riyoko Ikeda recebia a metade do que era pago aos Mangakás homens.

 

Mesmo com o sucesso da Rosa de Versalhes, Riyoko Ikeda revelou ganhar apenas a metade do que era pago para um Mangaká homem que trabalhava na mesma revista. Quando Ikeda perguntou o motivo, recebeu uma resposta machista dos editores da revista, que lhe disseram algo como, logo você se casará e será sustentada por um homem. O machismo era algo muito comum, na época da serialização da Rosa e Versalhes. A Rosa de Versalhes de Riyoko Ikeda que foi serializada entre 1972 e 1973. Na Brasil foi publicada pela JBC em 5 volumes estilo Bunko, na Itália, a obra foi publicada por mais de 7 editoras diferentes, vou apenas citar a última que foi a J Pop na espanha publicado pela ECC, e nos Estados Unidos pela Undon. Foi uma das primeiras obras do Grupo dos 24 a alcançar a verdadeira fama e apreciação, tanto pela sociedade quanto pelos críticos. Ela é ambientada antes e durante a Revolução Francesa e foca em Oscar François de Jarjayes, a bela moça criada como um homem que acaba se tornando capitã da guarda real de Maria Antonieta, a jovem princesa Austríaca, enviada a Versalhes para se casar com o delfim Luís XVI futuro rei da França e Navarra, para selar um tratado e paz entre França e Áustria. Rosa de Versalhes, explora através dos olhos de Maria Antonieta e Oscar podemos ver como o governo da época era dirigido e isso está relacionado com a realidade de que as artistas do grupo 24 viveram no Japão. Riyoko Ikeda, entre outros, fez parte da juventude democrática, influenciada pelos ideais da Revolução.


 Poe Clan Uma grande obra que merece ser lembrada.




Outra grande obra que merece ser lembrada, é Poe Clan ( :ポーの一族) um mangá escrito e ilustrado por outra grande artista do grupo 24 Moto Hagio. A obra Foi serializada nas revistas de mangá Bessatsu Shōjo Comic e Shūkan Shōjo Comic de 1972 a 1976. Em 2016 a série passou por um Revival e foi serializado em Monthly Flowers. Poe Clan, de Moto Hagio. Também iniciou sua publicação em 1972, terminando em 1976. Poe Clan foi outro mangá inovador por ter uma família de vampiros como personagem principal, que não faziam parte da tradição japonesa. A ficção científica e o shojo normalmente não andavam de mãos dadas, e o Moto Hagio os reuniu magistralmente, criando um trabalho sombrio, complexo e diferente.
 
 
 
 
 E por fim chegamos no final dos anos 70, o shojo já havia mudado radicalmente, deixando de ser um gênero de tema único para mostrar uma nova histórias envolventes. Não foram apenas estes dois mangakas que fizeram dos anos 70 a idade de ouro do shojo. Outras grandes obras também contribuiriam para essas mudanças.Keiko Takemiya é bem conhecida, pois temos seu trabalho mais emblemático Kaze to Ki no Uta (風と木の詩) A Canção do Vento e das Árvores serializada na revista Shoujo Comic 1976 – 1984. Também não posso deixar de lembrar de Yumiko Ōshima outra grande artista de mangá japonês e membro do grupo do ano 24. A autora fez sua estreia em 1968 com a obra Paula No Namida Pell No Namida (ポーラの涙ペールの涙). Ela também recebeu o Prêmio da Associação de Cartunistas do Japão de 1973 por excelência com outra grande obra Mimoza-yakata de Tsukamaete.
Fonte de pesquisa: site Omega center, quadrineiros e Winkipédia.
 
 


Por fim, eu gostaria de falar muito mais sobre o maravilhoso grupo 24 e citar todas as artistas de mangás que fizeram parte das mudanças do Shoujo mangá, mas o post que era para ser apenas a segunda parte do que eu já havia começado, restá se torando muito longo, nem sei mais o quanto eu já escrevi sobre essas poderosas mangakás. Para finalizar, gostaria de lembrar a todos os leitores (a) do blog Lady Oscar, a importância dessas autoras, e de suas contribuições, tanto na indústria de manga quanto na sociedade em geral. Foi graças a mulheres como Riyoko Ikeda, Keiko Takemiya entre outras autoras do grupo 24 que fizeram do shoujo popular no mundo inteiro. Se hoje, as mulheres são valorizadas no mercado de editorial de mangá, foram graças a elas. Hoje podemos desfrutar de tantos mangás shoujos, graças a todos os muros que elas derrubaram, aos preconceitos que deixamos de lado e ao quanto lutaram por um gênero que estava sendo rejeitado. Foram a capacidade dessas mulheres do Grupo dos 24, a responsáveis pela valorização do shoujo mangá. Muito obrigada a todas as autoras que fizeram parte do maravilhoso Nijūyo-nen Gumi.

  E então é isso, valorizem o trabalho dessas artistas, recomendo muito a leitura da Rosa de Versalhes, esse é o meu mangá favorito e espero que possa ser o de vocês também.


Então é isso, valorizem o trabalho dessas artistas, recomendo muito a leitura da Rosa de Versalhes, esse é o meu mangá favorito e espero que possa ser o de vocês também.
 
 Espero que tenham gostado! 
 
Uma boa semana a todos vocês, amigos da Lady Oscar.


Lady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.

 

 

 






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