Por que Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) de Riyoko Ikeda, é tão importante para os japoneses e tão querida pelo mundo todo, mesmo após 50 anos terem se passado desdo Início de sua serialização? Estamos no Mês do aniversário de Riyoko Ikeda, a mangá-ka que revolucionou o Shoujo mangá, ao apresentar ao mundo, um novo jeito de escrever quadrinhos femininos sem estereotipar a protagonista. Cabelos, loiros, ondulado, olhos azuis, relampejante, força, coragem, orgulho, uma verdadeira guerreira, assim é Oscar François de Jarjayes, a protagonista de Rosa de Versalhes, o qual o estilo de vida inspirou as mulheres japonesas nos anos 1970 e fez com que a maioria desejasse ser a própria personagem.
Essa sem dúvida é obra máxima de Riyoko Ikeda, e se você nunca leu o mangá ou nunca assistiu à animação, hoje trouxe alguns motivos, que farão você ler o mangá, assistir às adaptações e se tornar mais um fã de Lady Oscar. Adaptado do mangá criado por Riyoko Ikeda em 1972, inspirado na biografia da rainha Maria Antonieta escrita por Stefan Zweig, o anime – ao contrário do mangá que girava em torno da personagem Maria Antonieta – chegou à Itália em 1982 com o título de Lady Oscar.
Rosa de Versalhes, foi publicada nas páginas da revista feminina Margart, entre 1972 há 1973, a autora Riyoko Ikeda, se inspirou na biografia da rainha Maria Antonieta escrita por Stefan Zweig e decidiu contar a história da trágica rainha sem colocá-la como vilã, assim como fazia quase todos os livros de história. Ikeda travou uma dura batalha com seus editores (a maioria homens), para conseguir publicar seu mangá de maior sucesso, isso porque, era uma história centrada em Maria Antonieta, e naqueles tempos, existia uma lenda que dizia-se que uma obra com fatos históricos não venderia para mulheres e meninas com idades escolares (público-alvo da Margarert). Mas Ikeda, assim como Oscar, é forte e determinada, insistiu e publicou seu mangá, mesmo pisando em ovos e correndo um grande risco de sua série ser cancelada a qualquer momento se não fizesse o sucesso esperado.
Ao contrário do que os editores acreditavam, Rosa de Versalhes foi o título original da série animada – e foi um sucesso imediato, graças a Oscar François de Jarjayes, a heroína revolucionária, a princípio, criada para ser uma personagem de apoio da protagonista Maria Antonieta, uma espécie de gancho para trazer emoção, ação e despertar o interesse das leitoras em uma história que todos saberiam como terminaria. Não demorou para Lady Oscar ganhar o coração das meninas e se tornar a verdadeira Rosa do Título.
A história é ambientada antes e durante o terror da Revolução francesa, e conta a história da vida na corte de Versalhes e é estrelada por Oscar François de Jarjayes, comandante da Guarda Real, da princesa Austríaca, Maria Antonieta, futura Rainha Consorte da França e Navarra que com apenas 14 anos é enviada a Versalhes para um casamento arranjado por razões políticas com Luís XVI. Sua guarda, Oscar, uma bela mulher criada por seu pai quando menino, está profundamente ligado a monarquia francesa.
Um Mangá considerado obra literária:
Mangás, ou quadrinhos japoneses, não costumavam serem tratados como cultura, muito pelo contrário, a maioria dos pais e professores no Japão, acreditavam que os mangá era prejudicial para crianças. Mas Isso também mudou nas mãos de Riyoko Ikeda. Rosa de Versalhes, foi o primeiro e único mangá ser considerado uma obra literária.
O primeiro mangá a ser adaptado para um musical na Takarazuka Revue e ainda conseguiu mudar o destino do teatro:
No início dos anos 1970, devido a popularização da televisão, e do cinema, o teatro feminino Takarazuka Revue, começou a entrar em decadência. A companhia, foi perdendo seu público, já estava com suas contas negativas. Mas Lady Oscar, também se tornou a heroína do teatro feminino japonês! Rosa de Versalhes, foi o primeiríssimo mangá a ser levado ao palco do Takarazuka, a adaptação do mangá “A Rosa de Versalhes”, de Riyoko Ikeda, contrariou todas as expectativas, tornando-se o maior sucesso da companhia.
E não parou por aí, a concorrência para ingressar na escola de Takarazuka, que era de cinco vezes o número de vagas, depois do sucesso da “Rosa de Versalhes”, saltou para 20 vezes. Takarazuka continua até hoje encenando temporadas desse sucesso originário de Ikeda. Aliás, a Takarazuka já anunciou uma nova montagem para 2024 focada em Fersen.
O primeiro mangá a ser adaptado para um filme com atores reais no cinema.
Em 1979, quando a série de Ikeda estava no auge, foi lançado o filme Lady Oscar (ベルサイユのばら Berusaiyu no Bara) é um filme de comédia dramática e romance franco-japonês baseado no mangá Versailles no Bara de Riyoko Ikeda. O filme foi escrito e realizado por Jacques Demy, e a trilha sonora composta por Michel Legrand. Lady Oscar foi filmado na França com total permissão do governo francês e com todo o elenco falando em inglês, como exigido pela produtora. Esse filme, pode não ter a grandeza do mangá original e ser mais fraco que o anime de TV, porem ele chegou alguns meses antes da animação e foi a primeiríssima vez, que um mangá japonês foi adaptado para um longa live actions feito para cinema. O filme, foi acompanhado de perto pela autora Riyoko Ikeda, que participou da escolha de atores, figurinos e até roteiro.
Uma heroína que rompeu todas as barreiras de estereótipos de Gênero
A Personagem Oscar, sem dúvida, mudou completamente a imagem de meninas ingênuas e sonhadoras do Shoujo mangá. Em uma época em que os mangás projetados para o público feminino eram, desenhados e editados por equipes exclusivamente masculinas. Nessa mesma época, era comum de se ver, protagonistas mais delicadas e estereotipadas, como Candy Candy e Georgie, muito mais sonhadoras, alegres, tipicas meninas do shoujo mangá. Mas a heroína de Ikeda, é uma mulher militar, forte, corajosa, única em termos de estilo e atitude e estilo de vida. Lady Oscar, rompeu todos os estenótipos de Gêneros da época, uma heroína que está sempre fora das regras e convenções."
De personagem coadjuvante a Rosa do título:
Lady Oscar, a personagem de Riyoko Ikeda, é fictícia inspirada numa figura masculina e que, nos planos iniciais da autora, certamente não deveria ser a protagonista: em entrevistas"Riyoko Ikeda sempre diz, que sua intenção, contar a história de Maria Antonieta, mas foi Oscar que se tornou o centro da história. Oscar nasceu como um personagem que serviria para despertar o interesse dos leitores no mangá, mas em determinado momento ela inevitavelmente se torna o protagonista". Uma figura capaz de viver quase uma vida própria e se construir: A própria Ikeda disse que não sabia desde o início quem seria o interesse amoroso de Oscar, só com o tempo percebeu que não poderia ser ninguém além do André Grandier, seu amigo e companheiro de infância.
Uma reconstrução histórica meticulosa:
Mas afinal, o que torna As Rosas de Versalhes a obra máxima de Riyoko Ikeda? A essencial desse fenômeno japonês não deve-se apenas a qualidade das histórias e da ambientação, e sim, por questões de gênero e o aspecto marcante do empoderamento feminino tão à frente de seu tempo e ainda assim tão atual. A obra de Ikeda, apresenta uma reconstrução meticulosa de fatos históricos, costurados com uma irresistível fantasia, carregada de intrigas, emoções, batalhas e romances. Riyoko Ikeda construiu um mangá extremamente interessante e realista, tanto que, conclui o curador da última edição italiana, "não é excessivo dizer que estudamos mais sobre Revolução Francesa com o Lady Oscar do que nos livros de história.
E Por falar, em Ryoko Ikeda, até o dia 18 de dezembro, data de seu aniversário, estarei traduzindo algumas entrevistas que ela concedeu para revistas japonesas e também estarei comentando algumas que já traduzi e disponibilizei aqui no blog, como a que ela deu ao Gabinete de igualdade de Gênero no japão, uma das melhores que li. Inclusive já estou terminando a tradução de mais uma entrevista de Ikeda em breve entrará no ar. E no dia do aniversário da autora de Lady Oscar, teremos um post especial em duas partes e gravarei um vídeo especial comemorativo.
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Lady Oscar diz..
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