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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Produtos divertidos que estão sendo vendidos durante a exposição dos 50 anos da Ros de Versalhes em Tokyo City View em Roppongi Hills, Tokyo.

 


Versailles no Bara (ベルサイユのばら, Berusaiyu no Bara) ou Rosa de Versalhes, também conhecido por nós italianos e descendentes diretos, como Lady Oscar, é um mangá shoujo escrito e ilustrado por Riyoko Ikeda, serializado, originalmente entre 1972 e 1973 nas páginas da revista japonesa feminina Margaret da editora Shueisha a maior editora do Japão. 
 
 
 
A Obra Rosa de Versalhes, revolucionou o Shoujo Mangá, que antes não era bem-visto diante do mercado editoria e rendeu originalmente 10 volumes encadernados, sendo o trabalho mais famoso da autora Riyoko Ikeda — A série chegou a ser publicada aqui no Brasil pela editora JBC em 2019,no formato bem grosso, BIG (2em 1), teve gente reclamando da capa, para mim as capas da JBC são bonitas, minha única reclamação mesmo, é a falta das páginas coloridas, o que poderia sim ter, mas tirando isso, gosto bastante do trabalho da JBC

 
 

 
Rosa de Versalhes esse ano 2022 está celebrando seu 50º aniversário com uma nova exposição em Tokyo City View em Roppongi Hills, Tokyo, de 17 de setembro a 20 de novembro de 2022 e após isso no dia 30 de novembro, a grande exposição comemorativa, viajará para em Osaka na Hankyu Umeda Gallery onde ficará até o dia 12 de dezembro. Enfim, Hoje o site Art Exhibition, trouxe mais alguns produtos que estão sendo vendidos por um preço bem salgado durante o evento, mas estão encantando os fãs da Lady Oscar, veja abaixo.
 

 
 
 

 Porta-copos do André.

 


 
 
 
 O artigo começa falando dos diversos, produto que estão sendo vendidos durante a exposição, todos com preços salgados. O primeiro produto trata-se de um, porta copos, daqueles que usado para absorver água dos copos com bebidas geladas. Esse lindo produto, vem com uma belíssima arte de André o par romântico da Lady Oscar e custa 1.375 ienes algo como 51,27 Reais na cotação atual, é muito caro para um simples porta-copos.
 

 O que a avó do André trouxe na sacola?

 


 

Marron-glacé, também chamado castanha glaçada, é um famoso docinho de docerias francesa e italianas. O marron-glacé, original, é feito, com castanha cozida e mergulhada em calda de açúcar. Não confunda com o nosso Marrom glacê ele difere e feito com batatas doce. A sacolinha com Marron-glacé da vovó do André custa 1.080 ienes, algo como 40,29 Reais, brasileiro, por uma pequena porção de castanhas glaçadas, como se trata de um doce considerado fino custa bem caro.

Um bloquinho com uma belíssima arte de Maria Antonieta chorando.

 

O bloquinho de anotações, vem com uma das ilustrações do mangá Rosa de Versalhes, onde Maria Antonieta aparece chorando, custa 880 ienes, algo como 32,89 Reais.

Deixe Lady Oscar falar por você.

 



Um divertido adesivo com ilustrações de Lady Oscar e balões de diálogo para que você possa escrever e deixar um recado divertido para alguém. Apesar de ser muito fofo, custa bem caro 825 ienes algo como 30,83 Reais em uma só cartela de adesivo.

Uma fita adesiva com cenas da revolução.

 


Mais uma divertida cartela de adesivos para você recortar e colar onde quiser, no valor de 770 ienes, algo como 28,81.

Bonecos de Acrílico.

 


 
 
Bonecos de acrílico com os personagens da Rosa de Versalhes estão sendo vendidos durante o evento. No site art exhibition só mostra Maria Antonieta, mas também está disponível Oscar, André e as outras peonagens. Cada boneco custa 1.100 ienes algo como 41,13 Reais.
 
 

 
 

 Uma linda bolsa com estampa de Lady Oscar e Maria Antonieta.

 


Um dos produtos mais bonitos, que estão a venda é essa bolsa preta da Rosa de Versalhes, que pode ser usada no dia a dia. O engraçado, é que ela não custa tão caro, se for comparada com outros produtos que mostrei até agora, já que seu valor é 935 ienes, algo como 34,96 Reais.

Imãs e cartões postais da Rosa de Versalhes.

 

 


 
 
 Quase finalizando a nossa lista de produtos divertidos da Rosa de Versalhes, temos lindos ímãs e cartões postais que estão a venda durante o evento. Os ímãs são de acrílico e custam 880 ienes algo como 32,89 Reais e os Cartões postais com Oscar e André custam 770 ienes algo como 28,79 reais.

Embalagem para presentes.

 



A sacola de compras original custa 150 ienes algo como 5,61 Reais, é linda demais, vem com a ilustração de Oscar e Maria Antonieta. O artigo também mostra algumas fotos do café colaborativo do SUN & THE MOON, um espaço, localizado no mesmo andar da exposição, que mistura café e restaurante, deixo o vídeo abaixo.
 
 





 
Já postei algumas fotos da exposição, e comentei sobre uma cerimônia de abertura, privada, que ocorreu no dia 16 de setembro, e contou com a presença da autora Riyoko Ikeda e da jovem Ai Takahashi (高桥爱, uma belíssima atriz e cantora Pop nascida 14 de setembro de 1986,fã incondicional da Rosa de Versalhes que conheceu o mangá graças uma apresentação na Takarazuka Revue.
 
 
 Inclusive eu trouxe as traduções das matérias do Comic Natalie, Oricon e da entrevista que Ikeda deu para a revista japonesa CREA, para quem não leu deixo os links acima.Enfim, hoje um amigo me mostrou um vídeo postado no canal oficial do Jornal Sankei no YouTube, que mostra um pouco da exposição, e o encontro entre Riyoko Ikeda Ai Takahashi e eu resolvi trazer para cá, e fechar o mês de setembro com chave de ouro.
 
 

 
 Outra coisa, o site Yahoo do Japão trouxe mais algumas fotos da exposição deixo abaixo:
 
 
 
 







 
 



 
 
 
 Enfim, por hoje é só. Um bom final de semana a todos os amigos da Lady Oscar. Lady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte Sempre que quiser.
 
 
 
 
 


 

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

A edição de outubro da revista "A opinião pública das mulheres (婦人 公論)" da editora Chuokoron-Shinsha Traz uma materia especial sobre Riyoko Ikeda e os 50 anos da Rosa de Versalhes.

 Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam bem vindos!

 


Abri o Riyoko Ikeda fã site, e lá temos a informação que a edição de outubro da revista japonesa "A opinião pública das mulheres (婦人 公論)" da editora Chuokoron-Shinsha, foi lançada em 20 de setembro e desa vez, vem com uma matéria especial sobre Riyoko Ikeda e os 50 anos de seu mangá que encantou três gerações: A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら).
 
 
 

  O vídeo da edição de outubro da revista está logo baixo:





Mais informações:
 
 

Título: A opinião pública das mulheres (婦人公論) Editora: Chuokoron-Shinsha Data de publicação: 20 de setembro de 2022 Número de páginas 220 coloridas. Preço: 840 ienes algo como 31,36 Reais. ASIN: B0B9QPYH56 
 
 
 
 Enfim, na certa encontrarei essa edição na Liberdade, pois a livraria que eu, costumo, comprar só trabalha com revistas e mangás importados do Japão, porem ela custa Preço: 840 ienes algo como 31,36 Reais e na certa pagarei mais de 100 Reais, mas como vem com uma matéria especial sobre os 50 anos da Rosa de Versalhes, se eu encontrar vou, comprar com certeza.
 
 

 
 Espero que tenham gostado! Lady Oscar diz... Obrigado por sua visita! Volte Sempre que quiser.
 
 
 
 


quarta-feira, 28 de setembro de 2022

O anime clássico da Rosa de Versalhes começará a ser transmitido no canal japonês TOKYO MX, a partir de domingo dia 2 de outubro de 2022:

Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam bem vindos!


 Para celebrar o 50º aniversário de serialização do mangá de A Rosa de Versalhes(ベルサイユのばら), de Riyoko Ikeda, o anime clássico, conhecido como Lady Oscar de 1979, voltara a ser exibido nas manhãs de domingo na TV japonesa, pelo canal Metropolitan Television Broadcasting Corporation (東京 メトロポリタン テレビ ジョン 株式会社 Tōkyō Metoroporitan Terebijon) também conhecido como TOKYO MX.
 

Todos os domingos, as 10h30 da manhã, a partir do dia 2 outubro, será transmitida uma maratona com 13 episódios da versão animada da Rosa de Versalhes, também conhecida como lady Oscar, no programa intitulado Maratona “A Rosa de Versalhes” 50 anos.
 

 
O anime Lady Oscar, foi uma febre na Itália, tanto que até hoje, a série de TV chega a ser mais amada que o próprio mangá. Infelizmente no Japão a versão animada da Rosa de Versalhes, não chegou a fazer o mesmo sucesso quando foi lançada, mas em 1980 a série ganhou um Revival, graças ao sucesso de outro grande anime Saint Seiya, Os Cavaleiros do Zodíaco, já que a primeira metade de Lady Oscar, o character design contou com a dupla de desenhistas Shingo Araki e Michi Himeno os mesmos, que trabalharam na versão animada da obra de Massami Kurumada. Como o anime Cavaleiros do Zodíaco, chegou a fazer muito sucesso no Brasil, 12 episódios da série Lady Oscar e um, longa que resume os 40, episódio chegou a ser lançados dublados em VHS no Brasil, nos anos 1990 pela Europinha.

 

 
 
 
Durante uma temporada de Beisebol, um especial para TV intitulado, O Retrato de uma Rosa em chamas, foi transmitido uma única vez no Japão. O longa-metragem para TV, funcionou como uma espécie de resumão para finalizar a série. Esse especial, chega a ser mais fiel com o mangá, tem a cena do André tentando envenenar a Oscar, mostra ela entrando na revolução por conta própria, mas tem um final diferente do mangá e diferente do anime também. Cheguei a assistir esse episódio, graças a um rapaz do Twitter, que tinha uma cópia gravada de um antigo VHS e inclusive, comentei sobre esse raríssimo episódio aqui no blog, para quem quiser ler o link está acima. Enfim, no Japão o forte mesmo é o mangá original de Ikeda e as apresentações na Takarazuka, mas devido ao aniversário da série o anime, parece estar ganhando força, ainda mais agora que foi anunciado um novo longa-metragem, para comemorar os 50 anos da série.
 



Eu particularmente, amo o mangá e o anime, não misturo e nem comparo os dois, pois para mim trata-se de mídias diferentes. O mangá é a história original, mas o anime é incrível! Sou apaixonada pela arte de Shingo Araki, e Michi Himeno, eles embelezaram ainda mais a nossa Lady Oscar e o anime, é muito bem feito, é sim fiel ao mangá, mas claro com algumas diferenças, mesmo assim é meu anime favorito e se você penas leu o mangá e nunca assistiu, recomendo que assista, não ira se arrepender.
 
 

 Espero que tenham gostado!

Lady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte Sempre que quiser.


 

 

 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Conversa Especial com Riyoko Ikeda e Teiko Maehashi, parte 3 final (artigo traduzido).

  Olá, queridos amigos da Lady Oscar, sejam Bem Vindos! 

 

 

 

 

Enfim,  chegamos a terceira e ultima parte da longa e interessante conversa entre Riyoko Ikeda, autora da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) com a mundialmente famosa Teiko Maehashi, que aconteceu virtualmente, no dia 17 de dezembro de 2021, publicada em 3 partes no site Manga Art. Para quem não leu as partes 1 e 2 deixo aqui os links. Nessa ultima parte, não é comentado nada sobre a Rosa de Versalhes, mas as artistas, descobrem que compartilham o mesmo signo do Zodíaco, às duas são Sagitarianas, e relembram suas experiências  de viagens entre outros assuntos. Enfim, espero que gostem e desde já peço desculpas por possíveis erros na tradução.

Conversa Especial com Riyoko Ikeda e Teiko Maehashi, parte 3 final (artigo traduzido).



 
Maehashi: Houve também uma aula de língua russa, onde nos fizeram recitar poemas de Pushkin e Lermontov. Eu era um estudante sem nenhum conhecimento profundo, então não podia recitar os poemas e não tinha tempo para aprendê-los. A professora era uma mulher baixinha de cabelo curto que parecia ter saído de um retrato de Rembrandt. Ela era uma mulher que havia perdido toda a sua família na guerra e estava dedicando sua vida a ensinar tanto a língua quanto a história da Rússia para estudantes estrangeiros. Olhando para trás, eu deveria ter me esforçado mais na aula dela (risos). Em fevereiro, aniversário da morte de Pushkin, fui ver o lugar onde ele teve seu duelo final, com neve até a cintura. Tenho que experimentar coisas assim. Então, quando toco os concertos para violino de Tchaikovsky, muitas vezes me lembro desses momentos, até hoje. Sempre tenho em mente os corredores frios e escuros do dormitório de Leningrado.

Ikeda: Eu desisti do meu sonho de tocar música e criei um mangá chamado A Janela Orfeu. Era algo como um substituto. 
 
Maehashi: Você foi para Regensburg, certo?

Ikeda: Sim, eu fui.
 
Volume 9 da edição em brochura de A Janela de Orfeu.



Ikeda: Quando viajei para a Europa para entrevistas e mencionei às pessoas o tipo de história que eu planejava criar, distintos professores da Universidade de Música e Artes Cênicas, Viena e outras instituições me diriam para visitá-los. Eu não estava estudando, mas pude ouvir as pessoas tocando na minha frente. Foi assim que pude testemunhar a atmosfera que você mencionou anteriormente, com os estudantes tendo que se apresentar na frente de outros estudantes que estavam apenas assistindo. Na época, o status de mangá ainda era muito baixo no Japão, mas as pessoas de lá me apoiavam e respeitavam muito o meu desejo de desenhar mangá. O instrutor que me aproximei disse: "Você é o professor que visita o Japão, não é mesmo? E ele tocou para mim e me mostrou a escola."
 
 Maehashi: Mas naquela época, você estava criando algo completamente do zero, certo? Desde a história até as técnicas, aqui quero dizer a arte. Quando e como você chegou a essas ideias?
 
 Ikeda: Para Orfeu, por acaso eu estava em Regensburg com um amigo artista de manga. Pegamos o trem para a Alemanha vindo de Viena e decidimos sair do trem depois do anoitecer. Desceríamos em uma estação e passaríamos a noite lá. Como resultado, eu acabei por acaso em Regensburg e gostei muito. Meu amigo rapidamente se mudou para outro lugar, mas eu fiquei, para trás e continuei andando pela cidade, quando alguém me perguntou se eu era japonês. Ele me disse haver um estudante japonês na escola de música, então ele me levou para o dormitório. Isso me fez perceber, "quero escrever sobre estudantes estudando em um lugar como este", e eu inventei a história. Mas, basicamente, eu queria retratar a Revolução Russa, então tive que trabalhar muito para de alguma forma conectar Regensburg à Rússia (risos). O que eu ainda sinto que difere do Japão é que quando você vai para Regensburg e passa a noite em Regensburg, você ouve os sinos da igreja tocando por toda a cidade de manhã cedo.
 
 Maehashi: Eu me lembro.
 
 Ikeda: Eu senti a diferença cultural no som dos sinos.
 

 

Maehashi: Exatamente. Eu sei, o que você quer dizer. Eu nunca acabei em Regensburg, mas vivi na Suíça na época. Na Alemanha, há uma orquestra em todas as cidades. A primeira é a Filarmônica de Berlim, claro, mas há dezenas delas. Eu ia frequentemente à Alemanha para me apresentar com essas orquestras. Eu costumava pegar o trem da Suíça com tanta frequência que havia memorizado o menu no vagão-restaurante (risos). Assim, posso imaginar a história que acabou de me contar. Mas acredito que, é realmente um grande talento conseguir desenvolver essa história a tal ponto e transformá-la em uma obra de arte.
 
 Ikeda: eu não sei. Desisti cedo da ideia de que eu tinha talento suficiente para frequentar a escola de música para piano.
 
 Maehashi: Pode parecer rude chamar isso de um revés, mas talvez isso fizesse parte do seu caminho. Você fez, um grande trabalho construindo um mundo tão maravilhoso.
 
 Ikeda: Você é muito gentil.
 
 Maehashi: Você decide sobre a história completa desde o início?
 
 Ikeda: Havia partes que eu havia decidido, e outras vezes, eu simplesmente inventava uma cena e começava a partir daí. Por exemplo, há uma cena onde o personagem principal vai à Rússia e vê o rio Neva pela primeira vez. Eu decidiria sobre algumas cenas como essa, e então criaria histórias que levassem a essas cenas.
 
 Maehashi: Você realmente foi ver o rio Neva, certo?
 
 Ikeda: Fui, quando visitei a União Soviética. O rio Neva estava congelado.
 
 Maehashi: É isso mesmo. O rio congela e fica de 20 a 30 graus abaixo de zero. Esse é um aspecto, mas você não acha que o rio Neva congelado tem uma atmosfera única?
 
 Ikeda: Quando o vi, fiquei estranhamente chocado ao ver um prédio do outro lado do rio Neva, perto de sua foz.
 
 Maehashi: Não era lindo? O edifício dourado, certo?


Volume 6 da edição em brochura de A Janela de Orfeu.


Ikeda: Verdade. Era tão bonito. Eu senti que queria incluí-la em uma cena, não importava o que acontecesse.


Maehashi: Então são momentos como esse em que você tem idéias, certo?


Ikeda: Exatamente. Às vezes eu descrevo o que realmente vi, então eu decido primeiro sobre a cena. Por exemplo, na Alemanha, eu queria retratar uma cena na floresta, ou a escola de música e o dormitório estudantil para onde fui levado em Regensburg, e gradualmente fui conduzindo de lá. Quando se trata dos personagens da história, eu me pergunto: "Qual é o tipo de sangue deles? Qual é o mês de nascimento deles?" e assim por diante, e os desenho enquanto penso em como eles agiriam em cada situação.


Maehashi: A propósito, acontece que temos o mesmo sinal. Você nasceu em dezembro, certo?


Ikeda: Eu sou um Sagitário.


Maehashi: Eu também sou (risos).


Ikeda: Fantástico, temos o mesmo signo! Você era ruim em esportes quando era criança?


Maehashi: eu não era só ruim. Eu não podia fazer nada (risos).


Ikeda: Eu era o mesmo. Eu nunca terminei nada além do último lugar de uma corrida! Estou feliz em saber que compartilhamos o mesmo signo do zodíaco (risos).


Maehashi: Ha ha. Isso é verdade (risos)?

"Este violino pode me levar a outro nível".


M A Obrigado por estas maravilhosas histórias. A Sra. Maehashi gentilmente trouxe hoje seu violino de confiança com ela. É através de uma tela, mas nós ainda queríamos que a Sra. Ikeda a visse tocar.


Maehashi: O violino que estou tocando agora é um Del Gesu Guarneri. Stradivarius e Guarneri são os melhores violinos, e este foi feito em 1736. Vou mostrá-lo a vocês agora.


Ikeda: Uau, isso é incrível!


Maehashi: Eu toquei pela primeira vez neste violino em 2003.

 


 
Ikeda: Eu realmente estive em Cremona, onde há um museu de violinos e instrumentos de cordas. Senti que os instrumentos de cordas têm uma forma verdadeiramente bonita.

Maehashi: Você está certo. É muito importante para os violinistas saberem que tipo de instrumento tocar, e embora eles possam ser muito caros, há uma boa razão para o preço, e eles não são caros apenas por causa disso. Há uma química entre o instrumento e o músico, e há casos em que mesmo um instrumento de alta qualidade não parece certo. Você saberá quando jogar. Adquiri este em 2003, então já faz 18 anos que estamos juntos. Mesmo naquela época, eu tinha violinos ótimos. Eu tinha um Stradivarius e um Guarneri.


Ikeda: Impressionante. Esses são alguns ativos.

Maehashi: Certo. Achei que poderia vender um deles quando ficar velho (risos). Eu vou à Londres cerca de duas vezes por ano para manutenção de instrumentos. Os violinos são feitos de pinho e bordo e colados com cola de couro. Se eles usarem cola de madeira ou qualquer outra coisa, racharia, então eles usam apenas cola de couro.Mas a cola de couro é sensível à umidade, especialmente durante a estação chuvosa no Japão, por isso ela se desprende. É por isso que os violinos precisam ser mantidos regularmente. Eu viajo até Londres para visitar um luthier para mantê-los. Atualmente, existem organizações que emprestam bons instrumentos aos jovens, mas em meu tempo, a menos que você mesmo tenha adquirido um, eles só lhe emprestaram um violino por algumas semanas e depois você teve que devolvê-lo. É por isso que trabalhei duro para garantir meu próprio violino, não importa o que fosse necessário.
Eu tinha dois deles na época, e quando visitei a loja de música em Londres, como costumo fazer, e por acaso perguntei: "Que tipo de violinos você tem agora?" embora eu não estivesse particularmente interessado em comprar um novo. Era pouco depois das 5 horas, e eles estavam fechando a loja. Ele me perguntou se eu queria dar uma olhada, e foi isto que ele me mostrou. Eu tentei tocá-la, e era um mundo totalmente diferente. Achei que tinha encontrado algo incrível, então perguntei: "Quanto custa este violino?". Ele disse: "É um instrumento realmente ótimo, e há três pessoas no mundo que estão esperando por ele, e eu preciso ouvi-las primeiro. Voltarei a falar com você". Então, cerca de dois ou três meses depois, recebi um telefonema dele dizendo ser a minha vez. As pessoas que estavam esperando por ela desistiram porque não podiam arcar com os custos, e eu era o próximo na lista. Voei para Londres, pensando que eu poderia comprar este se desistisse dos dois violinos que já tinha. Era uma grande aposta porque originalmente eu estava planejando usar um dos dois violinos para financiar minha aposentadoria. Mas senti que se eu conseguisse tocar este violino, passaria para o nível seguinte.


Ikeda: Esse é um sentimento que as pessoas que nunca tocaram violino provavelmente nunca entenderão.




Maehashi :Isso é verdade, e eu já estava ficando velha. Eu estava bastante confusa. Eu nem sabia em que tipo de mundo eu estaria vivendo, e não precisava correr esse tipo de risco. Mas eu tinha um forte sentimento de que este violino poderia me levar a outro nível. Não posso realmente explicar, mas eu queria deitar minhas mãos a ele, não importa o que fosse.
 
 Ikeda: Como violinista do seu calibre, você não consegue receber apoio do governo?
 
 Maehashi: Não. Não posso contar quantos bancos visitei para pedir. Quando o Japão estava no meio de uma economia bolha, usei à terra de meu pai como garantia, e acho que ele perguntou seriamente se eu seria capaz de lhe pagar de volta (risos). Era assim naquela época. Eu realmente só toquei violino, e só fiz uma coisa, mas pude fazer isso por tanto tempo devido à era soviética. Estou muito feliz por tê-lo conhecido. Viemos de mundos diferentes, mas você é alguém que chegou até aqui como um pioneiro de sua era.
 
 Ikeda: estou muito feliz em conhecê-la também. Nunca pensei conseguir falar com alguém que já vi atuar no palco e assistir com tanta admiração. Eu disse para mim mesmo: "De jeito nenhum! A Sra. Maehashi realmente concordou em fazer esta conversa comigo?".
 
 Maehashi: Quando se envelhece, não se pode correr ou pular como quando se é jovem. Há este dilema quando você atua, se é que você sabe o que quero dizer. Pode não correr como você planejou. É aí que entra a sabedoria e a criatividade. Mas eu quero continuar atuando no palco o máximo de tempo possível.
 
 Ikeda: Isso é lindo.
 
 Maehashi: Se você tiver tempo, espero que venha assistir a um dos meus concertos.
 
 Ikeda: Certamente irei vê-lo se apresentar quando as coisas tiverem se estabelecido em Tóquio.
 
 Maehashi: Obrigado. Espero vê-lo novamente algum dia. (Composição: Aya Okamura)
 
 
 
Enfim, Essa em minha opinião foi uma das melhores conversas da autora Riyoko Ikeda, gostei bastante, de saber sobre suas viagens e experiencias na Europa, já a Maehashi é  outra  grande artista e apesar de todo o talento  e fama demonstrou simplicidade, algo que achei muito bonito. Foi uma das entrevistas que eu mais gostei de traduzi e espero ter feito, um bom trabalho. Tentei ser fiel e usei inclusive as mesmas imagens, mas deixo os links dos textos originais, para quem tiver interesse.

Espero que tenham gostado!
Lady Oscar diz... Obrigada por sua visita! Volte sempre que quiser.